Sede misericordiosos, como também vosso Pai é misericordioso
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11 de setembro de 2021Sexta-feira, 10 de setembro de 2021.
Lc 6, 39-42 – Tira primeiro a trave do teu olho.
- Leitura: O que o texto diz?
Jesus contou aos discípulos uma parábola na qual mostrou que um cego não pode guiar outro cego, porque os dois cairão num buraco. E acrescentou que ninguém pode querer tirar o cisco do olho do irmão se primeiro não tirar a trave do próprio olho.
- Meditação: O que o texto me diz?
Geralmente usamos uma medida bem rígida e severa para julgar os outros; mas quando se trata de julgar as nossas próprias ações usamos um critério mais flexível e somos benevolentes ao analisar nossa própria conduta. Qualquer pequena falta do próximo declaramos como grave e imperdoável e até nos horrorizamos com sua maldade, mas quando nós fazemos o mesmo, encontramos mil desculpas para nosso agir ou nem nos damos conta de nossos próprios erros. Essa situação fica bem evidenciada na parábola da “vidraça da vizinha”:
Um casal recém-casado mudou-se para um bairro muito tranquilo. Na primeira manhã que passavam na casa nova, enquanto tomavam café da manhã, a mulher reparou em uma vizinha que pendurava os lençóis no varal. Comentou com o marido:
– Que lençóis sujos ela está pendurando no varal! Está precisando é de um sabão novo. Se eu tivesse intimidade, perguntaria se ela gostaria que eu a ensinasse a lavar roupas!
O marido escutou calado. Três dias depois, também durante o café da manhã, a vizinha estava de novo pendurando lençóis no varal. E novamente a mulher comentou com o marido:
– Nossa vizinha continua pendurando lençóis sujos! Se eu tivesse intimidade, perguntaria se ela gostaria que eu a ensinasse a lavar roupas!
E assim, a cada três dias, a mulher repetia esse discurso ao ver a vizinha pendurando roupas no varal. Passado um mês, a mulher se surpreendeu ao ver lençóis muito brancos sendo estendidos. Empolgada, foi dizer ao marido:
– Veja, finalmente ela aprendeu a lavar roupa! Será que outra vizinha deu o sabão a ela? Porque eu mesma não fiz nada.
O marido calmamente respondeu:
– Não. É que hoje eu levantei mais cedo e lavei a vidraça da nossa janela!
- Oração: O que o texto me faz dizer a Deus?
Senhor, cura a nossa cegueira espiritual, muda o nosso jeito de olhar para nós mesmos e para o próximo, converte nossos corações. Que a Tua Palavra nos ensine a sermos maduros ao julgar nossas próprias faltas e pecados, reconhecendo-os com humildade e sem desculpas e buscando o teu perdão no Sacramento da Reconciliação. Por outro lado, ajuda-nos a sermos tolerantes e compreensivos com as faltas do próximo. Que as palavras de São Paulo, na carta aos Coríntios nos inspirem sempre: “A caridade tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta” (1Co 13,7).
- Contemplação: O que Deus, através do texto, faz em mim?
O Senhor nos faz compreender que precisamos crescer cada vez mais no caminho da misericórdia e da acolhida aos irmãos, sem julgamentos ou dedos apontados para seus erros e defeitos. Deus é um Pai amoroso e misericordioso, que nos olha além dos nossos erros e sempre está disposto a nos perdoar e nos acolher com sua ternura, como o Pai misericordioso da parábola do filho pródigo (cf. Lc 15, 11-32). Que busquemos sempre tratar os irmãos da mesma forma com que somos tratados pelo Pai, com misericórdia e ternura!
- Ação: O que o texto me impulsiona a fazer?
A partir dessa Palavra somos impulsionados a olhar para a própria vida e realizar um sincero exame de consciência, percebendo os nossos próprios pecados. Mas não podemos parar em nossos erros, precisamos recorrer confiantes à misericórdia de Deus, que sempre nos perdoa e sempre está disposto a tirar as traves dos nossos olhos. E esse exercício de humildade do pecador arrependido que experimenta a alegria do perdão, certamente nos fará mais ternos e misericordiosos com os irmãos, pois quem sabe que tem pecados jamais vai atirar a primeira pedra no outro.
– Flávia Carla Nascimento (Instituto Secular Servas de Jesus Sacerdote) – coordenadora Diocesana da Animação Bíblico-Catequética da Diocese de Ponta Grossa (PR) e integrante da Equipe Regional da Animação Bíblico-Catequética do Regional Sul II.