“Erguendo os olhos, Jesus viu pessoas ricas que depositavam ofertas no Tesouro do Templo. Viu também uma viúva pobre que depositou duas pequenas moedas. Então disse: “Eu garanto a vocês: essa viúva pobre depositou mais do que todos. Pois todos os outros depositaram do que estava sobrando para eles. Mas a viúva, na sua pobreza, depositou tudo o que possuía para viver.””

O Evangelho de hoje nos convida a contemplar. Ver com riqueza de detalhes a cena: o Templo; as muitas pessoas ali; o lugar das ofertas; Jesus e o seu olhar; o que vê; o que diz; para quem diz isso…; as pessoas ricas depositando suas ofertas, suas expressões; a viúva e seus gestos, suas expressões. Ver a mim mesma(o) na cena. Onde me situo? Com quem me identifico? Com Jesus? Com as pessoas a quem Jesus fala? Sou um observador? Estou entre as pessoas ricas? Sou a viúva? Quais os sentimentos brotam desta contemplação? O que me toca mais? Por que? Identifico algum apelo? E resistência? Deixar o Espírito conduzir esta contemplação. Se vierem cenas da própria realidade, observá-las também, estar atenta(o) aos sentimentos que surgem daí.

As pessoas ricas depositavam do que lhes sobrava. Esta oferta não mexia em suas vidas, não as desinstalava, não as afetava em nada. Iam e vinham, mas a oferta, a doação, a entrega não tocava as suas vidas. Deixavam ali sobras, não o essencial, não a si mesmas.

A viúva depositou tudo o que possuía para viver. Sua oferta implicou totalmente a sua vida. Ela entregou a vida no Tesouro do Templo. Que Tesouro era este para que ela assim o fizesse? O que a motivou? Quais eram seus sentimentos? O que significou para ela aquela oferta?

A sociedade atual nos incentiva a não nos deixar afetar para não sofrer. Qualquer mínimo incômodo é resolvido com a tecla “Del”, com o comando “Excluir”. Assumir um compromisso é difícil. Fazer escolhas que implicam sacrifício, entrega, doação torna-se uma crise.

Onde me vejo me poupando? O que me impede de me entregar mais, de implicar a vida? Quais são meus medos diante da entrega? Quais as minhas justificativas? Que apelos experimento ao contemplar este Evangelho?

Vamos pedir ao Espírito que nos conduza ao profundo e nos dê olhos de ver e coração disponível ao chamado. Se sentir necessidade, seria bom repetir a contemplação deste Evangelho algum outro dia desta semana.

 Tania Pulier, comunicadora social – Palavra Acesa Editora – Família Missionária Verbum Dei