Respiro profundamente, acalmando-me e pedindo a graça para entrar no texto bíblico. Contemplo a cena: vejo Jesus falando às multidões. Atento-me ao rosto das pessoas, ao modo como escutavam o Mestre. Fito o olhar do Senhor para cada uma delas. Vejo os familiares de Jesus, entre eles sua mãe, tentando se aproximar sem conseguir, ficando de fora, mandando recado… Que sentimentos transmitem com a distância, com as “barreiras” que são “os outros”? Olho para Maria: o que ela sentiu com a resposta de Jesus? Como foi seu primeiro impacto? E o que ela fez com ele? Se tiver praticado a atitude que lhe era habitual – “procurar o sentido em seu coração” – terá ao final ficado com a experiência da exclusão ou da inclusão? Deixo-me tocar pelo que contemplo: o que me toca mais? Em qual lugar ou com qual personagem me identifico neste momento? Quantas vezes sentimos empecilhos para amar: os outros, as situações, as barreiras do dia a dia… Será que é isto mesmo o que realmente nos deixa de fora? Há situações que nos chocam, nos confrontam, doem… o que fazemos com o primeiro impacto que elas nos causam? Conseguimos ir além e buscar o chamado de Deus nelas, como Jesus e Maria tantas vezes fizeram? Que Maria, discípula de seu Filho, nos ensine também a trocar a busca de privilégios com o Senhor pela identificação com Ele, vivendo a familiaridade com Jesus pela busca da vontade do Pai.

Tania Pulier – Comunicadora Social – Palavra Acesa Editora – Família Missionária Verbum Dei – FamVD