Quarto Domingo do Advento
20 de dezembro de 2015Dou graças!
22 de dezembro de 2015“Alguns dias depois, Maria se aprontou e foi depressa para uma cidade que ficava na região montanhosa da Judeia. Entrou na casa de Zacarias e cumprimentou Isabel. Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança se mexeu na barriga dela. Então, cheia do poder do Espírito Santo, Isabel disse bem alto:
— Você é a mais abençoada de todas as mulheres, e a criança que você vai ter é abençoada também! Quem sou eu para que a mãe do meu Senhor venha me visitar?! Quando ouvi você me cumprimentar, a criança ficou alegre e se mexeu dentro da minha barriga. Você é abençoada, pois acredita que vai acontecer o que o Senhor lhe disse.”
Vivemos tantos encontros no dia a dia! Quanto paramos para prestar atenção neles? Quanto eles são reveladores e cheios de graça para nós? E quanto são triviais e passam em brancas nuvens?
Maria foi apressadamente para a casa de Isabel. A pressa! Ah, nossa velha e conhecida pressa! Tentando dar conta de tudo… e às vezes não nos dando conta do vento, do sol, das flores, dos sentimentos, do outro… da Vida! Mas qual era a pressa de Maria?
– Pressa diante da notícia de que Isabel já estava no sexto mês de gravidez, em idade avançada, provavelmente necessitada de ajuda;
– pressa em contemplar o milagre de Deus que a prima carregava em seu ventre;
– pressa porque a viagem era longa e difícil, e o tempo do parto já se aproximava.
O que mais contemplamos na pressa de Maria? Visualizá-la em seu semblante, seus sentimentos, sua viagem à montanha, seu encontro com a prima. Era uma pressa que a alienava de si e do outro em meio à dispersão de ter que dar muitas respostas ao mesmo tempo… ou uma urgência para um encontro profundo, focado no mais importante?
No que Maria transmitiu a Isabel no primeiro momento podemos contemplar esta resposta. “Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança se mexeu na barriga dela. Então, cheia do poder do Espírito Santo…” Repleta do Espírito Santo, Maria contagia a presença dAquele que carrega em seu seio. Presença que Isabel, também repleta do Espírito, experimenta. Contagiar e estar aberta a receber, eis a dinâmica dos encontros profundos, como este! Encontros entre quem está com a atenção onde deve estar, no essencial.
Isabel louva a Deus na presença de Maria: “Você é a mais abençoada de todas as mulheres, e a criança que você vai ter é abençoada também! Quem sou eu para que a mãe do meu Senhor venha me visitar?!” Que bom quando nossas presenças são motivo para outras pessoas louvarem a Deus. Templos de Deus, como Maria, é o que o Senhor nos convida a ser. Na segunda leitura de ontem, o autor da carta aos Hebreus, citando o Salmo, dizia: “Não quiseste holocaustos e sacrifícios, mas deste-me um corpo”. Somos Templo quando, como o salmista, Jesus e Maria dizemos: “Eis-me aqui. Eu vim para fazer a Tua vontade”. Quando aprendemos com a Mãe a rezar sua oração, que consiste em: “Sim!”
A criança salta de alegria no ventre de Isabel. Nosso mundo necessita saltar da verdadeira alegria, que se dá a partir da experiência da Presença dAquele que é A Vida e O Amor.
Peçamos a Maria que ela nos ensine a dar o nosso Sim, e ao Senhor que vem, que nos dê o dom da fé para acreditar no que Ele disser.
Tania Pulier, comunicadora social, membro da Família Missionária Verbum Dei e da pré-CVX Cardoner.