“Somente em Deus eu encontro paz; é dele que vem a minha salvação”
2 de março de 2014Perseguições (Mc 10, 28-31)
4 de março de 2014LEITURA
“Ao retomar o seu caminho, alguém correu e ajoelhou-se diante dele, perguntando: ‘Bom Mestre, que farei para herdar a vida eterna?’ Jesus respondeu: ‘Por que me chamas bom? Ninguém é bom senão só Deus. Tu conheces os mandamentos: não mates, não cometas adultério, não roubes, não levantes falso testemunho, não defraudes ninguém, honra teu pai e tua mãe’. Então ele replicou: ‘Mestre, tudo isso eu tenho guardado desde minha juventude’. Fitando-o, Jesus o amou e disse: ‘Uma só coisa te falta: vai, vende o que tens, dá aos pobres e terás um tesouro no céu. Depois, vem e segue-me’. Ele, porém, contristado com essa palavra saiu pesaroso, pois era possuidor de muitos bens. Então Jesus, olhando em torno, disse a seus discípulos: ‘Como é difícil a quem tem riquezas entrar no Reino de Deus! É mais fácil um camelo passar pelo fundo da agulha do que um rico entrar no Reino de Deus!’ Eles ficaram muito espantados e diziam uns aos outros: ‘Então, quem pode ser salvo?’ Jesus, fitando-os, disse: ‘Aos homens é impossível mas não a Deus, pois para Deus tudo é possível'”
Um tesouro no céu
O jovem que se ajoelhou diante de Jesus estava preocupado: queria descobrir como herdar a vida eterna – do que podemos entender que o desejo era pertencer ao Reino de Deus anunciado a todo canto por Jesus, como mensagem de esperança. Esse jovem, por outro lado, vem-nos personificar o versículo 7 do capítulo 13 de Mateus, sendo a terra repleta de espinhos, sufocadores da palavra semeada. De fato, como explicado pelo próprio Jesus, “O que foi semeado entre os espinhos é aquele que ouve a Palavra, mas os cuidados do mundo e a sedução da riqueza sufocam a Palavra e ela se torna infrutífera” (Mt 13,22).
Especialmente aos jovens deste mundo, tendo em vista nossa incessante busca pelo sentido da existência que reside no chamado de Cristo, aparece-nos uma importante pergunta: qual o apego, qual a riqueza, quais os espinhos que nos estão impedindo de viver a plenitude do Reino? Penso que podemos ajuntá-los numa só coisa: nossos espinhos, especialmente neste tempo, são os vícios. São tantos os vícios e apegos, e o mundo está preenchido por sedutoras “riquezas”: o consumismo insaciável, a corrupção desenfreada, o egoísmo da competitividade, a arrogância do saber, a facilidade das drogas, os prazeres vãos, dentre tantas.
Diante de nossa cegueira, vem Jesus nos oferecer sua autêntica riqueza: “O Reino dos Céus é semelhante ao tesouro escondido no campo; um homem o acha e torna a esconder e, na sua alegria, vai, vende tudo o que possui e compra aquele campo” (Mt 13, 44). A partir dessa oferta possamos, então, ser capazes de viver a renúncia das efemeridades deste mundo, a fim de desapegarmo-nos dos vícios que, a todo momento, tentam impedir a nossa vida em Cristo. Rezemos para que tenhamos capacidade de reconhecê-los e, ainda mais, para que possamos ser sábios ao ponto de enxergamos o real tesouro que Jesus nos oferece. Com coragem, perseverança e determinação, sejamos capazes de desprezar as riquezas deste mundo, a fim de “comprarmos aquele campo” do tesouro no céu, o Reino de vida eterna.
Marcelo Camargos. Estudante de medicina na UFMG. Fraternidade Missionária Verbum Dei.