Evangelho – Lc 4,38-44
4 de setembro de 2013Evangelho – Lc 5,33-39
6 de setembro de 2013Naquele tempo: Jesus estava na margem do lago de Genesaré, e a multidão apertava-se ao seu redor para ouvir a palavra de Deus. Jesus viu duas barcas paradas na margem do lago. Os pescadores haviam desembarcado e lavavam as redes. Subindo numa das barcas, que era de Simão, pediu que se afastasse um pouco da margem. Depois sentou-se e, da barca, ensinava as multidões. Quando acabou de falar, disse a Simão: ‘Avança para águas mais profundas, e lançai vossas redes para a pesca’. Simão respondeu: ‘Mestre, nós trabalhamos a noite inteira e nada pescamos. Mas, em atenção à tua palavra, vou lançar as redes’. Assim fizeram, e apanharam tamanha quantidade de peixes que as redes se rompiam. Então fizeram sinal aos companheiros da outra barca, para que viessem ajudá-los. Eles vieram, e encheram as duas barcas, a ponto de quase afundarem. Ao ver aquilo, Simão Pedro atirou-se aos pés de Jesus,
dizendo: ‘Senhor, afasta-te de mim, porque sou um pecador!’ É que o espanto se apoderara de Simão e de todos os seus companheiros, por causa da pesca que acabavam de fazer. Tiago e João, filhos de Zebedeu, que eram sócios de Simão, também ficaram espantados. Jesus, porém, disse a Simão: ‘Não tenhas medo! De hoje em diante tu serás pescador de homens.’
Então levaram as barcas para a margem, deixaram tudo e seguiram a Jesus.
Para refletir…
A ordem de Jesus para avançar para águas mais profundas e a consequente pesca abundante fazem-me pensar que, também em minha vida, é necessário arriscar-me um pouco se eu quero encher as redes até que quase se rompam; é necessário que eu perca de vista as margens do mar, para onde é fácil remar sempre que algo sai do meu controle. Previsibilidade, estabilidade, controle… Talvez esses aspectos caros ao mercado, ao profissionalismo, não sejam, na vida de fé, da mesma altura; na verdade, parecem ser contrários ao que Deus nos pede em nossa entrega. Eu consigo sair dessa lógica para me relacionar com Deus e ao tentar a evangelização?
Sobre a evangelização, marca-me a resposta de Pedro: “Em atenção à tua palavra, vou lançar as redes”. Por esse ato de obediência ou respeito, Pedro conseguiu um sinal que o fez ser, dali em diante, um pescador de homens. Ora, a que palavra Pedro estava atento? À ordem de avançar para águas mais profundas, ordem que contrariava a experiência daqueles profissionais da pesca? Ou também às palavras que Jesus tinha dito quando se utilizara da barca para falar às multidões? Eu me disponho a ser barca para Jesus?
Sinto que, aos convites de Deus para fazermos o mesmo que já fizemos, para obter um sucesso que antes não tivemos, só conseguimos dizer sim quando ouvimos, além dos convites aparentemente insanos de Deus, toda a conversa que Ele tem conosco durante a vida e tudo que Ele fala também aos e através dos outros. Daí a importância, para dizer “sim” a Ele, de termos uma vida de fé contínua e uma vivência dela em comunidade. Presentes esses dois elementos, Deus não nos pede que sejamos outra pessoa – Pedro continuou “pescador” –, mas a mesma pessoa, com outras perspectivas – “tu serás pescador de homens”.
João Gustavo Henriques de Morais Fonseca, graduando em Direito, UFMG – Família Missionária Verbum Dei