A cada dia o Reino (Mateus 6, 24-34)
18 de junho de 2016Converta-se!
20 de junho de 2016“Teu amor é melhor do que a própria vida,
e por isso eu te louvarei”.
Sl 63.3
PREPARAÇÃO ESPIRITUAL
Vem, Espírito de Jesus,
sobre os que creem,
sobre os que duvidam,
sobre os que temem.
Derrama teu fogo
sobre a tibieza de nossos quereres,
sobre o inverno de nossas ilusões,
sobre as brasas de nossas opções.
Sopra teu alento
sobre os que constroem o futuro,
sobre os que conservam os valores,
sobre os que protegem a vida.
E sobre nós, que nos aproximamos
TEXTO BÍBLICO: Lucas 9.18-24
A afirmação de Pedro
Mateus 16.13-19; Marcos 8.27-29
18Certa vez Jesus estava sozinho, orando, e os discípulos chegaram perto dele. Então ele perguntou:
— Quem o povo diz que eu sou?
19Eles responderam:
— Alguns dizem que o senhor é João Batista; outros, que é Elias; e outros, que é um dos profetas antigos que ressuscitou.
20— E vocês? Quem vocês dizem que eu sou? — perguntou Jesus.
Pedro respondeu:
— O Messias que Deus enviou.
Jesus fala da sua morte e da sua ressurreição
Mateus 16.20-28; Marcos 8.31—9.1
21Então Jesus proibiu os discípulos de contarem isso a qualquer pessoa. 22E continuou:
— O Filho do Homem terá de sofrer muito. Ele será rejeitado pelos líderes judeus, pelos chefes dos sacerdotes e pelos mestres da Lei. Será morto e, no terceiro dia, será ressuscitado.
23Depois disse a todos:
— Se alguém quer ser meu seguidor, que esqueça os seus próprios interesses, esteja pronto cada dia para morrer como eu vou morrer e me acompanhe. 24Pois quem põe os seus próprios interesses em primeiro lugar nunca terá a vida verdadeira; mas quem esquece a si mesmo por minha causa terá a vida verdadeira.
1. LEITURA
Que diz o texto?
Pe. Daniel Kerber
ü Algumas perguntas para ajudá-lo em uma leitura atenta…
O que Jesus estava fazendo? Qual foi a primeira e qual foi a segunda pergunta? Qual foi a resposta de Pedro? O que Jesus proibiu os discípulos de fazer? Quem terá que sofrer e ser rejeitado? Por fim, o que Jesus diz a quem quer salvar sua vida?
Algumas pistas para compreender o texto:
Já estamos quase na metade do evangelho. Jesus formou sua comunidade, ensina com obras e palavras, anuncia o Reino. Agora faz uma pausa no caminho e pergunta a seus discípulos o que acreditam que ele seja.
O texto tem duas partes: na primeira, Jesus pergunta a seus discípulos sobre sua identidade (vv. 18-21), e na segunda, anuncia-lhes sua páscoa e o que significa ser seu discípulo (vv. 22-24).
Depois de ter passado um tempo com seus discípulos, Jesus, mais uma vez, reza (Lucas destaca muito a oração de Jesus: cf. 3.21; 5.16; 6.12; 9.28) e pergunta a seus discípulos qual fosse a opinião das pessoas a seu respeito. A resposta dos discípulos mostra que o povo considerava Jesus um profeta, na linha de João Batista, ou Elias.
Em seguida, Jesus dá outro passo e compromete mais seus discípulos com uma pergunta direta: “E vocês? Quem vocês dizem que eu sou?” (v. 20). Esta pergunta naturalmente também compromete o leitor, nós, que estamos lendo este evangelho: quem é Jesus para mim? Quem é Jesus para nós?
Pedro responde: “O Messias que Deus enviou”. Não somente um profeta, mas o Messias (palavra hebraica que, em grego, é traduzida por Cristo, que quer dizer o Ungido, o Consagrado, o Eleito de Deus).
Em Israel, havia uma expectativa messiânica, mas com manifestações bem diversas: alguns esperavam um “messias caudilho”, que derrotaria e expulsaria os invasores romanos; outros um “messias-rei”, que devolveria o orgulho do reino de Davi; outros um “messias-sacerdote”, que restauraria a verdadeira linhagem sacerdotal. Jesus, porém, não corresponde a tais expectativas, mas ensina-lhes que o Messias deverá padecer muito, ser rejeitado pelos sacerdotes e mestres da lei, morrer e ser ressuscitado ao terceiro dia.
Depois de ensinar que tipo de Messias ele é, Jesus ensina-lhes também o que significa ser discípulo: “Se alguém quer ser meu seguidor, que esqueça os seus próprios interesses, esteja pronto cada dia para morrer como eu vou morrer e me acompanhe” (v. 23). Se o Messias e mestre vai carregar a cruz, também os discípulos que o seguem devem carregar sua própria cruz. Ou seja, aceitar não com resignação, mas com fortaleza, e também com alegria, as provas e aflições por que todos passamos na vida.
