Por isso, se vós não sois fiéis no uso do dinheiro injusto, quem vos confiará o verdadeiro bem? (Lc, 16, 9-15)
11 de novembro de 2017O pecado e o perdão
13 de novembro de 2017PREPARAÇÃO ESPIRITUAL
Vem, Espírito Santo, para que eu aprenda
a viver com liberdade interior.
Ajuda-me a desprender-me de meus planos
quando a vida os modificar.
Toca meu coração para que confie
em tua proteção amorosa.
Serás meu poderoso protetor
em meio a toda dificuldade.
Derrama em mim tua vida, intensa e harmoniosa,
para que não me oponha ao cansaço, ao desgaste, às mudanças,
e para que não busque falsas seguranças.
Que tua Palavra chegue a toda a minha vida
e se faça vida em mim e em minha comunidade.
Amém
TEXTO BÍBLICO: Mt 25.1-13
As dez moças
1Jesus disse:
– Naquele dia o Reino do Céu será como dez moças que pegaram as suas lamparinas e saíram para se encontrar com o noivo. 2Cinco eram sem juízo, e cinco eram ajuizadas. 3As moças sem juízo pegaram as suas lamparinas, mas não levaram óleo de reserva. 4As ajuizadas levaram vasilhas com óleo para as suas lamparinas. 5Como o noivo estava demorando, as dez moças começaram a cochilar e pegaram no sono.
6 – À meia-noite se ouviu este grito: “O noivo está chegando! Venham se encontrar com ele!”
7 – Então as dez moças acordaram e acenderam as suas lamparinas. 8Aí as moças sem juízo disseram às outras: “Deem um pouco de óleo para nós, pois as nossas lamparinas estão se apagando”.
9– “De jeito nenhum”, responderam as moças ajuizadas. “O óleo que nós temos não dá para nós e para vocês. Se vocês querem óleo, vão comprar!”
10– Então as moças sem juízo saíram para comprar óleo, e, enquanto estavam fora, o noivo chegou. As cinco moças que estavam com as lamparinas prontas entraram com ele para a festa do casamento, e aporta foi trancada.
11– Mais tarde as outras chegaram e começaram a gritar: “Senhor, senhor, nos deixe entrar!”
12– O noivo responde: Eu afirmo a vocês que isto é verdade: eu não sei quem são vocês!”
13E Jesus terminou, dizendo:
– Portanto, fiquem vigiando porque vocês não sabem qual será o dia e a hora.
1. LEITURA
Que diz o texto?
Algumas perguntas para ajudá-lo em uma leitura atenta…
- · O que fazem as dez moças?
- · O texto divide as jovens em dois grupos: por quê e em que se diferenciam?
- · O que acontece quando chega o Noivo?
- · Que consequências teve para cada grupo de jovens a diferente atitude delas?
Algumas pistas para compreender o texto
Pe. Damian Nannini
O texto começa apresentando-nos dez jovens que, com suas lâmpadas nas mãos, saem para receber o noivo. Para entender isto, devemos lembrar a forma de celebrarem-se os matrimônios em Israel no tempo de Jesus: na noite da festa de bodas, o esposo dirige-se à casa de sua noiva para levá-la ao domicílio que terão como casados. O noivo vem acompanhado por seus amigos, ao passo que a noiva sai com o cortejo de suas amigas. Forma-se uma alegre procissão, com cantos, na qual os acompanhantes levam tochas e lâmpadas. Pois bem, dentre as jovens virgens, cinco eram sem juízo, pois não se proveram do óleo necessário, ao passo que as outras cinco eram ajuizadas, pois levaram suficiente quantidade de óleo para toda a noite.
Ajuizado, no evangelho, designa aquele que sabe o que significa o momento do juízo, que soube ser fiel à sua própria missão, e espera, preparado, a vinda do Senhor. Em contrapartida, alguém sem juízo ou insensato é aquele que escuta as palavras mas não as põe em prática. Como o noivo tarda em chegar, todas pegaram no sono.
A demora do noivo convida-nos a pensar no atraso da Parusia, da segunda vinda do Senhor. O fato de adormecer não é condenável, já que é noite e há uma considerável demora. O texto toma outro ritmo quando se menciona o grito no meio da noite para avisar da chegada do noivo e renovar o convite para sair a seu encontro. Na Escritura, o meio da noite é o momento da obra de Deus, como no Êxodo.
A vinda do noivo coloca em movimento as protagonistas e evidencia a carência das sem juízo. Já que não têm óleo para reabastecer as lâmpadas, e o que as ajuizadas têm não é bastante para todas, as sem juízo precisam ir comprá-lo no mercado.
As ajuizadas estavam ali com suas lâmpadas acesas quando chega o noivo e podem entrar; as sem juízo chegam depois, mas a porta já está fechada e não podem entrar. Isto faz referência aos falsos discípulos que não cumprem a vontade de Deus e aos que não é suficiente dizer “Senhor, senhor”. A resposta do Senhor ao clamor é dura: desconhece-as. A mensagem, portanto, é um forte apelo à vigilância, pois não sabemos nem o dia nem a hora. É um convite a estar em claro, atentos, vigilantes.
