“Tira primeiro a trave do teu olho”
27 de fevereiro de 2022“Deixar tudo por causa de mim e do Evangelho”
1 de março de 202228 de fevereiro, 2ª feira da 8ª Semana do Tempo Comum.
Mc 10,17-27
“Vende tudo que tens e segue-me!”
Leitura. O que diz o texto?
Jesus é caminho. E no caminho da estrada nos encontra, assim como encontrou alguém que veio correndo querendo saber o que fazer para ganhar a vida eterna. Alguém com uma mentalidade funcional, retributiva, pensando que cumprindo preceitos e ritos religiosos externos, vai receber a vida eterna como retribuição do seu merecido esforço. Esse alguém é cheio de bens e consegue cumprir fielmente a letra fria da lei. Jesus não despreza a lei, mas convida a descobrir o espírito mais profundo da lei que o rico observava desde sua juventude. E propõe uma outra lógica, de doação total.
Meditação. O que Deus nos diz através desse texto?
Esse alguém que encontra Jesus, comumente chamado de “jovem rico”, não era má pessoa e não tinha más intenções. Era um “cidadão do bem”, como dizem, cumpridor dos seus deveres e obrigações. O que lhe faltava então? Jesus apresenta para ele uma novidade do Reino de Deus que inverte valores estabelecidos: propõe, ao invés de acumulação, o esvaziamento… uma proposta concreta, um Deus palpável e não um Deus abstrato da doutrina da lei. O rico, que não conseguiu enxergar Deus palpável nos pobres (v. 21) também não entendeu e nem teve coragem de aceitar a proposta de Jesus.
Oração. O que o texto me faz dizer a Deus?
Ó Senhor, ajudai-me a não colocar minha confiança no dinheiro ou no poder (civil ou eclesiástico), mas em vós, a quem vou ajudar e tocar a carne ferida, na pessoa do pobre, do doente, do necessitado.
Contemplação. O que o texto faz em mim?
“Felizes os pobres” (Lc 6,20). Felizes aqueles que se esvaziam e procuram seguir numa direção contrária da acumulação, aprendendo a viver com poucas coisas. Felizes os que praticam a solidariedade partilhando seus bens, descobrindo que “há mais felicidade em dar do que receber” (At 20,35).
O que o texto me sugere a viver?
Jesus não condena os ricos, mas condena a idolatria do dinheiro (Lc 16,13). Ele condena a falta de partilha. Dentro das minhas possibilidades, eu sempre posso ajudar alguém. Sempre há um pobre Lázaro à minha porta (Lc 16,20) estendendo a mão. Não os façamos invisíveis…
Diác. Glêvison Felipe Lourenço de Sousa*
*Diácono permanente da Arquidiocese de Belo Horizonte, MG. Pós-graduado em Sagrada Escritura pelo Claretiano – Centro Universitário. Colaborador e residente na Paróquia São José – Vespasiano MG, Brasil