Ganhar ou perder a vida (Mateus 10,34-11,1)
14 de julho de 2014Sois da família de Deus (Mateus 12,46-50)
16 de julho de 2014“Então Jesus começou a falar contra as cidades onde havia realizado a maior parte de seus milagres, porque elas não tinham se convertido.
Ele dizia: ‘Ai de você, Corazin! Ai de você, Betsaida! Porque, se em Tiro e Sidônia tivessem sido realizados os milagres que foram feitos no meio de vocês, há muito tempo elas teriam feito penitência, vestindo-se de cilício e cobrindo-se de cinzas. Pois bem! Eu digo a vocês: no dia do julgamento, Tiro e Sidônia terão uma sentença menos dura que vocês.
E você, Cafarnaum! Será erguida até o céu? Será jogada é no inferno, isso sim! Porque, se em Sodoma tivessem acontecido os milagres que foram realizados no meio de você, ela existiria até o dia de hoje! Eu lhe digo: no dia do julgamento, Sodoma terá uma sentença menos dura que você!’”
A dureza das palavras de Jesus neste Evangelho pode nos assustar, e sentirmos dificuldade de entrar na oração. Começamos invocando então o Espírito, para que Ele abra nosso coração para escutar.
Apesar de estar na região próxima à Galileia, centro do ministério de Jesus, e com todos os sinais que Ele realizou apontando para a Vida em abundância que veio trazer, Corazin, Betsaida e Cafarnaum não se converteram. Às vezes olho para algumas pessoas que não tem uma experiência direta do amor de Deus, até mesmo alguns ateus, vejo todo o bem que realizam, seu compromisso com a justiça, sua coerência com valores, e questiono-me que a vida delas assemelha-se mais a Jesus que a minha. Até onde chegariam, então, se experimentassem este alimento sólido do Seu amor, do diálogo com Ele, do sustento que vem da oração! E eu, até onde chego? Como a minha vida fala de Deus? Como vai minha conversão diária?
Outras vezes observo pessoas que vivem experiências de falta de vida, nas carências, na busca sem limites do prazer, ou até mesmo nos enganos e crimes. E me pego pensando se não seriam diferentes se tivessem a chance de conhecer o Amor. E o que faço com a chance que recebi? Alimento-me da Fonte que me é oferecida ou busco outras que não saciam, menos ainda impulsionam a viver mais e melhor?
Mais ainda: não seria eu canal para tantas pessoas conhecerem o Amor se minha vida fosse mais coerente, se eu vivesse e oferecesse o que recebi? Quantas pessoas conheceram Jesus através dos discípulos! E quantas ao longo da História, permitindo-nos a oportunidade de hoje conhecê-lo! E através de mim, as pessoas têm conhecido o Amor e tido a chance de optar por Ele? A corrente de vida tem continuidade através de mim?
Ai de uma pessoa que podendo viver não vive! Ai de nós se não abraçarmos a vida e ainda retivermos a chance de ela chegar a outros! É neste sentido o lamento do Senhor. Senhor, quais são os seus lamentos diante da minha vida? Ajuda-me a escutá-los, pois quero viver plenamente e gerar vida, a Sua vida, onde eu estiver!
Este Evangelho também nos permite uma segunda leitura, em nossa missão de evangelizadores. Quantas vezes ficamos arrasados e nos culpabilizando eternamente diante da não acolhida do outro! Jesus sente e se lamenta, mas isso não o detém. Ele não pega para si o que não se deve à sua responsabilidade. Mas, livremente e reconhecendo a liberdade do outro – mesmo que lamentando sua não opçõa pela Vida – continua Seu caminho de entrega. Por todos. Inclusive por estes.
Peçamos a Ele então que nos ajude a reconhecer quando somos nós que não O acolhemos; a acolhê-lo e ser canais de vida onde estivermos; e a aprender a evangelizar seguindo Seus passos.
Tania Pulier, comunicadora social – Palavra Acesa Editora – Família Missionária Verbum Dei e pré-CVX Cardoner