Daqui a pouco (João 16,16-20)
10 de maio de 2018Para que a vossa alegria seja completa (Jo 16, 23-28)
12 de maio de 2018Pois eu afirmo a vocês que isto é verdade: vocês vão chorar e ficar tristes, mas as pessoas do mundo ficarão alegres. Vocês ficarão tristes, mas essa tristeza virará alegria. Quando uma mulher está para dar à luz, ela fica triste porque chegou a sua hora de sofrer. Mas, depois que a criança nasce, a mulher fica tão alegre, que nem lembra mais do seu sofrimento. Assim acontece também com vocês: agora estão tristes, mas eu os verei novamente. Aí vocês ficarão cheios de alegria, e ninguém poderá tirar essa alegria de vocês.
— Quando chegar aquele dia, vocês não me pedirão nada.
Espírito Santo, dê-nos o dom da alegria para que possamos, com leveza e boa vontade, meditar sobre as palavras que o texto de hoje nos traz.
Uma coisa muito comum é não gostarmos de ser contrariados. Fazemos nossos planos, projetamos o que vai acontecer, esforçamo-nos para que tudo saia de acordo com o que queremos, mas… Frequentemente aparece um mas em nossa vida que nos tira do sério. Não é assim?
No contexto do texto de hoje, Jesus está preparando seus discípulos para a despedida. E despedir de quem amamos muito nos traz muita tristeza. Lembro-me da despedida de meu pai. Quanta tristeza saber que aquele com quem passamos tantos bons momentos, com quem sonhamos tantos sonhos já não poderemos mais ver, abraçar e nem sentir seu cheiro. Não estava em meus planos que ele se despedisse de nós tão cedo.
Na leitura de hoje, Jesus continua a se despedir dos discípulos e fala da tristeza que eles sentirão com sua ausência. Mas Jesus vai ressuscitar. Haverá uma passagem de uma forma de vida para outra. Assim, Ele se utiliza dos sentimentos de uma mulher que vai dar à luz uma criança. Por nove meses, a criança cresce e convive intimamente com a mulher, mas, completado o tempo da gestação, ela passará de uma forma de vida para outra. Sairá de uma condição intrauterina, na qual tinha uma dependência total da mãe, para uma vida extrauterina, quando começará, gradativamente, a tornar-se um ser mais independente. Antes da passagem, haverá momentos de dor e tristeza, mas depois, ao conhecer e reconhecer seu filho, será uma imensa alegria. Uma alegria que a fará superar e esquecer os momentos de dor e tristeza.
Como bom mestre que é, Jesus prepara seus discípulos para que consigam suportar a dor causada por sua morte e aguardem, com dignidade, a sua volta. Faz-se necessário manter a dignidade enquanto passamos por momentos de privações e provações. Afinal, somos filhos de Deus e não devemos perder a dignidade desta condição.
No capítulo 14 do evangelho segundo Mateus, Jesus faz a previsão da destruição do templo e narra diversas tribulações a serem enfrentadas, para então dizer: “mas quem ficar firme até o fim será salvo”.
Hoje, Jesus está preparando os discípulos para a destruição de seu corpo-templo, de tal forma que eles consigam se manter firmes em todas as tribulações pelas quais passarão.
Durante nossa vida, enfrentamos também a destruição de diversos templos. Construímos relações-templos com pessoas, objetos e trabalhos ou empregos, os quais, muitas vezes, são atacados e destruídos. Nestes momentos, também passamos por muitas tribulações, sentimos dor e nos entristecemos. Contudo, importa que saibamos nos aprofundar em nossa fé, e isso é muito bonito. Tudo vai passar! Tudo, como conhecemos hoje, irá acabar um dia. Mas, mantendo-nos firmes na fé e no amor a que ela conduz, haverá sempre algo novo que nos encherá de alegria.
Quando olho, por exemplo, para o meu casamento, percebo, claramente, como isso vai-se dando. Crises, tribulações, momentos que pareciam o fim foram sendo superados com muita perseverança e amor, fazendo com que a alegria da união cada vez se tornasse maior e mais forte, ou seja, cada vez mais difícil de nos ser tirada.
Senhor, vejo que você quer nos ensinar, a cada momento de nossa vida, que permanecer em você e no seu amor é a única possibilidade de experimentarmos a verdadeira alegria. Aquela que vem do conhecimento de sermos filhos amados, de sabermos que você nunca nos abandona e que nada poderá nos separar de seu amor. Uma alegria que vem do mais profundo de nosso ser e que nos é concedida pelo Espírito Santo que nos habita e nos ensina a verdade.
Maria, mãezinha querida, você que passou tantos momentos de aflição, cuidando de Jesus menino, interceda por nós e nos ajude a nos mantermos firmes na fé e no amor, para que possamos superar todas as adversidades até a renovação que nos trará a alegria que buscamos. Amém!
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João Batista Pereira Ferreira – Família Missionária Verbum Dei – Belo Horizonte