“A vida eterna é esta: que eles conheçam a ti”
15 de maio de 2018Para que eles cheguem à unidade perfeita
17 de maio de 2018Evangelho: João 17, 11b-19
“Pai santo, pelo poder do teu nome, o nome que me deste, guarda-os para que sejam um, assim como tu e eu somos um. Quando estava com eles no mundo, eu os guardava pelo poder do teu nome, o mesmo nome que me deste. Tomei conta deles; e nenhum se perdeu, a não ser aquele que já ia se perder para que se cumprisse o que as Escrituras Sagradas dizem. E agora estou indo para perto de ti. Mas digo isso enquanto estou no mundo para que o coração deles fique cheio da minha alegria. Eu lhes dei a tua mensagem, mas o mundo ficou com ódio deles porque eles não são do mundo, como eu também não sou. Não peço que os tires do mundo, mas que os guardes do Maligno. Assim como eu não sou do mundo, eles também não são. Que eles sejam teus por meio da verdade; a tua mensagem é a verdade. Assim como tu me enviaste ao mundo, eu também os enviei. Em favor deles eu me entrego completamente a ti. Faço isso para que, de fato, eles também sejam completamente teus.”
Reflexão:
Neste dia, unir-nos à oração de Jesus, deixando o nosso coração encher-se de alegria por experimentar-se cuidado e amado por Ele.
Um convite é centrar-nos na palavra “guarda”, empregada 3 vezes por Jesus neste trecho – e, em algumas traduções, até 4 vezes. “Guarda-os para que sejam um, assim como tu e eu somos um.” Jesus pede ao Pai para nós a guarda. É uma proteção, cuidado que se dá a algo ou alguém valioso e afetivamente importante. Saborear esse pedido, feito do fundo do coração de Alguém prestes a se entregar, a oferecer a própria vida por este pedido, por este amor. Não passar rápido e de forma despercebida por isso. E qual é essa proteção que Ele pede? Fazer-nos participar da comunhão entre Ele e o Pai, sendo um com eles e entre nós.
“Quando eu estava com eles, eu os guardava em teu nome que me deste”. Reconhecer a guarda de Jesus ao longo da nossa história e a todos em todo este período de História da Igreja, desde os primeiros discípulos até agora. Não é um retirar-se do mundo nem uma proteção do mundo. Em Cristo, pelo Mistério da Encarnação, o mundo é lugar de salvação, no qual somos convidados a encontrar as sementes do Verbo. É uma guarda contra o mal, a divisão que existe aí, em nós e fora de nós, mesmo sabendo que ela não tem a última Palavra, pois o Cristo já venceu pelo seu Amor derramado.
Jesus não só não nos tira, como nos envia ao mundo da mesma forma que Ele foi enviado pelo Pai. O chamado é a permanecer na verdade de Seu amor e de Sua Palavra, e nela sermos um entre nós, rompendo com as divisões, dando testemunho de comunhão nas diferenças. “Que eles sejam teus por meio da verdade; a tua mensagem é a verdade.”
É assim que Paulo, na primeira leitura de hoje, também muito bonita (At 20,28-38), convida a comunidade de Éfeso e a nós. Recomenda-nos ao cuidado de Deus: “Recomendo-vos a Deus e à palavra de sua graça, que tem o poder de edificar”. E exorta a, pela guarda e cuidado recebidos, ser guardiães uns dos outros: “Estai atentos a vós mesmos e a todo o rebanho: nele o Espírito Santo vos constituiu guardiães”.
Que esse mesmo Espírito nos acompanhe então na nossa experiência de comunhão com Deus e os irmãos, em vivermos como pessoas guardadas por tanto Amor e, por Ele, em guardar uns aos outros, sendo também porto seguro para os demais.
Tania Pulier, esteticista da alma, membro da CVX Cardoner e da Família Missionária Verbum Dei