O Deus dos vivos (Marcos 12, 18-27)
3 de junho de 2015Escutar com prazer – Mc 12,35-37
5 de junho de 2015“No primeiro dia da Festa dos Pães sem Fermento, em que os judeus matavam carneirinhos para comemorarem a Páscoa, os discípulos perguntaram a Jesus:
– Onde é que o senhor quer que a gente prepare o jantar da Páscoa para o senhor?
Então Jesus enviou dois discípulos com a seguinte ordem:
– Vão até a cidade. Lá irá se encontrar com vocês um homem que estará carregando um pote de água. Vão atrás desse homem e digam ao dono da casa em que ele entrar que o Mestre manda perguntar: ‘Onde fica a sala em que eu e os meus discípulos vamos comer o jantar da Páscoa?’ Então ele mostrará a vocês no andar de cima uma sala grande, mobilada e arrumada para o jantar. Preparem aí tudo para nós.
Os dois discípulos foram até a cidade e encontraram tudo como Jesus tinha dito. Então prepararam o jantar da Páscoa.
Enquanto estavam comendo, Jesus pegou o pão e deu graças a Deus. Depois partiu o pão e o deu aos discípulos, dizendo:
– Peguem; isto é o meu corpo.
Em seguida, pegou o cálice de vinho e agradeceu a Deus. Depois passou o cálice aos discípulos, e todos beberam do vinho. Então Jesus disse:
– Isto é o meu sangue, que é derramado em favor de muitos, o sangue que garante a aliança feita por Deus com o seu povo. Eu afirmo a vocês que isto é verdade: nunca mais beberei deste vinho até o dia em que beber com vocês um vinho novo no Reino de Deus. Então eles cantaram canções de louvor e foram para o monte das Oliveiras.”
Hoje celebramos a aliança do Amor. Que na oração possamos parar diante desta imensa graça e deixar-nos atingir por ela, beber e beber com toda a nossa sede desta Fonte inesgotável que quer jorrar de nós.
A primeira leitura (Ex 24,3-8) mostra a aliança de Deus com o Povo de Israel intermediada por Moisés. Moisés conta ao povo as Palavras do Senhor e a resposta do povo vai de encontro a elas: “Faremos tudo o que o Senhor ordenou.” O sangue mostra que a aliança é de vida – e de morte, na sua quebra. Assim eram os rituais de aliança do Primeiro Testamento.
A segunda leitura (Hb 9,11-15) já aponta para a aliança definitiva trazida por Cristo em seu Corpo e Sangue, em seu Mistério Pascal, sua morte e ressurreição, entrega plena da vida ao Pai. “Cristo veio e entrou uma vez por todas no Lugar Santíssimo.” Ele entrou com nossa humanidade na presença de Deus. Acabou com toda a separação e agora podemos participar da vida divina, por Ele, com Ele e nEle. É a vida plena, é a salvação. “Por meio do Espírito eterno ele se ofereceu a si mesmo a Deus como sacrifício sem defeito. E o seu sangue nos purifica por dentro, tirando as nossas culpas; assim podemos servir ao Deus vivo”.
E é esta entrega de amor total, feita de uma vez por todas, à qual em cada Eucaristia somos reapresentados para, recebendo o Espírito sobre nós e sobre os dons do pão e do vinho, comungarmos de fato em nossa vida com o Corpo partido e o Sangue derramado do Cristo, sendo também amor totalmente entregue para os irmãos.
O Evangelho nos mostra o preparo delicado de Jesus de sua entrega de amor, no qual vemos sua opção livre e voluntária por dar-se totalmente, por ser o “sim” da humanidade ao Pai, o “sim” definitivo para o qual fomos criados, que quebra o “não” dado por nossos primeiros pais. O Senhor deixa os discípulos prepararem a ceia da Páscoa, mas vemos que Ele já havia preparado previamente cada detalhe. “Encontraram tudo como Jesus tinha dito. Então prepararam o jantar da Páscoa.”
Este amor delicado cria o clima no qual se dá a entrega.
“Isto é o meu corpo.”
“Isto é o meu sangue, que é derramado em favor de muitos, o sangue que garante a aliança feita por Deus com o seu povo.”
Se temos a garantia da aliança de amor, por que mendigar pequenos amores no dia a dia?
Se alguém já deu a vida por amor a nós, um amor tão extremo e puro, como não viver como pessoas cheias de amor pra dar, pessoas capazes de se oferecer gratuitamente porque já tem a sua Fonte?
Se por Jesus já participamos da vida de Deus, por que ainda dar voltas em nossos pecados, em nossas mesquinharias e pequenezes, e não viver plenamente o dom que Ele já nos ofereceu?
Nós somos o Corpo de Cristo e cada Eucaristia em que O recebemos nos une mais a Ele para ser Sua presença em nossa realidade. Vamos pedir-lhe a graça de comungar verdadeiramente com Ele, com seu coração, seus sentimentos, seus sonhos e desejos, e ser, muito mais que seus adoradores, seus seguidores no nosso mundo.
Tania Pulier, comunicadora social – Família Missionária Verbum Dei e pré-CVX Cardoner