Unidade dos filhos de Deus
28 de março de 2015O último jantar com os discípulos
31 de março de 2015Leitura: João 12,1-11
Seis dias antes da Páscoa, Jesus foi a Betânia, onde estava Lázaro, que ele ressuscitara dos mortos. Ofereceram-lhe aí um jantar; Marta servia e Lázaro era um dos que estavam à mesa com ele. Então Maria, tendo tomado uma libra de um perfume de nardo puro, muito caro, ungiu os pés de Jesus e os enxugou com os cabelos; e a casa inteira ficou cheia do perfume do bálsamo. Disse, então, Judas Iscariotes, um de seus discípulos, aquele que o entregaria: “Por que não se vendeu este perfume por trezentos denários para dá-los aos pobres?” Ele disse isso, não porque se preocupasse com os pobres, mas porque era ladrão e, tendo a bolsa comum, roubava o que aí era posto. Disse então Jesus: “Deixe-a; ela conservará esse perfume para o dia da minha sepultura! Pois sempre tereis pobres convosco; mas a mim nem sempre tereis”. Grande multidão de judeus, tendo sabido que ele estava ali, veio, não só por causa de Jesus, mas também para ver Lázaro, que ele ressuscitara dos mortos. Os chefes dos sacerdotes decidiram, então, matar também a Lázaro, pois, por causa dele, muitos judeus se afastavam e criam em Jesus.
O jantar na casa de Lázaro
Jesus encontra-se em sua última semana terrena, quando vai visitar Lázaro e suas irmãs. Seria o último jantar com aqueles amigos, fazendo-nos imaginar o tom delicado daquela despedida. Maria, sempre doce e zelosa por aquilo que vem de Deus, põe-se a ungir com perfume caro os pés de Jesus, terminando por enxugá-los com os cabelos, em uma cerimônia que anteciparia o ritual fúnebre do final daquela semana.
Também nós adentramos a semana da paixão de Jesus, mirando sua gloriosa ressurreição. Estamos chamados a prostrarmo-nos como Maria, aos pés do Senhor, dedicando-lhe os nossos mais preciosos perfumes. Imaginemos então um encontro pessoal com Jesus, estando ele tomado pela ansiedade da iminente morte de cruz. Quais caros perfumes preparamos para banhá-lo? Qual oração faríamos diante de seus pés, em breve ultrajados pelos pregos de sua crucificação?
Sentados agora, à mesa, como Lázaro, que história poderemos contar a Jesus? De que forma podemos agradecê-lo por nos resgatar a vida, e pelo carinho e preocupação deste último encontro? Tomemos agora a cena de Marta, sempre disposta ao bom serviço. O que queremos ofertar a Jesus neste último encontro? Como podemos bem servi-lo em retribuição a tamanha amizade?
Que o jantar na casa de Lázaro seja para nós uma oportunidade de rever tudo aquilo que trazemos da quaresma para esta santa semana. Façamos de nossa mente, especialmente nestes dias, um templo de oração e meditação, a fim de pensarmos e guardarmos cada detalhe dos últimos gestos de Jesus.
Marcelo H. Camargos. Acadêmico de medicina na UFMG. Família Missionária Verbum Dei.