“Ó Senhor Deus, a ti dirijo a minha oração!”. Salmo 25:1
28 de novembro de 2015Revelaste aos pequeninos (Lc 10, 21-24)
1 de dezembro de 2015“Jesus estava andando pela beira do lago da Galileia quando viu dois irmãos que eram pescadores: Simão, também chamado de Pedro, e André. Eles estavam no lago, pescando com redes. Jesus lhes disse:
– Venham comigo, que eu ensinarei vocês a pescar gente.
Então eles largaram logo as redes e foram com Jesus.
Um pouco mais adiante Jesus viu outros dois irmãos, Tiago e João, filhos de Zebedeu. Eles estavam no barco junto com o pai, consertando as redes. Jesus chamou os dois, e, no mesmo instante, eles deixaram o pai e o barco e foram com ele.”
Hoje celebramos o dia de Santo André, apóstolo, enviado por Jesus. Alguém que experimentou a presença de Jesus de tal forma que descobriu que a Vida é Ele e o seguiu. Alguém que acolheu o chamado para estar com Ele e deixou-se enviar com a autoridade que lhe foi dada, o dom do Espírito. Agradecidos por sua vida que, com a dos outros apóstolos, homens e mulheres fieis ao chamado, fez o Evangelho se espalhar por toda a Terra, possibilitando-nos ser cristãos hoje, peçamos sua intercessão para também nós acolhermos o chamado e a graça que nos é dada com ele.
Jesus, ao passar, viu os dois pescadores, Pedro e André. “Eles estavam no lago, pescando com redes. Jesus lhes disse: ‘Venham comigo, que eu ensinarei vocês a pescar gente.’” Jesus vai ao seu encontro em sua realidade e os chama a partir do que eles eram, para serem profundamente o que eram, para ser mais. Aos pescadores, chama para pescar homens, para cativar as pessoas a fazerem parte desta grande rede da vida que Ele estava formando, para atraí-las com seu testemunho, testemunho de quem vive plenamente, de quem é o que é com todo o seu ser.
No diálogo com Jesus, perguntar-lhe: Senhor, o que você me chama a viver? O que eu sou e o que você me convida a ser?
O chamado de Jesus é sempre para amar, para expandir a nossa vida e que nela caibam outras vidas. De “pescadores” a “pescadores de homens”. De uma vida que no máximo sustentava a si própria e talvez à família para outra que se entrega por muitas pessoas. A vocação é graça, é dom, é o que o Senhor quer de nós, o nosso lugar de melhor contribuição segundo o Seu olhar, nossa possibilidade de mais vida. Seja ela qual for, é sempre a vocação para amar. É ser para o outro. E supõe um processo, é uma travessia constante: do nosso umbigo para um círculo mais amplo, de construir apenas para nós para nos entregar por outros, de um projeto individual para um projeto coletivo, no uso do tempo, dos bens, da energia.
“Então eles largaram logo as redes e foram com Jesus.” Há uma prontidão na resposta. E há algo que largamos para ir com Jesus. Há sim uma ineludível renúncia. Escolhe-se um caminho em detrimento de outros. Não é possível claudicar eternamente, estar com um pé lá e outro cá. A resposta ao chamado supõe opções concretas de vida. Que às vezes doem.
Mas qual a experiência de amor maior que a dor que fez tantos homens e mulheres largarem tudo e seguirem a Jesus? Contemplar esses rostos, deixar-nos contagiar por sua alegria e pedir ao Pai esta experiência também, sempre fruto do Espírito e que muitas vezes vem a caminho, à medida em que damos o primeiro passo.
Não se está sozinho neste caminho. Há outros chamados. Outros que são capazes de deixar apegos a pessoas e coisas para também se colocar a caminho. Como foram Tiago e João para Pedro e André. Que as nossas comunidades sejam lugares de contágio de fé e de fidelidade, de alegria e de esperança, para fortalecer o nosso sim e nos ajudar a perseverar, para que o nosso sim fortaleça o dos irmãos.
Espírito Santo, ilumine nosso discernimento do chamado a cada dia e conduza os nossos passos, a exemplo de Santo André, para que neste Advento renovemos nossa experiência do Amor do Pai encarnado no Filho e nossa disposição de segui-Lo por Seus caminhos.
Tania Pulier, comunicadora social, membro da Família Missionária Verbum Dei e da pré-CVX Cardoner.