Resplandecer a experiência do amor (Marcos 9, 2-10)
6 de agosto de 2015Se tiverdes fé nada vos será impossível – Mt 17,14-20
8 de agosto de 2015“E Jesus disse aos discípulos:
– Se alguém quer ser meu seguidor, esqueça os seus próprios interesses, esteja pronto para morrer como eu vou morrer e me acompanhe.
Pois quem põe os seus próprios interesses em primeiro lugar nunca terá a vida verdadeira; mas quem esquece a si mesmo por minha causa terá a vida verdadeira.
O que adianta alguém ganhar o mundo inteiro, mas perder a vida verdadeira? Pois não há nada que poderá pagar para ter de volta essa vida.
Pois o Filho do Homem virá na glória do seu Pai com os seus anjos e então recompensará cada um de acordo com o que fez. Eu afirmo a vocês que isto é verdade: estão aqui algumas pessoas que não morrerão antes de verem o Filho do Homem vir como Rei.”
No Evangelho de hoje, Jesus é muito direto com os seus discípulos, conosco. Pode ser que no primeiro momento experimentemos a vontade de fugir dessas palavras tão duras. No entanto, pedir ao Espírito a graça de deixar-nos conduzir pelo que Ele está falando e onde quer nos levar.
A pergunta que fica de todo o Evangelho e que podemos fazer diretamente a Jesus é: O que é a vida? O que é a vida verdadeira?
A sociedade tem um afã na busca da vida. Cada vez mais surgem fórmulas de rejuvenescimento, tratamentos estéticos para se parecer com menos idade, dietas que prometem mais vida. Fala-se como nunca de saúde preventiva, afasta-se de diante dos olhos qualquer sinal de limitação e da finitude da vida, como os doentes (ficam nos CTIs, afastados da vista), os cemitérios que parecem um parque,um belo jardim (e não se vela mais em casa, costuma-se não se deixar as crianças e adolescentes verem os mortos, como se a morte não fizesse parte da vida), a feiúra etc. Um afã de vida. Qual vida? Como vemos as pessoas? Qual a consistência da sua vida? Uma vida que precisa negar o envelhecimento, as limitações, a dor, o sofrimento e a morte é uma vida verdadeira? Vamos contemplar demoradamente nossos irmãos e a nós mesmos neste afã.
Contemplemos também pessoas que vivem plenamente. Que tem uma fortaleza na dor, que sustentam a outras com uma sabedoria e um amor, mesmo nas dificuldades. Que assumem as próprias limitações e as de outros e vivem aí, encontram esperança onde ninguém encontra, não uma esperança de Alice no país das maravilhas, mas aquela provada no fogo. Pessoas que seguem os passos de Jesus, declarando isto ou não: que passam pela morte da humilhação, do fracasso, da dor e passam com vida e gerando vida; que amam, mesmo quando não recebem amor; que são capazes de renunciar aos próprios interesses em função de um bem maior. Contemplemos estas pessoas e o próprio Cristo.
– O que faz a consistência das suas vidas?
– O que elas cultivaram/cultivam?
– Quando olho para elas, vejo vida ou morte? Que vida eu vejo? Que tipo de alegria?
Contemplando os dois tipos de vida, experimentemos que chamado Jesus nos faz e peçamos a graça de compreender o Seu chamado.
– Senhor, eu quero viver verdadeiramente! Como Você me chama, Senhor, a cultivar a vida?
Que o Espírito nos ajude a entender por dentro, com o coração, que Jesus não quer que percamos a vida, mas exatamente que a tenhamos plenamente, e que a gente ganha a vida dando-a, dando-se. Que Ele nos leve a optar concretamente pela Vida plena.
Tania Pulier, comunicadora social, membro da Família Missionária Verbum Dei e da pré-CVX Cardoner