Escutar com prazer – Mc 12,35-37
5 de junho de 2015Solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo – Ano B
7 de junho de 2015“Jesus dizia, no seu ensinamento a uma grande multidão: ‘Tomai cuidado com os doutores da Lei! Eles gostam de andar com roupas vistosas, de ser cumprimentados nas praças públicas; gostam das primeiras cadeiras nas sinagogas e dos melhores lugares nos banquetes. Eles devoram as casas das viúvas, fingindo fazer longas orações. Por isso eles receberão a pior condenação’.
Jesus estava sentado no Templo, diante do cofre das esmolas, e observava como a multidão depositava suas moedas no cofre. Muitos ricos depositavam grandes quantias. Então chegou uma pobre viúva que deu duas pequenas moedas, que não valiam quase nada.
Jesus chamou os discípulos e disse: ‘Em verdade vos digo, esta pobre viúva deu mais do que todos os outros que ofereceram esmolas. Todos deram do que tinham de sobra, enquanto ela, na sua pobreza, ofereceu tudo aquilo que possuía para viver’.”
“A boca fala do que o coração está cheio.” Quando alguém começa a falar da sua maneira de ver as pessoas e a realidade, a dar opiniões sobre os fatos, quando podemos conversar longamente sobre vários assuntos, acabamos percebendo qual a visão de mundo da pessoas, quais os seus valores e prioridades, o que é importante para ela.
Nossa oração de hoje pode ser então uma oportunidade de sentar com Jesus, se possível longamente, e deixá-lo falar. Deixar que nos mostre a realidade e fale sobre ela. Pedir-lhe já no início uma escuta atenta e um coração aberto para captar o que é importante para Ele, qual a sua escala de valores. E que nos ajude a transformar a nossa, a colocar a nossa em relação com a dele, em configuração com a dele, a partir do reconhecimento dela também.
Para os doutores da Lei, era muito importante o reconhecimento público e os primeiros lugares. Quantas vezes para nós isso é importante também! Sofremos quando ficamos pra trás, quando não lembram de nós, quando não elogiam o que fazemos. Reconhecer o que está por trás das nossas buscas:
– O que buscamos no fundo quando queremos o agradecimento e o elogio?
– O que desejamos ao desejar os primeiros lugares?
– O que queremos quando vestimos roupas vistosas?
Talvez o que está por trás não seja mau. Talvez busquemos o amor, a atenção, o carinho. Ao reconhecer o desejo do fundo do coração, entregá-lo a Jesus. Deixar que Ele fale sobre esse desejo e sobre a fonte onde podemos saciá-lo de verdade, com estabilidade e abundância.
Olhar como vivem as pessoas que têm este de fora, em que porcentagem elas alcançam o de dentro. Os doutores da Lei chegavam numa contradição que Jesus apontou aqui: “Eles devoram as casas das viúvas, fingindo fazer longas orações.” E elas? Quais as contradições às quais chegam em suas buscas? E eu?
Por outro lado, Jesus valoriza a atitude interior e exterior de uma pobre viúva. “Ela, na sua pobreza, ofereceu tudo aquilo que possuía para viver.” Ao ver as duas moedas, Jesus viu o todo oferecido, a completa doação. “O homem olha as aparências, Deus vê o coração.”
– Eu, quando olho, o que vejo nos outros e em mim mesma?
– O que valorizo?
Pedir a Jesus que nos ensine a ver como Ele e infunda em nosso coração a sua escala de valores, para que nossas escolhas sejam alinhadas com as Suas.
Tania Pulier, comunicadora social – Palavra Acesa Editora – Família Missionária Verbum Dei e pré-CVX Cardoner