“Não vim trazer a paz”
13 de julho de 2015“As revelastes aos pequeninos”
15 de julho de 2015Leitura: Mateus 11,20-24
Naquele tempo, Jesus começou a censurar as cidades onde fora realizada a maior parte de seus milagres, porque não se tinham convertido. ‘Ai de ti, Corazim! Ai de ti, Betsaida! Porque, se os milagres que se realizaram no meio de vós, tivessem sido feitos em Tiro e Sidônia, há muito tempo elas teriam feito penitência, vestindo-se de cilício e cobrindo-se de cinza. Pois bem! Eu vos digo: no dia do julgamento, Tiro e Sidônia serão tratadas com menos dureza do que vós. E tu, Cafarnaum! Acaso serás erguida até o céu? Não! Serás jogada no inferno! Porque, se os milagres que foram realizados no meio de ti tivessem sido feitos em Sodoma, ela existiria até hoje! Eu, porém, vos digo: no dia do juízo, Sodoma será tratada com menos dureza do que vós!’
Oração:
Os milagres de Jesus foram sempre sinal de um ensinamento mais profundo. Na multiplicação dos pães, não havia apenas a vontade de saciar as pessoas, mas o desejo de que seus discípulos se incumbissem e partilhassem (Mt 14, 13-21). Quando cura o cego de Jericó, além do cego, que passa a ver, também a perspectiva da multidão, que antes pedia que ele se calasse, é alterada (Lc 18, 35-43). E os milagres também nunca prescindiram da fé dos envolvidos no sinal da ação de Deus (Mt 13, 54-58).
O evangelho de hoje nos convida a olhar para nossa vida de fé. Convida-nos a analisar toda nossa caminhada, longa ou curta, e perceber os momentos em que a graça do Pai pareceu mais evidente e menos comum. Revisitar os momentos em que nossa fé nos fez mais felizes (Mc 5, 34) e as ocasiões em que se fez conforme nossa vontade (Mt 15, 28).
Porque nem sempre as pegadas de Deus em nossa vida fazem que queiramos seguir definitivamente o caminho que Ele quer percorrer conosco, a admoestação de Jesus às cidades é também a nós dirigida. Ele nos diz: “Perceba o trecho que já percorremos! Não perca de vista nossos encontros! Lembre-se das nossas conversas! Não viva como se não tivesse me conhecido! Volte-se para mim! Olhe-me nos olhos!”
Trata-se de um convite a perceber, antes de tudo, o Amor com o qual somos amados, e a provar do sabor da entrega a esse Amor. Um convite a entender que Deus não quer encontros esporádicos com nossa vida, pois não sabe viver conosco um amor casual… Ele não quer momentos pontuais de intimidade; quer partilhar a vida toda.
João Gustavo H. M. Fonseca, graduando em Direito na UFMG e membro da Família Verbum Dei de Belo Horizonte