“…o Espírito conduziu Jesus ao deserto, para ser tentado…”
26 de fevereiro de 2023Pai nosso, que estás nos céus…
28 de fevereiro de 202327 de fevereiro de 2023.
2ª feira da 1ª semana da Quaresma.
Evangelho Mt 25, 31-46.
Em nome do Pai, Filho, Espírito Santo.
Antes da Leitura Orante de hoje, um momento de relaxamento. Inspire fundo, de olhos fechados. Preste atenção em sua respiração. Se desejar a cada inspiração pense ou fale no nome Jesus. Deixe-se guiar pela inspiração e oração do nome de Jesus. Faça isso durante ao menos um a dois minutos.
Agora faça uma oração de invocação do Espírito Santo.
Introdução
A nossa oração de hoje está no Evangelho de Mateus 25,31-46. Repare que ontem o texto era de Mt 4,1-11, no início do Evangelho de Mateus, e antes do início da missão de Jesus. Hoje, pelo contrário, o texto está mais próximo do final desse Evangelho. Há uma grande diferença entre os textos, um antes da missão e o de hoje um anúncio de eventos finais dessa missão. Assim, na primeira semana da quaresma a liturgia nos apresenta essa contraposição desses textos iniciais e finais dos fatos e ações da vida de Jesus. No caso de hoje, o texto está já no final, do evangelho, no chamado “discurso escatológico”, ou discurso do final dos tempos.
Leitura: o que o texto diz.
Nessa primeira etapa é preciso tomar contato com o texto de tal modo que se possa conhece-lo em detalhes. Isso é imprescindível para uma boa Lectio Divina, em etapas posteriores.
Sugerimos ao menos duas leituras.
Primeira leitura: em voz alta, pausada, leia e ouça a sua própria leitura de Mt 25,31-46.
Segunda leitura: leia, silenciosamente, devagar, prestando atenção em cada palavra, observando detalhes de local dos fatos, personagens, ações e falas de cada um deles, dinâmica da relação entre os personagens, comentários do autor, etc. Ler Mt 25,31-46.
Se ainda não tiver fixado o que o texto diz poderá realizar mais leituras silenciosas ou em voz alta do texto.
O evangelho continua a nos ensinar a prática da justiça e a bondade. Para sermos reconhecidos por Deus é preciso, antes, reconhecê-lo no nosso próximo, principalmente nos que sofrem. O evangelho indica algumas categorias de sofredores com as quais nós nos deparamos todos os dias. Quem é justo consegue enxergar Cristo sendo crucificado nos que passam por algum tipo de necessidade e privações, como, por exemplo, nos que passam fome e sede, nos migrantes e imigrantes, peregrinos e retirantes, nos que não têm com o que se vestir; nos que estão enfermos ou na prisão; nos refugiados de guerras etc.
Meditação: o que o texto me diz.
É momento de, a partir do que o texto diz, verificar o que o texto lhe diz, o que ele fala a você.
Muitos são os caminhos que podem levar ao que o texto lido me diz. Pode ser através do que mais lhe chamou a atenção. Às vezes, um versículo, palavra, ação, ou um personagem nos diz algo especial. Ou um comentário do autor. Isso depende do momento que se vive, de uma sensibilidade maior para um aspecto que para outro do texto.
Quando há dificuldade de encontrar o que o texto me diz, há outras formas de tentar se descobrir o que ele me fala mais de perto.
Se não discerniu sobre o que lhe diz o texto, uma das maneiras de fazê-lo é elaborar perguntas ao próprio texto, buscando descobrir o que ele me diz. Você se sentiria estimulado a fazer perguntas a trechos do texto, e se perguntar sobre o que estes trechos lhe diz?
Caso deseje temos algumas perguntas a seguir. Jesus fala do julgamento final, quando vier o Filho do Homem em sua glória e que as pessoas serão separadas, como se separam ovelhas de cabritos. E que o Rei dirá aos que estiverem a sua direita: “Vinde benditos de meu Pai! Recebei em herança o reino que meu Pai vos preparou desde a criação do mundo”. O que isto lhe diz?
Mas Jesus coloca os comportamentos que levaram a essa decisão do Pai. Para Ele os escolhidos para receberem a herança do reino foram os que o alimentaram quando estava com fome, lhe deram de beber quando teve sede, quando ele era forasteiro e o recebeste em sua casa, quando estava nu e foi vestido, quando esteve doente e foi cuidado, quando esteve preso e foi visitado. O que estes comportamentos revelam sobre os escolhidos para o reino? O que isso lhe diz?
Jesus acrescenta que no julgamento os justos lhe perguntarão sobre quando eles tiveram todos esses comportamentos para com o próprio Jesus? E Jesus diz que eles fizeram isto para quando ele quando o fizeram a “um desse mínimos que são meus irmãos, foi a mim que o fizestes!”. O que isto lhe diz?
Aos que não tiveram o comportamento acima Jesus diz: “Afastai-vos de mim, malditos!” E os condena ao fogo eterno. Também esses condenados questionam Jesus sobre o por que de sua condenação. E recebem como resposta o mesmo dos que foram admitidos ao reino, mas, no caso, eles não fizeram nada aos mínimos dos irmãos, e que, portanto, “foi a mim que o deixastes de fazer”. O que isto lhe diz?
Contemplação: o que o texto me faz experienciar, me faz sentir.
É momento de contemplação, isto é, de deixar que Deus fale ao coração, seja em sentimento, experiência profunda de Deus, ou que o Espírito Santo suscite no coração uma lembrança, uma imagem, uma cena, uma mensagem, uma vontade…
Silencie. Deixe Deus lhe falar ao coração a partir do que leu, meditou.
Oração: o que eu respondo, falo a Deus.
Na oração o orador é quem fala com Deus. É o momento de dizer o que se sente no coração, seja alegria, tristeza, dúvida, fé, esperança… O importante é que se seja sincero. Pode ser um pedido, um agradecimento, louvor, um desabafo, um canto… Abra o coração e fale com intimidade ao Senhor.
Ação: o que o texto me solicita, me pede em ação, em compromisso.
Fé cristã é fé viva. É fé que está intimamente ligado ao concreto da vida. Agora pense se este texto lhe solicita algo como compromisso de fé, na vida pessoal, familiar, social, de trabalho, na sociedade. O que o texto me pede como compromisso concreto na minha vida?
Se desejar, poderá terminar com uma oração espontânea.
Marco Antonio Tourinho, é leigo do INJ, mestre em Teologia pela FAJE, atua há anos na formação bíblica.