Apegos X “muito mais” (Mateus 19, 23-30)
16 de agosto de 2016Amar: a marca do cristão
19 de agosto de 2016Leitura: Mateus 20, 1-16a
Jesus disse:
— O Reino do Céu é como o dono de uma plantação de uvas que saiu de manhã bem cedo para contratar trabalhadores para a sua plantação. Ele combinou com eles o salário de costume, isto é, uma moeda de prata por dia, e mandou que fossem trabalhar na sua plantação. Às nove horas, saiu outra vez, foi até a praça do mercado e viu ali alguns homens que não estavam fazendo nada. Então disse: “Vão vocês também trabalhar na minha plantação de uvas, e eu pagarei o que for justo.” E eles foram. Ao meio-dia e às três horas da tarde o dono da plantação fez a mesma coisa com outros trabalhadores. Eram quase cinco horas da tarde quando ele voltou à praça. Viu outros homens que ainda estavam ali e perguntou: “Por que vocês estão o dia todo aqui sem fazer nada?” – “É porque ninguém nos contratou!” — responderam eles. Então ele disse: “Vão vocês também trabalhar na minha plantação.” No fim do dia, ele disse ao administrador: “Chame os trabalhadores e faça o pagamento, começando com os que foram contratados por último e terminando pelos primeiros.” Os homens que começaram a trabalhar às cinco horas da tarde receberam uma moeda de prata cada um. Então os primeiros que tinham sido contratados pensaram que iam receber mais; porém eles também receberam uma moeda de prata cada um. Pegaram o dinheiro e começaram a resmungar contra o patrão, dizendo: “Estes homens que foram contratados por último trabalharam somente uma hora, mas nós aguentamos o dia todo debaixo deste sol quente. No entanto, o pagamento deles foi igual ao nosso!” Aí o dono disse a um deles: “Escute, amigo! Eu não fui injusto com você. Você não concordou em trabalhar o dia todo por uma moeda de prata? Pegue o seu pagamento e vá embora. Pois eu quero dar a este homem, que foi contratado por último, o mesmo que dei a você. Por acaso não tenho o direito de fazer o que quero com o meu próprio dinheiro? Ou você está com inveja somente porque fui bom para ele?” E Jesus terminou, dizendo: — Assim, aqueles que são os primeiros serão os últimos, e os últimos serão os primeiros.
Oração:
Na parábola que Jesus conta, alguns trabalhadores ficam decepcionados. Eles estavam trabalhando desde cedo e tiveram o mesmo pagamento que aqueles que começaram a trabalhar no meio ou no fim do dia. É o reflexo de nós quando tentamos tratar do Reino com a lógica do mundo, quando tentamos conversar com Deus como se Ele é que fosse feito à nossa imagem e semelhança: nós inevitavelmente nos decepcionamos.
Na oração, pergunto a Jesus: por que ganharam o mesmo pagamento aquele que foi contratado desde o alvorecer e o outro, que começou a trabalhar quando já vinha a noite? Por que não ganharam menos aqueles que começaram a trabalhar quando o trabalho já estava sendo feito?
Ele me diz que isso ocorre devido ao tipo de trabalho. A construção do Reino não tem salário aos moldes humanos. Não se trata de ter uma quantia, privilégios ou vantagens devido ao serviço que presto. À construção do Reino se adere quem sente no coração que Deus o chama, e o “pagamento” é um único tipo de moeda que Deus sabe dar: a própria companhia e presença d’Ele habitando em nós e caminhando conosco.
Na oração, entendo que Deus não sabe se dar pela metade. Quando alguém se torna operário da messe, necessariamente receberá o mesmo pagamento, tenha começado a trabalhar ontem ou hoje. Todo aquele que sente o chamado e diz “sim” terá o mesmo “salário”: o próprio Deus como hóspede.
Nossa oração nos ajude a ser um desses trabalhadores que, no início do dia, isto é, HOJE mesmo, decide trabalhar pelo Reino. E que tenhamos a alegria de receber como colegas de trabalho toda a humanidade, aqueles que vêm hoje, os que vêm amanhã e ainda os de depois de amanhã.
João Gustavo H. M. Fonseca, Família Verbum Dei de Belo Horizonte