No texto de hoje, Jesus questiona a incredulidade das pessoas de sua época e também a nossa hoje. A rainha de Sabá e o povo de Nínive, pessoas que foram pagãs, sentir-se-iam revoltados diante da incredulidade absurda dos judeus, que tinham diante de si o próprio Filho de Deus e, ainda assim, recusavam-se a reconhecê-lo.

     O povo de Nínive se converteu ao ouvir o testemunho de Jonas e a Rainha de Sabá viajou uma distância enorme só para ouvir Salomão. Profeta e rei (Jonas e Salomão) foram o suficiente para causar mudanças drásticas na vida de pessoas de sua época, mas os judeus, mesmo tendo em seu meio o própri

o Deus Filho encarnado, perdiam a oportunidade de conversão. Pediam para ver um milagre de Jesus não por motivos banais, mas para terem certeza de que o que Ele dizia era verdade.

     A exigência de provas para acreditar está presente em nosso cotidiano e é, inclusive, fundamental em processos jurídicos. Sem provas que confirmem a autoria de determinado crime, por exemplo, o judiciário é impedido de ditar determinadas sentenças. Por outro lado, em nosso dia a dia, precisamos comprovar quem somos o tempo todo e, por isso, carregamos conosco nossos documentos para onde vamos.

     Em nossas demandas hoje, são vários os desafios que fazemos a Deus, mesmo sem querer. Pensemos um pouco nisso…. Há quem peça a Deus provas de Sua existência, há os que pedem sinais divinos para direcionarem suas ações e há ainda incrédulos à espera da vinda de Cristo.

     Qual seria o maior problema: pedir provas a Deus ou ser incapaz de escutar o que Ele nos diz e ver o que Ele nos mostra? Assim como os fariseus e mestres da Lei do texto de hoje, nosso problema maior é a nossa cegueira. Eles queriam ver milagres de perto, mesmo tendo já acompanhado várias das ações de Jesus. Nós, mesmo após essa e outras chamadas de atenção feitas pelo Mestre, vacilamos na fé. Temos muitos sinais para acreditar, inclusive o que Jesus anuncia no evangelho acima, mas nem sempre exercemos nossa habilidade de escuta.

     Escutar, vale dizer, supõe uma atitude bem mais profunda que ouvir. Escutar é atribuir sentido ao que é dito; é entender verdadeiramente.

      Assim, um c

onvite que podemos deduzir do evangelho de hoje é que reflitamos sobre nosso relacionamento com Deus. Como está nossa fé? Estamos conseguindo z

elar para que nossa relação com Jesus seja constante ou ainda continuamos a viver essa relação só com encontros curtos e superficiais?

     Essa pergunta é importante porque só pedimos comprovações (como os fariseus e doutores da Lei no texto bíblico) daquele com quem apenas temos contatos superficiais. Não precisamos pedir provas dos íntimos porque somos capazes de ler suas ações. Se nosso relacionamento com Deus é de qualidade e profundo, não precisamos de comprovações.

     Jesus, dá-nos o dom a perseverança para que continuemos no caminho de exercício espiritual com Sua palavra e, assim, sintamos-nos cada vez mais perto de Você!.

     Amém!     Ana Paula Ferreira – Família Missionária Verbum Dei – Belo Horizonte