João 2,13-22
9 de novembro de 2017Por isso, se vós não sois fiéis no uso do dinheiro injusto, quem vos confiará o verdadeiro bem? (Lc, 16, 9-15)
11 de novembro de 2017Jesus disse aos seus discípulos:
— Havia um homem rico que tinha um administrador que cuidava dos seus bens. Foram dizer a esse homem que o administrador estava desperdiçando o dinheiro dele. Por isso ele o chamou e disse: “Eu andei ouvindo umas coisas a respeito de você. Agora preste contas da sua administração porque você não pode mais continuar como meu administrador.”
— Aí o administrador pensou: “O patrão está me despedindo. E, agora, o que é que eu vou fazer? Não tenho forças para cavar a terra e tenho vergonha de pedir esmola. Ah! Já sei o que vou fazer… Assim, quando for mandado embora, terei amigos que me receberão nas suas casas.”
— Então ele chamou todos os devedores do patrão e perguntou para o primeiro: “Quanto é que você está devendo para o meu patrão?”
— “Cem barris de azeite!” — respondeu ele.
O administrador disse:
— “Aqui está a sua conta. Sente-se e escreva cinquenta.”
— Para o outro ele perguntou: “E você, quanto está devendo?”
— “Mil medidas de trigo!” — respondeu ele.
— “Escreva oitocentas!” — mandou o administrador.
— E o patrão desse administrador desonesto o elogiou pela sua esperteza.
E Jesus continuou:
— As pessoas deste mundo são muito mais espertas nos seus negócios do que as pessoas que pertencem à luz.
Espírito Santo, na presença de sua luz, peço seu auxílio para melhor compreender a mensagem que este texto traz para a minha vida hoje.
A ideia central, que chama a minha atenção, é a necessidade de o administrador infiel fazer amigos. Porém, ele se preocupa em fazê-los por interesse, para que, depois, possa ser aceito na casa daqueles que beneficiou.
Ter amigos me parece uma coisa muito importante. Mas quais parâmetros devem nortear uma amizade? Para nós, cristãos, trata-se de buscar o exemplo em nosso Mestre, e Ele diz assim: “Eu não chamo mais vocês de empregados, pois o empregado não sabe o que o seu patrão faz; mas chamo vocês de amigos, pois tenho dito a vocês tudo o que ouvi do meu Pai” (Jo 15,15).
Quando o administrador infiel se utiliza da redução do valor das dívidas para fazer amigos, ele não “abre o jogo” com os devedores. Esconde seus interesses reais, pois quer ludibriar a boa-fé deles para conseguir vantagens no futuro.
Ora, Jesus mostra um outro caminho para a construção da amizade. Para alimentar uma boa relação, é necessário ser verdadeiro. Ele se considera nosso amigo, pois se abre para nós, não quer nos enganar. Para os discípulos do tempo em que Ele esteve aqui, não escondeu nada, nem mesmo o fato de que o seu caminho levaria ao sacrifício de sua vida e da vida dos que o seguiam. Revelando as dificuldades do caminho, mas também apontando as recompensas que viriam, Ele conquistou, e continua conquistando, a confiança de seus amigos. Certa vez, muitos seguidores o deixaram, pois não suportavam tudo o que Ele revelava. Então, Jesus perguntou aos que ficaram se também eles não queriam ir embora. Porém, Pedro lhe respondeu: “A quem é que nós vamos seguir? O senhor tem as palavras que dão vida eterna!” (Jo 8, 68).
Diferentemente, as pessoas deste mundo utilizam-se das coisas deste mundo, o dinheiro, principalmente, para conseguir amigos e benefícios que eles podem trazer. No intuito de alcançarem seus objetivos, são movidas por interesses próprios e estão dispostas a muita coisa, mesmo que não sejam honestas ou verdadeiras, mesmo que prejudiquem os que estão à sua volta.
Observando a esperteza das pessoas deste mundo em seus negócios, tão focadas e buscando seus objetivos, e as pessoas que pertencem à luz, titubeantes em suas decisões, Jesus diz que elas são menos espertas que as pessoas deste mundo.
Senhor, meu desejo é pertencer à luz e ser esperto também. Uma vez que as pessoas do mundo se utilizam do dinheiro para conquistar seus objetivos, o que devo utilizar?
Não podemos nos esquecer de que Jesus é a luz: “Eu sou a luz do mundo; quem me segue nunca andará na escuridão, mas terá a luz da vida” (Jo 8, 12b). Portanto, ser da luz é ser de Jesus. Somente Ele nos dá a luz que nos guia no caminho e nos leva às boas relações, às amizades mais puras, à felicidade de uma vida plena.
A oração de hoje leva-me a perceber que Jesus espera de nós esperteza para nos manter atentos e vigilantes para não cairmos na tentação que as coisas do mundo nos causam e, possamos, assim, manter o foco, fazer tudo que estiver ao nosso alcance para retomar sempre, a cada novo dia, o programa de vida que Ele nos apresentou: ser pobre em espírito, ser manso, ter fome e sede de justiça, ser misericordioso, ser puro de coração, promover a paz, praticar a justiça, mesmo que sejamos perseguidos por isso, e dar testemunho da verdade, mesmo que soframos injúrias e perseguições (Mt 5, 1-12).
Mãos à obra!
Maria, querida mãe, acompanhe-nos nesta caminhada, sempre nos alertando a ser pessoas da luz, cada vez mais espertos e despertos. Amém!
***
João Batista Pereira Ferreira – Família Missionária Verbum Dei – Belo Horizonte