“Mostra-nos, ó Senhor Deus, o teu amor e dá-nos a tua salvação”
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12 de agosto de 2014Leitura
“Naquele tempo, quando Jesus e os seus discípulos estavam reunidos na Galiléia, ele lhes disse: ‘O Filho do Homem vai ser entregue nas mãos dos homens. Eles o matarão, mas no terceiro dia ele ressuscitará.’ E os discípulos ficaram muito tristes. Quando chegaram a Cafarnaum, os cobradores do imposto do Templo aproximaram-se de Pedro e perguntaram: ‘O vosso mestre não paga o imposto do Templo?’ Pedro respondeu: ‘Sim, paga.’ Ao entrar em casa, Jesus adiantou-se, e perguntou: ‘Simão, que te parece: Os reis da terra cobram impostos ou taxas de quem: dos filhos ou dos estranhos?’ Pedro respondeu: ‘Dos estranhos!’ Então Jesus disse:’Logo os filhos são livres. Mas, para não escandalizar essa gente, vai ao mar, lança o anzol, e abre a boca do primeiro peixe que tu pescares. Ali tu encontrarás uma moeda; pega então a moeda e vai entregá-la a eles, por mim e por ti'”.
Oração
No diálogo com Pedro, Jesus revela mais uma vez, se bem que com certo disfarce, quem Ele é. O templo é de Deus. Se o imposto é cobrado dos “estranhos” e Ele afirma que não o deveria pagar, não há outra conclusão senão esta: Ele é o Filho.
Chama a minha atenção a ação de Jesus, que se dispõe a pagar o imposto, algo que de certa forma contradiz sua declaração anterior. Para isso, uma razão: evitar o escândalo.
Daí não posso concluir, porém, que Jesus tenha sempre primado pela discrição. Basta lembrar a expulsão dos mercadores do templo (Mt 21, 12-17) ou a “negação” de sua família (Mt 12, 46-50) para nos darmos conta de que Jesus, em alguns momentos, não se preocupou comum possível escândalo.
A Palavra de hoje nos convida a uma oração que pede por discernimento. O seguimento não tem fórmula pronta e certa: a melhor hora para falar, para silenciar, para agir e para recuar não está de antemão definida. A ação do cristão depende da circunstância e tem a ver com sua intencionalidade.
Jesus não tem um padrão comportamental porque acima da forma de agir estão a mensagem do Reino e todos a quem ela deve chegar. A Boa Nova do evangelho é por si escandalizante. Que o Pai tenha amado o mundo de tal forma que tenha enviado o seu Filho (Jo 3, 16) é o escândalo maior e inevitável do evangelho… Então não podemos esperar que não haja sobressalto. Porém, para que o escândalo do amor não fique escondido, às vezes Jesus prefere não se esbarrar em questões menores.
Imitando Jesus, saibamos a hora de escandalizar e a de passar despercebidos. Que nós evitemos os escândalos que fazem mal e que tiram a atenção do escândalo que deve trazer alegria ao mundo: que o Amor d’Ele foi tal que tocou a humanidade e foi tocado por ela.
João Gustavo Henriques de Morais Fonseca, graduando em Direito na UFMG. Fraternidade Missionária Verbum Dei.