PREPARAÇÃO ESPIRITUAL

Vem a mim, Espírito Santo,

Espírito de sabedoria:

dá-me visão e audição interiores

para que não me apegue às coisas materiais,

mas busque sempre as realidades do Espírito.

Vem a mim, Espírito Santo,

Espírito de amor;

faze com que meu coração

seja sempre capaz de mais caridade.

Vem a mim, Espírito Santo,

Espírito de Verdade:

concede-me chegar ao conhecimento da verdade

em toda a sua plenitude.

Vem a mim, Espírito Santo,

água viva que leva à vida eterna:

concede-me a graça de chegar

a contemplar o rosto da misericórdia, Jesus Cristo,

na alegria e na vida sem fim.[1]

A mensagem de João Batista

¹⁵As esperanças do povo começaram a aumentar, e eles pensavam que talvez João fosse o Messias. ¹⁶Mas João disse a todos:

— Eu batizo vocês com água, mas está chegando alguém que é mais importante do que eu, e não mereço a honra de desamarrar as correias das sandálias dele. Ele os batizará com o Espírito Santo e com fogo.

O batismo de Jesus

Mateus 3.13-17; Marcos 1.9-11

²¹Depois do batismo de todo aquele povo, Jesus também foi batizado. E, quando Jesus estava orando, o céu se abriu, ²²e o Espírito Santo desceu na forma de uma pomba sobre ele. E do céu veio uma voz, que disse:

— Tu és o meu Filho querido e me dás muita alegria.

Mest. Leonardo Mongui Casas[2]

ü  Algumas perguntas para ajudar-te em uma leitura atenta…

O que se perguntavam as pessoas que tinham grande expectativa? Como batizará aquele que vem? Que fazia Jesus quando o céu se abriu? De que maneira se manifestou o Espírito Santo? Quais foram as palavras que se ouviram do céu?

Algumas pistas para compreender o texto:

Durante todo o ano de 2016 (Ano C), teremos como centro o Evangelho de Lucas; nele nos deparamos com um dos relatos mais breves sobre o batismo de Jesus; ao mesmo tempo, começamos a observar uma característica especial de Lucas: apresenta-nos Jesus sempre em oração.

Iniciamos escutando a confissão de João Batista sobre sua identidade (vv. 15-16). Suas ações e a grande quantidade de seguidores fazem com que alguns acreditem que ele possa ser o Messias, embora em todos os evangelhos fique evidente que ele não é, e que seu maior desejo seja que todos reconheçam o protagonista da História da Salvação: Jesus. Esta pode ser a razão por que na própria ação do batismo (vv. 21-22) não se mencione João, visto que os que se encontram no centro deste momento são o Filho, que é batizado; o Espírito Santo, que desce sobre o Filho, e o Pai, que confirma a missão salvadora do Filho.

A oração, como um dos temas constantes no evangelho de Lucas, encontra-se presente nos momentos mais decisivos do ministério de Jesus; por conseguinte, não pode estar ausente do início de sua vida pública (v. 21). Também veremos Jesus a orar antes da escolha dos Doze (6.12), na transfiguração (9.29), antes de ensinar seus discípulos a orar (11.1) e, inclusive, enquanto padece na cruz e está a ponto de morrer (23.34,36).

Embora o batismo de João tenha estreita proximidade com a purificação dos pecados, obviamente Jesus não carece de purificação: ele participa como mais um dos muitos que se batizaram para acolher o novo tempo messiânico. A presença do Espírito Santo sobre Jesus e a voz que provém do céu são prova do cumprimento da promessa e têm íntima relação com os Salmos (2.7) e com as profecias de Isaías (42.1).

Como sabemos, o batismo é o sacramento que nos torna filhos e filhas de Deus; é a chegada do Espírito Santo a nossas vidas e, nele, todos chegamos a ser irmãos e irmãs com Cristo. No momento de nosso batismo, talvez fôssemos muito pequenos para perceber a presença da Santíssima Trindade e, inclusive, é possível que ainda hoje não a entendamos. Nossa vida de fé começou graças a nossos pais: a eles devemos nosso batismo, pois assim como se preocuparam com nosso bem-estar físico nos primeiros meses de vida, certificaram-se igualmente de cuidar espiritualmente de nós e compartilharam conosco o Batismo.

Assim é que, na medida em que fomos crescendo e alcançamos determinada autonomia para viver, também fomos aprendendo a crescer na fé e a conservar uma relação muito próxima com Deus por meio da constante oração.

São João Paulo II explica-nos: “O batismo cristão coloca-nos em relação pessoal com as três Pessoas divinas, introduzindo-nos, portanto, na intimidade de Deus. Cada vez que fazemos o sinal da cruz, repetimos a expressão evangélica para renovar nossa relação com o Pai, com o Filho e com o Espírito Santo.

“Reconhecer o Espírito Santo como Pessoa é uma condição essencial para a vida cristã de fé e de caridade.

“Nos evangelhos, descobrimos uma revelação das três Pessoas divinas: a pessoa de Jesus é indicada com a qualificação de Filho; a pessoa do Pai se manifesta por meio da voz que diz: ‘Este é meu Filho amado’, e a pessoa do Espírito de Deus aparece diferente do Pai e do Filho, e em relação com um e outro; com o Pai celeste, porque o Espírito desce dos céus; e com o Filho, porque vem sobre ele”.[3]

Continuemos nossa meditação com estas perguntas:

Que sinto quando Deus me diz: “Tu és meu filho amado”? O que faço para que minha relação com ele seja cada vez mais íntima? O que faço para viver meu Batismo no dia-a-dia? Faço minha oração com frequência?

Deus,

obrigado pela água que brotou

e foi usada no dia de meu batismo.

Obrigado pelo sacerdote que ungiu meu peito e minha cabeça

para fortaleza de meu ser.

Peço-Te que olhes para mim com misericórdia,

que me leves, como teu Filho, a cumprir tua vontade

e que me envies teu Espírito Santo

para que eu viva sempre na verdade.

Que eu possa estar sempre entregue

em tuas mãos paternais que me sustentam

a cada instante da vida,

inclusive quanto mais silêncio houver entre nós.[4]

Deus Pai, sou teu filho, sou tua filha, e em Jesus me sinto amado(a) por ti.

Com seus pais, procure lembranças de seu Batismo

e converse com eles sobre esse dia.

 “A fim de que, interiormente purificados, iluminados e abrasados pelo fogo do santo Espírito Santo, possamos seguir as pegadas de vosso Filho, Nosso Senhor Jesus Cristo”.

São Francisco de Assis