Deus e as boas obras
27 de março de 2015O jantar na casa de Lázaro
30 de março de 2015Leitura: João 11,45-56
Muitos dos judeus que tinham vindo à casa de Maria, tendo visto o que ele fizera, creram nele. Mas alguns dirigiram-se aos fariseus e lhes disseram o que Jesus fizera. Então, os chefes dos sacerdotes e os fariseus reuniram o Conselho e disseram: “Que faremos? Esse homem realiza muitos sinais. Se o deixarmos assim, todos crerão nele e os romanos virão, destruindo o nosso lugar santo e a nação”. Um dele, porém, Caifás, que era Sumo Sacerdote naquele ano, disse-lhes: ” Vós nada entendeis. Não compreendeis que é de vosso interesse que um só homem morra pelo povo e não pereça a nação toda?” Não dizia isso por si mesmo, mas sendo Sumo Sacerdote naquele ano, profetizou que Jesus morreria pela nação – e não só pela nação, mas também para congregar na unidade todos os filhos de Deus dispersos. Então, a partir desse dia, resolveram matá-lo. Jesus, por isso, não andava em público, entre os judeus, mas retirou-se para a região próxima do deserto, para a cidade chamada Efraim, e aí permaneceu com seus discípulos. Ora, a Páscoa dos judeus estava próxima, e muitos subiram do campo a Jerusalém, antes da Páscoa, para se purificarem. Eles procuravam Jesus e, estando no Templo, diziam entre si: “Que pensais? Virá ele à festa?”
Unidade dos filhos de Deus
Em diversas passagens Jesus nos faz pensar em quem achamos ser ele. Caifás, sumo sacerdote dos judeus, no texto de hoje, reúne a missão de Jesus ao profetizá-lo como o homem que morreria pelo povo, para que a nação não perecesse; isto é, o homem que morreria para congregar na unidade todos os filhos de Deus dispersos.
Precisamos refletir e tornar claro o sentido da vida, paixão e ressurreição de Cristo para nossa salvação. Se ele veio para nos reunir, uma vez que éramos filhos de Deus perdidos no mundo, ele nos reúne em torno de que? Percebamos que ele nos reúne em sua persistente vida coerente no amor, embora tenha havido o enfrentamento das tentações, do medo e da morte. Somos chamados a perseverar no amor, embora enfrentemos diariamente nossa fraqueza, o desânimo e o medo das incertezas que emergem em nossos caminhos.
Hoje ainda Jesus nos chama à sua reunião, pois nos convida a pertencermos ao seu corpo, a estarmos em comunhão com seu Reino. Para que isso aconteça em plenitude, ele nos impõe um desafio. Devemos também nós, com nossa história, sermos pessoas que reúnem os filhos de Deus dispersos. Para isso, devemos viver com vigor e coerência a nossa profissão de fé. É inaceitável dizermo-nos cristãos quando não buscamos ser imagem de Cristo. Nossa história deve ser uma jornada para imitação de Jesus, na sua vida, morte e ressurreição.
Peçamos que o Espírito de Deus nos faça imitadores da coerência de Jesus. Sua palavra, lembrada em cada dia, aprofundada na oração, seja luz que oriente nossas escolhas e nossa trajetória rumo ao seu encontro definitivo no céu.
Marcelo H. Camargos. Acadêmico de medicina na UFMG. Família Missionária Verbum Dei.