A grandeza do Reino (Mateus 13,44-46)
23 de agosto de 2016O dia e a hora (MT 24, 42 – 51).
25 de agosto de 2016Leitura: João 1, 45-51
Filipe foi procurar Natanael e disse:
— Achamos aquele a respeito de quem Moisés escreveu no Livro da Lei e sobre quem os profetas também escreveram. É Jesus, filho de José, da cidade de Nazaré.
Natanael perguntou:
— E será que pode sair alguma coisa boa de Nazaré?
— Venha ver! — respondeu Filipe.
Quando Jesus viu Natanael chegando, disse a respeito dele:
— Aí está um verdadeiro israelita, um homem realmente sincero.
Então Natanael perguntou a Jesus:
— De onde o senhor me conhece?
Jesus respondeu:
— Antes que Filipe chamasse você, eu já tinha visto você sentado debaixo daquela figueira.
Então Natanael exclamou:
— Mestre, o senhor é o Filho de Deus! O senhor é o Rei de Israel!
Jesus respondeu:
— Você crê em mim só porque eu disse que tinha visto você debaixo da figueira? Pois você verá coisas maiores do que esta. Eu afirmo a vocês que isto é verdade: vocês verão o céu aberto e os anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do Homem.
Oração:
No evangelho de hoje, ouvimos a profissão de fé de Natanael: “Mestre, o senhor é o Filho de Deus!” Esse grito de alegria, a alegria de quem encontrou aquele por cujo amor, mesmo que não saiba, anseia, vem depois de um caminho… Qual é o caminho de Natanael?
O caminho dele é o da incredulidade, do espanto e da confissão de fé.
Natanael, ao anúncio que lhe fizeram, reagiu com incredulidade. Não cria que o Messias, por quem seu povo esperara por tantos anos, podia ser o filho de um marceneiro, um rapaz nascido numa cidade insignificante do império… Minha vida talvez seja também isto: olho para minha origem, minha família, meus amigos, e não creio que o Reino possa sair de mim… olho para meu caminho, as circunstâncias da minha vida, aquilo que de mais humano tenho, minha carne e meu lugar, e penso que o Reino não pode ser construído por minhas mãos.
Depois de admitir minha incredulidade, talvez, na oração, eu sinta o espanto que sentiu Natanael. Alguém lhe disse que o tinha visto debaixo da figueira. Natanael se assusta, pois estava sozinho nesse momento. Em minha vida, também eu estive muitas vezes sozinho, parado, como a esperar. Talvez na infância… talvez em minha adolescência… talvez em minha juventude… ou em minha madurez… quantos momentos em que estive sozinho? Hoje, porém, ouço Alguém que me diz: “antes de chamarem você, eu já o(a) vi. Você não me via, mas eu o(a) guardava no olhar. Eu o(a) amei mesmo antes de você me conhecer. Os seus sofrimentos mais íntimos, os seus medos mais secretos, os seus anseios mais profundos e seus sonhos mais queridos… eu os conheço todos, pois estive aí com você”.
O caminho para a nossa alegria, proposto pelo evangelho de hoje, é seguir os passos de Natanael com ouvidos nas palavras de Jesus.
Olhar para minha vida, para o ordinário dela, sua pequenez e vulgaridade, e acreditar: daí pode vir algo bom! Daí surge o Reino!
Olhar para minha vida e saber que meus caminhos, mesmo os mais solitários, são trilhados sempre acompanhados de Alguém que sabe de tudo porque me criou e cuida de mim.
Ouvir as palavras de Jesus, que diz a Natanael que ele verá coisa maiores, e entender que, também na minha vida, embora eu possa reconhecer a presença de Deus em minha história, é presente com Presença e futuro com esperança que Ele quer me oferecer. Não é o Deus do meu passado apenas; é o Deus deste momento e do futuro.
No fim da oração, talvez já consiga confessar, seguindo Natanael: “o senhor é o Rei da minha vida”.
João Gustavo H. M. Fonseca, Família Missionária Verbum Dei