História de ambiguidade (Mateus 1,1-17)
17 de dezembro de 2015Quarto Domingo do Advento
20 de dezembro de 2015Leitura: Lucas 1,5-25
Quando Herodes era o rei da terra de Israel, havia um sacerdote chamado Zacarias, que era do grupo dos sacerdotes de Abias. A esposa dele se chamava Isabel e também era de uma família de sacerdotes. Esse casal vivia a vida que para Deus é correta, obedecendo fielmente a todas as leis e mandamentos do Senhor. Mas não tinham filhos porque Isabel não podia ter filhos e porque os dois já eram muito velhos.
Certo dia no Templo de Jerusalém, Zacarias estava fazendo o seu trabalho de sacerdote, pois era a sua vez de fazer aquele trabalho diário. Conforme o costume dos sacerdotes, ele havia sido escolhido por sorteio para queimar o incenso no altar e por isso entrou no Templo do Senhor. Durante o tempo em que o incenso queimava, o povo lá fora fazia orações. Então um anjo do Senhor apareceu em frente de Zacarias, de pé, do lado direito do altar. Quando Zacarias o viu, ficou com medo e não sabia o que fazer. Mas o anjo lhe disse:
— Não tenha medo, Zacarias, pois Deus ouviu a sua oração! A sua esposa vai ter um filho, e você porá nele o nome de João. O nascimento dele vai trazer alegria e felicidade para você e para muita gente, pois para o Senhor Deus ele será um grande homem. Ele não deverá beber vinho nem cerveja. Ele será cheio do Espírito Santo desde o nascimento e levará muitos israelitas ao Senhor, o Deus de Israel. Ele será mandado por Deus como mensageiro e será forte e poderoso como o profeta Elias. Ele fará com que pais e filhos façam as pazes e que os desobedientes voltem a andar no caminho direito. E conseguirá preparar o povo de Israel para a vinda do Senhor.
Então Zacarias perguntou ao anjo:
— Como é que eu vou saber que isso é verdade? Estou muito velho, e a minha mulher também.
O anjo respondeu:
— Eu sou Gabriel, servo de Deus, e ele me mandou falar com você para lhe dar essa boa notícia. Você não está acreditando no que eu disse, mas isso acontecerá no tempo certo. E, porque você não acreditou, você ficará mudo e não poderá falar até o dia em que o seu filho nascer.
Enquanto isso, o povo estava esperando Zacarias, e todos estavam admirados com a demora dele no Templo. Quando saiu, Zacarias não podia falar. Então perceberam que ele havia tido uma visão no Templo. Sem poder falar, ele fazia sinais com as mãos para o povo.
Quando terminaram os seus dias de serviço no Templo, Zacarias voltou para casa. Pouco tempo depois Isabel, a sua esposa, ficou grávida e durante cinco meses não saiu de casa. E ela disse:
— Agora que o Senhor me ajudou, ninguém mais vai me desprezar por eu não ter filhos.
Oração: Deus ouviu a sua oração
A narrativa de hoje nos apresenta a família de João Batista e nos relata o milagre de ele ter nascido de mulher que era incapaz de engravidar. Isabel e Zacarias eram provenientes de famílias de sacerdotes, e viviam uma vida santa, dedicada ao cumprimento daquilo que Deus desejava para eles. Foram escolhidos para gerarem aquele que prepararia o caminho de Jesus.
Muito tocante a beleza da descrição de quem viria a ser João Batista. O anjo Gabriel disse a Zacarias que o nascimento de João seria motivo de felicidade, não só para os pais, mas para muita gente, porque se tornaria um grande homem. João estaria repleto do Espírito Santo desde o nascimento, e seria um mensageiro de Deus forte e poderoso. Seria capaz de conciliar pais e filhos e de endireitar a vida dos desobedientes, levando muitos ao encontro do Senhor.
A vida de João deve nos inspirar, porque nos é memória daquilo que Deus espera de cada um de nós. Reflitamos sobre alguns pontos. Temos sido motivo de felicidade para muita gente ou preferimos transmitir pessimismo e reclamações para aqueles com os quais convivemos? O que nos falta para sermos grandes homens e grandes mulheres? Honramos o Espírito de Deus que nos habita ou temos deixado de lado o batismo que recebemos? Temos vivido como mensageiros de Deus ou como mensageiros do mundo, desprezando a Palavra que nos deve guiar? Nossas ações são conciliadoras ou disseminadoras de discórdia? A quantas pessoas fomos capazes de apresentar o nosso bom Deus?
A primeira fala do anjo dirigida a Zacarias, que se encontrava assustado e confuso, também nos enche de esperança. O anjo lhe diz: “Não tenha medo, Zacarias, pois Deus ouviu a sua oração!”. Enche-nos de motivação rezarmos em cada dia tentando sentir a frase do anjo dita a cada um de nós: Deixe de ser medroso, fulano, porque Deus ouviu a sua oração de hoje! É certo que a consciência de que Deus nos ouve nos dá segurança para viver. Devemos viver animados com isso! Basta que nossa fé tire de nossa boca aquilo que queremos dizer ao Senhor, porque Deus nunca perde a disposição de nos ouvir.
Rezemos hoje pensando na força e no poder concedido por Deus a João Batista. Contemplando a beleza de sua vida, tenhamos coragem para também levarmos ao encontro do Senhor aqueles que mais carecem de amor e paz.
Marcelo H. Camargos – acadêmico de medicina na UFMG. Família Missionária Verbum Dei de Belo Horizonte – MG.