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“Por acaso, os amigos do noivo podem estar de luto enquanto o noivo está com eles?”
24 de fevereiro de 2023![](https://lectionautas.com.br/wp-content/uploads/2022/06/fotografiareligiosa_1622446491-scaled.jpg)
“…o Espírito conduziu Jesus ao deserto, para ser tentado…”
26 de fevereiro de 2023![](https://lectionautas.com.br/wp-content/uploads/2022/06/fotografiareligiosa_1611157553-1200x675.jpg)
25 de fevereiro de 2023
Sábado depois das Cinzas
Lc 5,27-32
“Levi preparou em casa um grande banquete para Jesus” (Lc 5,29).
Neste sábado, como temos feito todos os dias, preparemo-nos para nossa Leitura Orante, com uma prece à Ruah Divina. Podemos rezar como o salmista: “Ensinai-me os vossos caminhos e na vossa verdade andarei” (Sl 85 (86), 11a),
Hoje, nosso encontro com a Palavra, se dará a partir do Evangelho Segundo Lucas, capítulo 5, versículos 27 a 32.
1. Leitura – O que o texto diz?
Leiamos o texto de Lc 5,27-32 com bastante atenção até que ele se torne parte de nós, até que sejamos capazes de recontá-lo.
A narrativa de hoje é sobre um encontro que revolucionou a vida de um homem que trabalhava na coletoria de impostos. Levi estava em seu posto de trabalho quando foi visto e convidado por Jesus a segui-lo. O versículo 28 concentra a resposta de Levi diante daquele convite: “Levi deixou tudo, levantou-se e o seguiu”.
Os versículos seguintes anunciam os próximos passos daquele novo discípulo. Levi preparou um grande banquete para Jesus, no qual estavam presentes, além de Jesus e de seus discípulos muitos cobradores de impostos e outras pessoas, das quais o texto não oferece nenhuma informação ou elemento que as identifique. Tudo o que sabemos é que aquela reunião em torno da mesa “deu o que falar”.
No versículo 30, novos personagens entram em cena: os fariseus e seus mestres da Lei, que inoportunamente questionavam os discípulos de Jesus, perguntando-lhes por que comiam e bebiam com cobradores de impostos e pecadores. Ora, já sabemos que os cobradores de impostos não gozavam de boa reputação na época de Jesus, mas a designação “pecadores” só aparece agora, na murmuração dos fariseus e de seus mestres da Lei. Até então, nos alegrávamos com um grupo de pessoas que celebrava.
Embora a pergunta (provocação) dos fariseus e de seus mestres da Lei tenha sido dirigida aos discípulos de Jesus, é Jesus que toma a palavra e lhes responde, primeiro com um adágio: “Os que são sadios não precisam de médico, mas sim os que estão doentes” (v. 31); depois, falando especificamente sobre a maneira que caracterizava seu proceder: “Eu não vim chamar os justos, mas sim os pecadores para a conversão” (v. 32).
2. Meditação – O que o texto me diz?
Na meditação, saboreamos as palavras e os acontecimentos que chamaram nossa atenção na leitura, aqueles que vêm de encontro à realidade que experimentamos e através dos quais podemos compreender melhor o mundo e a nós próprios.
No encontro com o evangelho de hoje, muitas coisas podem ter nos tocado de modo particular:
– o chamado ao seguimento, o convite inesperado dirigido àquele cobrador de impostos;
– sua tomada de decisão tão imediata;
– o banquete preparado para o novo amigo;
– a celebração do encontro na refeição compartilhada por aquele grupo;
– os olhares observadores, curiosos e intrusos;
– os observadores apressados em murmurar;
– a palavra intrusa, sincera e precisa de Jesus, revelando seu modo de proceder e sua missão.
Que significado e que lição as palavras de sabedoria dirigidas por Jesus aos fariseus e seus mestres da Lei trazem a nós, leitores e leitoras do Evangelho, hoje? O que sentimos e o que aprendemos com essa narrativa? De que forma essa narrativa muda nossa maneira de olhar a nós próprios, nossos irmãos e irmãs e o mundo?
3. Oração – O que o texto me leva a dizer a Deus?
No evangelho de hoje, Levi preparou, em sua casa, um grande banquete para Jesus. Essa atitude nos ajuda a compreender o seguimento a Jesus – e mesmo a conversão – na perspectiva da experiência do encontro, da celebração, da partilha, de uma amizade aberta, capaz de acolher a tantas outras pessoas. Jesus é Mestre, mas também é Amigo e Companheiro.
Na oração, podemos disfrutar de sua companhia, podemos confidenciar-lhe segredos, falar-lhe sobre nosso dia, sobre nossas questões, dificuldades, compartilhar alegrias, deixar que outras pessoas participem dessa conversa…
Este é o momento do banquete, da festa, da celebração do encontro e da amizade.
4. Contemplação – O que o texto faz em mim?
Os fariseus e seus mestres da Lei do evangelho de hoje receberam um ensinamento de Jesus. No silêncio da contemplação, permitamos que Deus nos ajude a compreender a pessoa de Jesus, seu jeito de viver, seu amor gratuito, sua preferência por chamar os pecadores. Que, no silêncio desta contemplação, a Ruah Divina nos ajude a ter e a viver o mesmo sentimento de Cristo (Fl 2,5).
5. Ação – O que o texto – e este encontro – me solicita a agir?
Depois de todo o caminho realizado nesta Leitura Orante, pensemos qual deverá ser o gesto com o qual responderemos à palavra que nos foi dirigida e peçamos a Deus força e sabedoria para concretizá-lo.
Concluamos nossa Leitura Orante agradecendo ao Pai pela vida e a missão de Jesus, que não veio para chamar os justos, mas os pecadores, e a Jesus, por seu amor gratuito, sua presença em nossas vidas e amizade.
*Maria Nivaneide de Abreu Lima é leiga católica. Mestra em Teologia pela Universidade Católica de Pernambuco (Unicap) e assessora do Centro de Estudos Bíblicos (CEBI).