Um convite ao despojamento
15 de agosto de 2016A “moeda” da presença de Deus
17 de agosto de 2016“Jesus então disse aos discípulos:
— Eu afirmo a vocês que isto é verdade: é muito difícil um rico entrar no Reino do Céu. E digo ainda que é mais difícil um rico entrar no Reino de Deus do que um camelo passar pelo fundo de uma agulha.
Quando ouviram isso, os discípulos ficaram muito admirados e perguntavam:
— Então, quem é que pode se salvar?
Jesus olhou para eles e respondeu:
— Para os seres humanos isso não é possível; mas, para Deus, tudo é possível.
Aí Pedro disse:
— Veja! Nós deixamos tudo e seguimos o senhor. O que é que nós vamos ganhar?
Jesus respondeu:
— Eu afirmo a vocês que isto é verdade: quando chegar o tempo em que Deus vai renovar tudo e o Filho do Homem se sentar no seu trono glorioso, vocês, os meus discípulos, também vão sentar-se em doze tronos para julgar as doze tribos do povo de Israel. E todos os que, por minha causa, deixarem casas, irmãos, irmãs, pai, mãe, filhos ou terras receberão cem vezes mais e também a vida eterna. Muitos que agora são os primeiros serão os últimos, e muitos que agora são os últimos serão os primeiros.”
A Teologia do período anterior a Jesus, mas muito vigente no povo de Israel, dizia que riqueza era sinal da bênção de Deus. Por isso, ao Jesus afirmar que é mais difícil um rico entrar no Reino do que um camelo passar no buraco de uma agulha Pedro pergunta assustado: “Então, quem poderá salvar-se?” Querendo dizer: “Se até esses que têm a bênção não entram, quem entraria?”
Mas Jesus, como em outros casos, vem fazer a inversão nos seus ensinamentos. Ele retira o privilégio dos ricos e detecta, inclusive, a sua dificuldade. Qual é esta dificuldade? O apego. O apego faz sempre adiar o Reino em função do aqui agora. Adia-se a solidariedade em função da segurança financeira; a doação de si em função da agenda lotada para si mesmo e os próprios interesses; a espiritualidade em função dos cálculos e acúmulos. E assim não se entra no Reino, porque se está dentro demais de – amarrado a? – outras coisas.
De quem Jesus está falando? Quem são esses ricos?
Não seremos nós também quando temos essas atitudes, quando nos deixamos amarrar pelos apegos e falsas seguranças?
Colocar-nos diante dEle nesta oração, pedir-lhe a graça de perceber em que momentos não entramos no Reino e de optar em cada situação concreta pelo Seu chamado, na fé de que recebemos muito mais.
Evocar as experiências que temos desses “muito mais” – e é verdade, recebemos até outras famílias onde vamos no espírito de missão – e que elas nos fortaleçam no nosso “sim”.
Tania Pulier, comunicadora social, membro da Família Missionária Verbum Dei e da pré-CVX Cardoner