27/02/2022 – Lc 6,39-45

“Tira primeiro a trave do teu olho”

• Leitura. O que diz o texto?

Ainda estamos no “sermão da planície”, onde Jesus continua ensinando a novidade do Reino e indicando as atitudes de quem pretende ser seu discípulo e discípula. Em seu método catequético, utiliza de comparações para instruir seus seguidores a respeito de uma atitude diante da qual ele tem muita dificuldade: a hipocrisia. Dessa forma, conta três pequenas parábolas para conduzir seus ouvintes à reflexão: a parábola do cego, a parábola do cisco no olho e a parábola da árvore.

• Meditação. O que Deus nos diz através desse texto?

O vocábulo hipocrisia (do grego hupokrisis) tem sua origem na arte da representação nos teatros gregos, onde o ator finge (no sentido artístico) ser aquilo que na verdade não é. Jesus está denunciando essa atitude, não de um ator representando, mas daqueles que se colocam acima dos outros para julgar e condenar, como se fossem imunes ao erro e ao pecado. Todos temos “traves” nos olhos para tirar. Porém, muitos tem na mente a ideia de “converter” os outros, apontando o erro alheio, sem se incomodar com os próprios erros, por vezes até maiores que os dos outros…

• Oração. O que o texto me faz dizer a Deus?

“Quem dentre vós estiver sem pecado, atire a primeira pedra”, disse Jesus. Ó Senhor, fazei-me vigilante em fazer o meu próprio exame de consciência. Reconheçamo-nos todos pecadores e perdoemo-nos mutuamente do fundo do coração.

• Contemplação. O que o texto faz em mim?

O peso de ser julgador é tirado dos meus ombros e da minha consciência. O meu coração não está cheio de sentenças condenatórias, mas de desejo de caminhar junto com o meu próximo, para ajuda-lo, guiá-lo, orientar na direção correta. Minha boca não vai proferir palavras de destruição, mas vai anunciar, como em Pentecostes, “as maravilhas de Deus em nossa própria língua!” (At 2,11).

• O que o texto me sugere a viver?

Diante de tanta pregação de ódio que observamos atualmente, que procura destruir quem pensa diferente, que discrimina, que manda para o inferno pessoas de outras religiões, fiquemos atentos para não gerarmos espinheiros ao invés de frutos bons.

Diác. Glêvison Felipe Lourenço de Sousa*

*Diácono permanente da Arquidiocese de Belo Horizonte, MG. Pós-graduado em Sagrada Escritura pelo Claretiano – Centro Universitário. Colaborador e residente na Paróquia São José – Vespasiano MG, Brasil