Fé: olhos para o invisível (Mc 2,1-12)
16 de janeiro de 2015II Domingo do Tempo Comum
18 de janeiro de 2015Jesus saiu de novo para a beira mar. Toda a multidão ia a seu encontro, e Jesus os ensinava.Enquanto passava, Jesus viu Levi, o filho de Alfeu, sentado na coletoria de impostos, e disse-lhe: “Segue-me!” Levi se levantou e o seguiu.
E aconteceu que, estando à mesa na casa de Levi, muitos cobradores de impostos e pecadores também estavam à mesa com Jesus e seus discípulos. Com efeito, eram muitos os que o seguiam.
Alguns doutores da Lei, que eram fariseus, viram que Jesus estava comendo com pecadores e cobradores de impostos. Então eles perguntaram aos discípulos: “Por que ele come com cobradores de impostos e pecadores?”
Tendo ouvido, Jesus respondeu-lhes: “Não são as pessoas sadias que precisam de médico, mas as doentes. Eu não vim para chamar justos, mas sim pecadores”.
Na primeira leitura de hoje, da carta aos hebreus, São Paulo diz: “a Palavra de Deus é viva, eficaz e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes. Penetra até dividir alma e espírito, articulações e medulas. Ela julga os pensamentos e as intenções do coração. E não há criatura que possa ocultar-se diante dela”.
Penso que o trecho do evangelho de hoje, dá crédito à afirmação de São Paulo.
Jesus, encarnação da Palavra de Deus, propõe uma condição que nos corta profundamente e que expõe nossas contradições de forma a não haver possibilidade de se ficar em cima do muro, ou seja, não podemos nos ocultar.
Jesus promove o encontro com os marginalizados, pois sua missão consiste em resgatá-los.
Os fariseus interpretam a lei, da qual eram doutores, de uma maneira fria e, muito provavelmente, da melhor maneira a lhes garantir a posição que detinham na sociedade religiosa da época.
Os fariseus, por não compreenderem a novidade, ou por se sentirem ameaçados, questionam os discípulos de Jesus a respeito do comportamento de seu mestre.
A questão colocada, então, aos fariseus, também é colocada para todos nós.
Somos sadios ou doentes? Somos justos ou pecadores?
Se somos sadios e justos não deveríamos nos unir para recuperar todos os doentes e pecadores? Afinal, a falta de caridade não seria um sinal de insanidade e de injustiça?
Só é justo quem pratica a justiça.
Se somos sadios e justos não podemos propor divisões, pois elas são sempre injustas, uma vez que afetará muito mais os mais fracos.
Por outro lado, se somos também doentes e pecadores, pergunto: não deveríamos praticar a misericórdia? Não deveríamos compreender que o outro também tem suas dificuldades, assim como nós a temos? Não deveríamos nos unir para juntos conseguirmos melhores condições de superar o que nos aflige?
O convite para a oração é inspecionarmos nosso coração e identificar os momentos que nos julgamos justos e os momentos que nos julgamos pecadores e como é nosso comportamento a partir destes julgamentos. Depois confrontar nosso comportamento com o espírito da missão de Jesus e percebermos, então, o quanto necessitamos do Senhor para nos salvar.
Que Maria, nossa mãezinha, nos acompanhe nesta caminhada e nos mostre a direção que nos leva a Jesus. Amém!
***
João Batista Pereira Ferreira – Família Missionária Verbum Dei – Belo Horizonte – MG