Herodes respeitava João, sabendo que era um homem justo e santo
4 de fevereiro de 2022Vou navegar nas águas deste mar…
6 de fevereiro de 202205/02/22 – Texto bíblico: Mc 6,30-34 – “Ao desembarcar, Jesus viu uma grande multidão e encheu-se de compaixão por eles…”
- Leitura: O que o texto diz?
Ainda caminhando em nossa leitura orante com o Evangelho de Marcos, vamos pedir ao Espírito Santo a graça de estarmos juntos com Jesus e seus discípulos no trecho que leremos agora. Depois da experiência da missão, em vez de descansar, os discípulos são desafiados a estar com a multidão e alimentá-los. Imaginemos a alegria e o entusiasmo dos discípulos ao descreverem suas experiências na evangelização: curas, milagres e muitas pessoas que escutaram da Boa-nova. Podemos imaginar a atenção de Jesus ao escutá-los, como um mestre dedicado faz com seus discípulos ao vê-los viver sua missão partilhada e assumida na vida de cada um deles. Em seguida, Jesus os convida para um lugar deserto, para descansar um pouco. Os discípulos precisavam descansar e também se alimentar. O deslocamento para o lugar deserto chamou a atenção de muitas pessoas. Eles se anteciparam e chegaram ao local antes de Jesus e seus discípulos. Ao chegar, Jesus vendo aquela multidão teve compaixão por todos. Não era somente uma multidão, números não mensuráveis, mas eram ovelhas sem pastor. Jesus, então começou a ensinar-lhes muitas coisas. Esta é a atitude do mestre-pastor Jesus que assume o desejo do Pai em acolher a todos, especialmente, os que mais sofrem.
- Meditação: O que o texto me diz?
O texto que temos em mãos tem muito a aprofundar em nosso coração acerca da entrega de Jesus aos que mais sofrem. Esta entrega também é o que fará parte da vida dos discípulos do mestre Jesus. Meditemos na intensidade da vida do mestre, sempre diante das multidões. Mas não qualquer multidão. Pessoas desvalidas, sem um norte na vida, seja material e espiritual. No início desta passagem de Marcos, a busca por descanso e alimento, por parte dos discípulos e de Jesus, tinha seu motivo que era recarregar as forças. O inesperado acontece. As multidões seguem aqueles que levam esperança renovada a tantos e tantas que sofrem. O coração compassivo de Jesus os acolhe, assim como Deus sempre acolheu a todos e todas. O Filho de Deus não faz diferente. Dá de si mesmo. Faz-se um com cada um que ali está. Seu ensinamento é bálsamo e caminho novo para recomeçar a perceber o Reino de Deus acontecer. Nossa meditação nos faz compreender que nossa missão nunca será pontual. Quanto mais estivermos felizes e realizados em fazer a vontade de Deus, estaremos sempre diante de novas situações de doação e entrega para levar o amor e a misericórdia do Senhor para outras pessoas.
- Oração: O que o texto me faz dizer a Deus?
Nosso coração busca Aquele que nos envia em missão. Fomos provocados pela meditação. Queremos diante Dele aprofundar nossa disposição para bem servi-lo nos mais pobres. “Senhor, que haja sempre desejo de te servir, revigora nossas forçar para sermos tuas sentinelas, a apontar para as pessoas tua presença e teu infinito amor. É diante de Ti que temos a certeza que tua bondade nunca cessa de agir”. Apresente ao Senhor toda a sua vida missionária, no louvor e na gratidão a Ele. Deus se faz vivo na vida de tantas pessoas que passam por nós. Precisamos estar sempre em busca da fonte da nossa fé, que é o próprio Senhor.
- Contemplação: O que Deus, através do texto, faz em mim?
Na presença de Deus, o texto age de forma profunda em nosso coração. Após termos expressado nossas palavras, o transbordamento da presença do Senhor é algo que fixa nossa atenção interior a Ele. Sentimos o chamado a sermos discípulos e discípulas para vivermos um processo de renovação profunda. A Palavra ganha novos espaços em nós. É na contemplação que superamos nossa visão limitada em pensar que já fizemos tudo em nome de Deus. Ele sempre nos surpreende. Quando pensamos que é o suficiente nosso serviço, experimentamos o amor divino que nunca se esgota. Logo, nossa missão é fecunda enquanto transbordar o amor de Deus em nós.
- Ação: Que gestos concretos a Palavra de Deus me impulsiona a fazer?
Sempre é tempo de repensar nossa ação missionária na Igreja. A passagem bíblica “A messe é grande e poucos são os operários” (Lc 10,2) retrata o quanto a Igreja necessita de missionário para levar a Boa-nova de Deus. Parece que a cada dia se necessita de mais evangelizadores. É a dinâmica do encontro com Deus, que gera discípulos e discípulas a viver a inspiração dos primeiros apóstolos, assim como Lucas nos mostra em Atos dos Apóstolos. Vivemos tempos bem desafiantes, em que temos que encarar todas as oportunidades para estarmos prontos a sair em missão. A vida de comunhão com Deus e com os irmãos é essencial para termos a disposição para a evangelização. Depois, temos que nos cuidar. É essencial o cuidado com nosso corpo, com nosso descanso. Por mais que sejamos surpreendidos por missões inesperadas, também precisamos construir momentos de buscar descanso pois, do contrário, entraremos em estafas físicas e mentais, que nos afastarão do essencial e da lucidez de servir a Deus, com amor e gratidão. É momento de rever nossa ação evangelizadora, seja lá qual for seu serviço, para discernirmos a eficácia do nosso sim Àquele que nos chama, constantemente.
Ir. Edmilton Lima
*Membro do Instituto Religioso Nova Jerusalém. Pós-graduado em Formação para Vida Religiosa pelo Instituto São Tomás de Aquino (ISTA-BH). Graduando em Teologia pela Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia (FAJE-BH). Graduado em Sociologia pela UFC e Filosofia pela FCF.