Orem.
28 de novembro de 2015Santo André, apóstolo da Vida (Mateus 4, 18-22)
30 de novembro de 2015PREPARAÇÃO ESPIRITUAL
Senhor, aqui estou,
sentado à porta de minha tenda,
descansando do trabalho duro,
tentando sentir tua brisa,
acalmando meu corpo e meu espírito,
lembrando tantas idas e vindas…
Acolherei tua Palavra,
como palavra geradora de vida,
mesmo que outros zombem dela
e de tuas promessas.
Aqui estou, Senhor…
Não passes ao largo, sem deter-te.[1]
TEXTO BÍBLICO: Lucas 21.25-28,34-36
A vinda do Filho do Homem
Mateus 24.29-31; Marcos 13.24-27
25E Jesus continuou:
— Haverá sinais no sol, na lua e nas estrelas. E, na terra, todas as nações ficarão desesperadas, com medo do terrível barulho do mar e das ondas. 26Em todo o mundo muitas pessoas desmaiarão de terror ao pensarem no que vai acontecer, pois os poderes do espaço serão abalados. 27Então o Filho do Homem aparecerá descendo numa nuvem, com poder e grande glória. 28Quando essas coisas começarem a acontecer, fiquem firmes e de cabeça erguida, pois logo vocês serão salvos.
A necessidade de vigiar
34E Jesus terminou, dizendo:
— Fiquem alertas! Não deixem que as festas, ou as bebedeiras, ou os problemas desta vida façam vocês ficarem tão ocupados, que aquele dia pegue vocês de surpresa, 35como se fosse uma armadilha. Pois ele cairá sobre todos no mundo inteiro. 36Portanto, fiquem vigiando e orem sempre, a fim de poderem escapar de tudo o que vai acontecer e poderem estar de pé na presença do Filho do Homem, quando ele vier.
1. LEITURA
Que diz o texto?
P. Antonino Cepeda Salazar[2]
ü Algumas perguntas para ajudar-te em uma leitura atenta…
Que tipo de sinais haverá? Como virá o Filho do Homem? Que devem fazer os discípulos quando começarem a suceder essas coisas? Contra o que devem prevenir-se? Como devem estar preparados?
Algumas pistas para compreender o texto:
Em nossa Igreja Católica, iniciamos novo ciclo litúrgico, a que se chama Advento. Durante esse tempo, iremos preparar-nos espiritualmente para celebrar o Natal e renovaremos a espera do Messias. Serão nossos companheiros em nossa preparação: os profetas Jeremias, Baruque, Sofonias e Miqueias, que anunciam um tempo de restauração de todo o ser humano; João Batista e, principalmente, a Mãe de Jesus. O Advento é um tempo favorável para reacender nossa esperança mediante a alegria do Senhor que vem visitar-nos.
Em Lucas, anuncia-se a vinda do Filho do Homem (vv. 25-28) e se exortam os discípulos a estarem preparados (vv. 34-36). Jesus encontra-se no fim de seu ministério público quando pronuncia tais palavras. Faz parte do discurso escatológico (Lc 21.5-38), ou seja, a respeito do fim dos tempos. Jesus, mais uma vez, fala em linguagem apocalíptica. Os sinais mencionados afetam toda a criação (céu, sol, lua, estrelas, terra, mar). Todo o universo se convulsiona. Compreende-se que os homens sintam medo e angústia perante tal espetáculo.
O Senhor convida a ficar firmes e de “cabeça erguida”, ou seja, a não se deixar levar por uma atitude pessimista, mas a ter uma fé constante em que o Reino de Deus está chegando ao mundo e pode transformar as situações de pecado, de dor e de morte em presença jovial e gloriosa do Evangelho.
Pretende-se fortalecer a esperança em meio à tribulação. A vinda do Filho do Homem é uma boa notícia porque Ele traz a liberdade. E, embora não se saiba quando, o importante é estar preparados para sua vinda. Por isso, é preciso viver em vigilância: vigiar e orar.