O que o Senhor me diz no texto?
Quando se é jovem, aquilo em que menos se pensa é no fim do mundo e da própria vida. Tudo isto soa como algo distante e irreal. O certo, porém, é que cedo ou tarde o fim virá, porque nem eu nem o mundo somos eternos. E para o crente, o fim da própria vida e o fim do mundo coincidem com o tempo de prestar contas a Deus de nossas vidas, com o juízo final.
Uma vez que o fato de ter de prestar contas de nossas ações diante de Deus faz parte de nossa vida, queiramos ou não, Jesus fala-nos desta realidade através de algumas parábolas como a deste domingo. E por que o faz? Para assustar-nos e amargurar-nos a vida? De forma alguma! Ele o faz para que sejamos responsáveis, pois deveremos responder por nossas ações; para que sejamos sábios e nos ocupemos com as coisas importantes da vida e aproveitemos bem o tempo; para que façamos frutificar os dons ou talentos que recebemos; para que não percamos de vista o que é essencial na vida: o amor.
Concretamente, na parábola de hoje, é-nos ensinado em primeiro lugar que naquele momento final, nem todos os chamados ou convidados ao banquete nupcial entrarão para participar dele, porque nem todos responderam bem. Portanto, o importante, no final, não é o chamado, mas a resposta; não a lâmpada, mas o óleo; não a pertença à comunidade, mas as obras. No dia do juízo, Deus levará em conta as boras, o que de concreto tivermos feito.
E o que significa o óleo da parábola, que as ajuizadas tinham suficientemente, ao passo que as sem juízo não? Se considerarmos que se trata do óleo para manter acesas as lâmpadas, podemos relacioná-lo com Mt 5.16, onde se disse que a luz com que os discípulos iluminam são as boas obras. Contudo, relacionando-o com os textos anteriores, podemos pensar no amor. E se ficarmos apenas com esta parábola, o óleo é a atitude vigilante, atenta e previdente para a vinda do Senhor. No fundo, estes diversos sentidos se ligam, porque o amor é que faz com que a alma permaneça atenta e vigilante, à espera do Amado, e este amor se concretiza em boas obras. Em resumo, as cinco virgens ajuizadas tinham uma fé viva, uma esperança atenta e uma caridade operante.
O outro ensinamento da parábola é que, para entrar no banquete do Reino de Deus, é preciso ser prudente, ou seja, vigilante, estar atento ao momento presente. Isto supõe estar sempre à espera de Cristo, de sua vinda a nossas vidas. Por conseguinte, é preciso não ser sem juízo ou imprudente, desatento ao Senhor e encaracolado em si mesmo.
O Papa Francisco explica esta parábola da seguinte maneira: “O Esposo é o Senhor, e o tempo de espera da sua chegada é o temo que ele nos concede, a todos nós, com misericórdia e paciência, antes da sua vinda derradeira; é um tempo de vigilância; tempo em que devemos manter acessas as lâmpadas da fé, da esperança e da caridade, nas quais conservar aberto o coração para o bem, a beleza e a verdade; tempo para viver segundo Deus, pois não conhecemos nem o dia nem a hora da vinda de Cristo. É-nos pedido que estejamos preparados para o encontro – preparados para um encontro, um encontro bonito, o encontro com Jesus – que significa saber ver os sinais da sua presença, manter viva a nossa fé com a oração e com os sacramentos, ser vigilantes para não adormecer, para não nos esquecermos de Deus. A vida dos cristãos adormecidos é triste, não é uma vida feliz. O cristão deve ser feliz, a alegria de Jesus. Não adormeçamos!”
Continuemos nossa meditação com estas perguntas:
- · Estou consciente de que deverei prestar contas de todas e de cada uma de minhas ações a Deus?
- · Se hoje Deus me pedisse contas de minhas obras, contar-me-ia entre os/as sem juízo ou entre os/as ajuizados/as?
- · Sinto-me fervoroso, animado e feliz com minha fé, ou arrasto minha vida de crente como um grande peso?
- · Creio, de verdade, que o Senhor vem continuamente à minha vida de muitas maneiras?
- · Tenho alguma experiência da presença do Senhor em minha vida para partilhar com os outros?
3. ORAÇÃO
O que respondo ao Senhor me fala no texto?
Concede-me perceber que o Reino está aqui, presente.
Que és tu o noivo que vem buscar-me.
Que eu não adormeça nas seguranças.
Desejo preparar nosso encontro,
com obras e lâmpadas acesas em minhas realidades.
Ofereço-te cada atitude sem juízo;
concede-me sempre o óleo novo da prudência.
Abre-me a porta: quero entrar contigo para a boda.
Que assim seja.
4. CONTEMPLAÇÃO
Como ponho em prática, em minha vida, os ensinamentos do texto?
“Jesus, peço-te estar sempre vigilante, esperando e preparando tua chegada”.
5. AÇÃO
Com que me comprometo para demonstrar mudança?
Durante esta semana, comprometo-me a visitar um enfermo e conversar com ele sobre a vigilância cristã.
“Para fazer com que uma lâmpada esteja sempre acesa
não devemos deixar do colocar nela o óleo da oração.”
Santa Teresa de Calcutá