A cruz, sinal das tribulações, não é algo exclusivo dos cristãos. Todas as pessoas têm sua cruz, suas dores, seus sofrimentos. O que é próprio dos cristãos é carregar a cruz. Ser corajosos para assumir a dor e prosseguir na vida, sabendo que o Senhor a carregou primeiro e nos acompanha sempre. Por isso, na última ceia, Jesus dirá a seus discípulos: “Vocês têm estado sempre comigo nos meus sofrimentos” (Lc 22.28).
2. MEDITAÇÃO
O que o Senhor me diz no texto?
Este evangelho nos pergunta sobre quem é a pessoa de Jesus. Como seus discípulos, somos responsáveis não somente por nossa resposta, pois fomos chamados a ser outro Cristo no lugar onde estivermos. Portanto, o testemunho deve assegurar que nossos irmãos mostrem que Jesus é o Salvador. Ser testemunhas ou dar testemunho é ser alegres, misericordiosos, otimistas e com um amor a Deus tão grande que nos mantenha em constante oração a nosso Pai, que nos mostra a rota a seguir; mas também significa ser conscientes de que teremos uma cruz a carregar e que ela nos ajuda na santidade.
Partilhamos a reflexão do Papa Bento XVI sobre o Evangelho: “Anunciando aos seus discípulos que terá de sofrer, ser condenado à morte e depois ressuscitar, Jesus quer fazer-lhes compreender quem Ele é verdadeiramente. Um Messias sofredor, um Messias servo, e não um libertador político omnipotente. Ele é o Servo obediente à vontade de seu Pai até ao ponto de perder a sua vida. É o que anunciava já o profeta Isaías na primeira leitura. Assim Jesus vai contra o que muitos esperavam d’Ele. A sua afirmação choca e desconcerta. E ouve-se o protesto de Pedro, que O censura, recusando para o seu Mestre o sofrimento e a morte. Jesus mostra-se severo com ele, e faz-lhe compreender que aquele que quiser ser seu discípulo deve aceitar ser servo, como Ele Se fez Servo.
Seguir Jesus significa tomar a própria cruz para o acompanhar pelo seu caminho, um caminho incómodo que não é o do poder nem da glória terrena, mas o que leva necessariamente a renunciar a si mesmo, a perder a sua vida por Cristo e pelo Evangelho, a fim de a salvar. É que nos foi dada a certeza de que este caminho leva à ressurreição, à vida verdadeira e definitiva com Deus. Decidir acompanhar Jesus Cristo que Se fez o Servo de todos exige uma intimidade cada vez maior com Ele, colocando-se atentamente à escuta da sua Palavra, a fim de tirar dela a inspiração para o nosso agir.”
Continuemos nossa meditação com estas perguntas:
Qual a opinião de meus amigos a respeito de Jesus? Quem é ele para mim? Aceito a cruz como parte de meu seguimento de Jesus?
3. ORAÇÃO
O que respondo ao Senhor me fala no texto?
Quem és tu, meu Deus?
Volto a perguntar-te.
Dize-me: quem és, senão o Senhor meu Deus?
Oculto e presente, estável e misterioso,
constante que tudo muda,
nunca novo, nunca velho.
Renovador de todas as coisas,
levas os soberbos ao ocaso sem que se deem conta.
Sempre ativo e sempre quieto.
Recolhes sem precisares de nada;
Sustentas, preenches e proteges;
crias, alimentas e aperfeiçoas;
buscas, mesmo que nada te falte.
A que se reduz tudo quanto expressei a teu respeito,
meu Deus, minha vida, minha doçura?
Que pode chegar a dizer quem quiser falar de Ti, Senhor?
No entanto, ai dos que não querem falar de Ti!
São mudos que tagarelam demais.
Quem és Tu para mim?
Tem misericórdia de mim, para que me brotem as palavras.
Por tua ternura, dize-me quem és Tu para mim.
4. CONTEMPLAÇÃO
Como ponho em prática, me minha vida, os ensinamentos do texto?
És meu Senhor e Salvador, quero dar a vida por ti!
5. AÇÃO
Com que me comprometo para demonstrar mudança?
Durante esta semana, perguntarei a várias pessoas: Quem é Jesus? Diante das respostas delas, partilharei meu testemunho.
“A cruz em teu peito? – Bem.
Mas… a Cruz sobre teus ombros, a Cruz em tua carne, a Cruz em tua inteligência.
– Assim viverás por Cristo, com Cristo e em Cristo: somente assim serás apóstolo.”
São José Maria Escrivá de Balaguer