“A minha casa será uma Casa de Oração”
20 de novembro de 2015Jesus diante de Pilatos Mateus 27.1-2,11-14; Marcos 15.1-5; Lucas 23.1-5
22 de novembro de 2015Leitura: Mateus 12, 46-50
Quando Jesus ainda estava falando ao povo, a mãe e os irmãos dele chegaram. Ficaram do lado de fora e pediram para falar com ele. Então alguém disse a Jesus: — Escute! A sua mãe e os seus irmãos estão lá fora e querem falar com o senhor. Jesus perguntou: — Quem é a minha mãe? E quem são os meus irmãos? Então apontou para os seus discípulos e disse: — Vejam! Aqui estão a minha mãe e os meus irmãos. Pois quem faz a vontade do meu Pai, que está no céu, é meu irmão, minha irmã e minha mãe.
Oração:
O que Jesus faz no evangelho de hoje rendeu-lhe grandes problemas. Seu aparente desdém com sua família atingiu em cheio a cultura judaica de seu tempo. Afinal, não deveria ele também, especialmente se Filho de Deus, honrar pai e mãe? A regra mosaica não deveria ser respeitada, a fim de que o povo judeu se mantivesse coeso e perene?
Embora tenha se metido em várias situações delicadas, Jesus não era um mero “caçador de confusão”. Parece, pela leitura dos evangelistas, que Jesus gostava de ser “encrenqueiro”, mas essa impressão deve ser lida de outra forma. Ele criava encrenca quando tinha algo muito importante para denunciar ou para anunciar, e isso ocorreu muitas vezes.
O que Jesus deseja com a confusão que criou naquele dia, quando perguntou – cinicamente? – quem era sua mãe e quem eram seus irmãos? Certamente não os quis ofender. Então quis o quê?
Quis revelar, de forma a não deixar dúvidas, a vocação da família cristã. Aqueles que se colocam entre os próximos de Jesus, seus familiares, mãe, pai, irmãos, primos, entre tantos outros, são todos que fazem a vontade do “Pai, que está no céu”. Não é quem é católico. Não é quem é cristão. Não é quem professa que Jesus é Deus. Não é quem diz que o Deus de Abraão é o verdadeiro Deus. Não é quem crê. Da família é quem faz a vontade do Pai. Protestante, espírita e católico que fazem a vontade do Pai. Muçulmano, judeu e cristão que fazem a vontade do pai. Ateu e agnóstico que fazem a vontade do Pai. Isso nos espanta como chocou aqueles que ouviram Jesus naquele dia?
A oração nos leve a reconhecer em cada um que faz a vontade do Pai – mesmo que n’Ele não creia ou não O veja – um irmão ou uma irmã com quem devemos conviver em paz e trabalhar na mesma casa. Assim talvez consigamos que aqueles que não fazem a vontade do Pai queiram morar conosco e entrar para a família…
João Gustavo H. M. Fonseca, Família Verbum Dei de Belo Horizonte