Testemunho atual (João 6, 60-69)
16 de abril de 2016Jesus – a porta para nossa liberdade
18 de abril de 2016“Ele nos fez, e nós somos dele;
somos o seu povo, o seu rebanho”.
Sl 100.3
PREPARAÇÃO ESPIRITUAL
Senhor,
faze com que aprendamos
a escutar-te sempre com todo o nosso ser;
que, à imitação de Maria,
conservemos tuas palavras
para meditá-las em nosso coração
como bons discípulos e seguidores teus.
Concede-nos que, cheios de ti,
consigamos comunicar a nossos irmãos
o que vimos e ouvimos.
Somente assim seremos testemunhas de teu reino
e viveremos com fidelidade
a vocação a que nos chamas cada dia.
TEXTO BÍBLICO: João 10.27-30
27As minhas ovelhas escutam a minha voz; eu as conheço, e elas me seguem. 28Eu lhes dou a vida eterna, e por isso elas nunca morrerão. Ninguém poderá arrancá-las da minha mão. 29O poder que o Pai me deu é maior do que tudo, e ninguém pode arrancá-las da mão dele. 30Eu e o Pai somos um.
Algumas perguntas para ajudá-lo em uma leitura atenta…
Quem reconhece a voz de Jesus? Quem conhece Jesus? Quem dá a vida eterna às ovelhas? Quem pode tirar-lhes o que o Pai lhes deu? Quem são um?
Algumas pistas para compreender o texto:
Neste quarto domingo de Páscoa, chamado de o domingo do Bom Pastor, celebramos Jesus ressuscitado, que continua a pastorear seu rebanho.
O texto, muito breve, faz parte do capítulo 10 do Evangelho de João, onde Jesus se apresenta como Bom Pastor que dá sua vida pelas ovelhas (vv. 11,14). Podemos distinguir no texto três personagens: as ovelhas, o próprio Jesus e o Pai. No início, mostra-se a relação de Jesus com suas ovelhas e, em seguida, passa-se à relação de Jesus com o Pai.
O texto começa retomando, parcialmente, o que já havia dito antes: as ovelhas reconhecem a voz de pastor (10.3,4), ele as conhece (10.14) e elas o seguem (10.4).
O fato de Jesus apresentar-se como pastor, como Bom Pastor, indica que ele não entende a si mesmo sem as ovelhas. Não há um pastor que não tenha ovelhas. É tal a relação que Jesus estabelece conosco, que ele mesmo não se entende sem nós. Assim como não há um pai que não tenha um filho, tampouco há um pastor sem ovelhas.
Estas palavras de Jesus estão em um contexto polêmico. Os judeus não acreditavam em Jesus; por isso ele lhes diz: “…mas vocês não creem porque não são minhas ovelhas” (v. 26). O que diferencia as ovelhas de Jesus é que elas escutam sua voz e o seguem (v. 27). É preciso levar em conta que, na linguagem bíblica, “escutar” é quase sinônimo de “obedecer”: escutam de verdade os que obedecem; por isso, Jesus fala de escutar, em vez de seguir.
Além de descrever as ovelhas, que o escutam e seguem, Jesus diz o que é que ele faz: “eu as conheço”, “eu lhes dou a vida eterna”, e as protege de tal modo que “ninguém poderá arrancá-las da minha mão”.
O v. 29 pode ser traduzido de diversas maneiras, e é possível que o sentido seja: “o Pai, que as deu a mim, é maior do que todos, e ninguém pode arrancá-las da mão de meu Pai”. No contexto polêmico em que o texto se encontra, Jesus faz referência ao “maior”, Deus, que não somente é seu Pai, mas também é quem protege as ovelhas de Jesus, e ninguém pode arrebatá-las.