Quando Lucas escreveu seu evangelho, já havia acontecido a destruição do templo e da cidade de Jerusalém (ano 70 d.C.), até do ano 80-90 d.C.; por isso, ele considera que o fim não virá logo (Lc 21.9). Os cristãos, impulsionados pelo Espírito, devem dar testemunho de Jesus no mundo. É o tempo da Igreja.
2. MEDITAÇÃO
O que o Senhor me diz no texto?
É possível que, reconhecendo tantas realidades violentas no mundo, queiramos bancar os “ouvidos moucos” ou dizer que “é algo que não nos atinge”. Podemos também assumir posturas demasiado pessimistas com a ideia de que não haverá futuro. Ora, o Evangelho de hoje está a falar-nos desse tempo ruim, dessas más notícias que vemos diariamente, e o Senhor nos pede para estar preparados não para o futuro, mas precisamente para o que está acontecendo, o que não significa que seja o fim de tudo. São momentos que Deus permite a fim de que, como pessoas e sociedade, comecemos a agir segundo sua Palavra e sua vontade. Contudo, devemos fazer algo que nos proporcionará um futuro melhor, um mundo melhor para a realização de nossos sonhos: a oração, orar sempre…
A respeito da oração, São João Paulo II diz aos jovens que o visitam: “A oração é, de fato, o reconhecimento do nosso limite e da nossa dependência: vimos de Deus, somos de Deus e a Deus voltamos. Não podemos portanto deixar de nos abandonarmos a Ele, nosso Criador e Senhor, com plena e total confiança. Alguns afirmam e procuram demonstrar que o universo é eterno e que toda a ordem que vemos no universo incluído o homem com a sua inteligência e liberdade — é apenas obra do acaso. Os estudos científicos e a experiência de muitas pessoas honestas dizem porém que estas ideias, embora afirmadas e até ensinadas, não se demonstram, e deixam extraviados e inquietos aqueles que as defendem, porque muito bem compreendem que um objeto em movimento deve receber impulso de fora. Compreendem muito bem que não pode o acaso produzir a ordem perfeita, qual existe no universo e no homem. Tudo está admiravelmente ordenado, desde as partículas infinitesimais que formam o átomo até às galáxias que se movem no espaço. Tudo indica um projeto, que inclui todas as manifestações da natureza, da matéria inerte ao pensamento do homem. Onde há ordem, há inteligência; e onde há uma ordem suprema, há a Inteligência Suprema, a que nós chamamos ‘Deus’ e que Jesus nos revelou que é Amor, e nos ensinou a chamarmos Pai.
“Assim, refletindo sobre a natureza do universo e mesmo sobre a nossa vida, compreendemos e reconhecemos que somos criaturas, limitadas mas sublimes todavia, que devem a sua existência à Infinita Majestade do Criador.
“Por isso, a oração é, primeiro que tudo, ato da inteligência, sentimento de humildade e de reconhecimento, atitude de confiança e abandono diante d’Aquele que nos deu a vida por amor. A oração é diálogo misterioso mas real com Deus, diálogo de confiança e de amor”.[3]
Continuemos nossa meditação com estas perguntas:
Que pensamentos me chegam ao saber das más notícias do mundo? Acolho a Palavra de Deus como a força de minha vida? Encontro na oração a fortaleza quando sinto desespero?
3. ORAÇÃO
O que respondo ao Senhor me fala no texto?
Não posso abarcar teus planos
nem reter tua presença.
No entanto, ninguém me oferece
mais proximidade do que tu.
Somente na última solidão
nos encontraremos
frente à frente.
Mas, o que seria de mim
sem os sacramentos,
mananciais cotidianos,
onde bebo, gole após gole,
o dom de teu futuro?[4]
4. CONTEMPLAÇÃO
Como ponho em prática, me minha vida, os ensinamentos do texto?
Senhor, quando falo contido, chegam a esperança e a alegria.
5. AÇÃO
Com que me comprometo para demonstrar mudança?
Oro diariamente pelas situações que me preocupam e partilho com minha família a fé e o ânimo que me dá o alimentar-me da Palavra de Deus na oração.
“Como você conseguirá vencer as distrações na oração?
Pensando seriamente que Deus está olhando para você”.
São Basílio