XX Domingo do Tempo Comum – Ano C
14 de agosto de 2016Apegos X “muito mais” (Mateus 19, 23-30)
16 de agosto de 201616Alguém aproximou-se de Jesus e disse: ‘Mestre, o que devo fazer de bom para possuir a vida eterna?’ 17Jesus respondeu: ‘Por que tu me perguntas sobre o que é bom? Um só é o Bom. Se tu queres entrar na vida, observa os mandamentos.’ 18O homem perguntou: ‘Quais mandamentos?’ Jesus respondeu: ‘Não matarás, não cometerás adultério, não roubarás, não levantarás falso testemunho, 19honra teu pai e tua mãe, e ama teu próximo como a ti mesmo.’ 20 O jovem disse a Jesus: ‘Tenho observado todas essas coisas. O que ainda me falta?’ 21Jesus respondeu: ‘Se tu queres ser perfeito, vai, vende tudo o que tens, dá o dinheiro aos pobres e terás um tesouro no céu. Depois, vem e segue-me.’ 22Quando ouviu isso, o jovem foi embora cheio de tristeza, porque era muito rico.
Hoje Jesus nos convida ao despojamento.
A pergunta feita pelo jovem poderia ter sido feita por qualquer um de nós. Somos esse jovem com tanto ainda a descobrir sobre a vida e sobre como vivê-la plenamente e também o somos no que se refere ao apego.
A fala de Jesus é muito simples no direcionamento do caminho, mas as ações necessárias são bem difíceis de realizar. Abrir mão de tudo. O que isso pode significar? Jesus nos quer livres de nossos pesos para segui-lo e encontrarmos a vida eterna. Não quer que carreguemos conosco nada que nos possa tirar a atenção do nosso foco. Nossa entrega precisa ser total. E os bens matérias, conforme o modo como os encaramos, tornam-se pesos que carregamos pela vida.
O convite ao despojamento deve ser levado muito a sério. Jesus espera que consigamos relativizar nossos bens. O que pudermos conseguir de riqueza só fará sentido se puder ser utilizado para fazermos o bem ao outro e não para alimentar nosso egoísmo e nossa ganância. Transformar o que nos sobra em bem para o próximo nos coloca no caminho de Jesus. Estaremos seguindo Jesus sempre que formos capazes disso. Do contrário, estaremos nos entregando pelas metades a Deus.
A pobreza sugerida na fala de Jesus não quer dizer que devemos dispor de tudo o que temos, embora haja a possibilidade de fazê-lo (como muitos professam votos de pobreza). Significa não termos apego, não nos deixarmos escravizar pela matéria. Significa que nossa solidariedade, nosso compromisso com o mais próximo deve estar acima da acumulação de riquezas.
O jovem do texto de hoje, não conseguindo essa condição, foi embora. Nós também repetimos esse comportamento em nossa vida. Quantas vezes perguntamos a Deus o que fazer para sermos felizes? E quantas vezes fraquejamos quando a resposta sugere que abramos mão de algo ou passemos por algum sacrifico? Nesse sentido, o despojar-se não é tarefa fácil, tanto no que se refere à matéria quanto no que diz respeito aos outros bens que possamos ter. Porém, não outro
É interessante perceber que o jovem foi embora triste. Assim também ficamos quando sabemos que podemos utilizar o que temos para fazer o bem e deixamos de fazê-lo por apego. E isso não tem a ver com bens matérias. Nossas habilidades, assim como os bens, só nos fazem bem se podem ser empregadas para tornar a vida do outro melhor. Em outras palavras, Jesus quer que entendamos que só seremos, de fato, felizes se pudermos contribuir para a felicidade do outro. Do contrário, ficaremos limitados em nossa infelicidade, como o jovem do
Mestre, coloco hoje diante de você minha dificuldade em praticar o bem de modo irrestrito, minha dificuldade de me entregar completamente e de fazer de Seu projeto o meu projeto de
Jesus, fortaleça-me para que eu possa ser abnegada e generosa. Quero ser diferente do jovem do texto de hoje. Por isso, dê-me clareza para que eu possa entrar nas relações pensando no que posso fazer e oferecer para que “o outro” seja feliz e não no que posso receber. Que eu aprenda, de uma vez por todas, que o dar me torna mais feliz que o receber e que nada que eu alcance é verdadeiramente “meu” se também não puder ser “do
Eu amo você imensamente, Jesus, mais ainda sou pequena e frágil no momento em fazer da teoria a prática. Por isso, Mestre, ajude-me a crescer em Sua Graça, pois tenho certeza de que vale a pena!
Amém!
Ana Paula Ferreira – Família Missionária Verbum Dei – Belo Horizonte