Por fim, Jesus faz uma das afirmações mais fortes de sua relação com o Pai: “O Pai e eu somos um” (v. 30). Aquele que estava no princípio com Deus (Jo 1.1) tem uma comunhão tão íntima com ele (Jo 1.18: literalmente se diz que “está em seu seio”), que pode afirmar que seu Pai e ele são um. Essa é a unidade que também pedirá para seus discípulos: “E peço que todos sejam um. E assim como tu, meu Pai, estás unido comigo, e eu estou unido contigo, que todos os que crerem também estejam unidos a nós para que o mundo creia que tu me enviaste” (Jo17.21).
2. MEDITAÇÃO
O que o Senhor me diz no texto?
Neste domingo, celebramos a festa do Bom Pastor. Além de unir-nos em oração pelo trabalho que os bispos e o sacerdotes realizam, recordemos que ser ovelha significa fazer parte de um rebanho com alguém à frente, que guia e mostra o caminho. O convite é que, além de sermos muito obedientes ao Senhor, tenhamos obediência às palavras de nossos pastores, que decidem consagrar-se para nossa salvação e agir sob a inspiração do Espírito Santo.
O Papa Francisco compartilha conosco uma reflexão que nos esclarece esta relação com o Senhor: “Jesus quer estabelecer com os seus amigos uma relação que seja o reflexo da relação que ele mesmo tem com o Pai: uma relação de pertença recíproca na confiança plena e na comunhão íntima. Para manifestar este entendimento profundo, esta relação de amizade, Jesus utiliza a imagem do pastor com as suas ovelhas: ele chama-as e elas reconhecem a sua voz, respondem ao seu apelo e seguem-no. Esta parábola é muito bonita! O mistério da voz é sugestivo: pensemos que desde o ventre da nossa mãe nós aprendemos a reconhecer a sua voz e a voz do nosso pai; do tom de uma voz sentimos o amor ou o desprezo, o carinho ou a insensibilidade. A voz de Jesus é única! Se aprendemos a distingui-la, ele guia-nos pelo caminho da vida, uma senda que ultrapassa até o abismo da morte.
Mas numa certa altura, referindo-se às suas ovelhas, Jesus disse: ‘O meu Pai, que mas deu…’ (Jo 10.29). Isto é muito importante, é um mistério profundo, não fácil de compreender: se me sinto atraído por Jesus, se a sua voz aquece o meu coração, é graças a Deus Pai, que incutiu em nós o desejo do amor, da verdade, da vida e da beleza… e Jesus é tudo isto em plenitude! Isto ajuda-nos a compreender o mistério da vocação, especialmente das chamadas a uma consagração especial. Às vezes Jesus chama-nos, convida-nos a segui-lo, mas talvez não nos damos conta que é ele”.
Continuemos nossa meditação com estas perguntas:
Em que momentos escutei a voz de Jesus? Tenho sentido que Jesus me conhece e me ajuda a crescer através dos bispos e sacerdotes? Como concebo a presença do Pai, que é um só com Jesus? Alguma vez senti o desejo de seguir a Cristo na vida consagrada ou no sacerdócio? Falei a respeito disso com alguém?
3. ORAÇÃO
O que respondo ao Senhor me fala no texto?
Pastor, que com teus assobios amorosos,
me despertaste do profundo sono;
Tu, que fizeste um cajado desse lenho
em que estendes teus braços poderosos,
Volta para mim teus olhos piedosos,
pois te confesso como meu amor e dono,
e de seguir minha palavra empenho
teus doces assobios e teus pés formosos.
Ouve, Pastor, que por amor morres,
não te espante o rigor de meus pecados,
visto que dos exaustos tão amigo és.
Espera, pois, e escuta meus cuidados…
Mas, como dizer que esperes,
se estás, para esperar, de pés pregados?
4. CONTEMPLAÇÃO
Como ponho em prática, me minha vida, os ensinamentos do texto?
Jesus, tu és meu pastor: escuto tua voz e te sigo.
5. AÇÃO
Com que me comprometo para demonstrar mudança?
Em minha oração diária da semana, pedirei a Deus pelos bispos.
“O sacerdote, mediante o sacramento, está enxertado totalmente em Cristo, para que, partindo dele e agindo com vistas a ele, realize, em comunhão com ele, o serviço do único Pastor, Jesus.”
Bento XVI