Porque tudo que o mundo precisa é de amor (João 3, 16-21)
26 de abril de 2017“Logo chegaram ao lugar para onde estavam indo”
29 de abril de 2017Naquele tempo, Jesus foi para o outro lado do mar da Galileia, também chamado de Tiberíades. Uma grande multidão o seguia, porque via os sinais que ele operava a favor dos doentes. Jesus subiu ao monte e sentou-se aí, com seus discípulos. Estava próxima a Páscoa, a festa dos judeus.
Levantando os olhos, e vendo que uma grande multidão estava vindo ao seu encontro, Jesus disse a Filipe: “Onde vamos comprar pão para que eles possam comer?” Disse isso para pô-lo à prova, pois ele mesmo sabia muito bem o que ia fazer. Filipe respondeu: “Nem duzentas moedas de prata bastariam para dar um pedaço de pão a cada um”.
Um dos discípulos, André, o irmão de Simão Pedro, disse: “Está aqui um menino com cinco pães de cevada e dois peixes. Mas o que é isso para tanta gente?” Jesus disse: “Fazei sentar as pessoas”. Havia muita relva naquele lugar, e lá se sentaram, aproximadamente, cinco mil homens.
Jesus tomou os pães, deu graças e distribuiu-os aos que estavam sentados, tanto quanto queriam. E fez o mesmo com os peixes. Quando todos ficaram satisfeitos, Jesus disse aos discípulos: “Recolhei os pedaços que sobraram, para que nada se perca!”
Recolheram os pedaços e encheram doze cestos com as sobras dos cinco pães, deixadas pelos que haviam comido. Vendo o sinal que Jesus tinha realizado, aqueles homens exclamavam: “Este é verdadeiramente o Profeta, aquele que deve vir ao mundo”. Mas, quando notou que estavam querendo levá-lo para proclamá-lo rei, Jesus retirou-se de novo, sozinho, para o monte.
(Tradução CNBB)
Senhor, que eu possa, neste momento, abstrair-me do mundo externo. Que eu consiga, pela força do Espírito Santo, recolher-me à Sua presença em mim e, num diálogo íntimo, seja capaz de extrair deste texto uma mensagem que me ajude a seguir, com mais humildade, o seu plano de amor para mim.
A chave para minha oração eu trago da leitura do Salmo 26, proposto para a liturgia de hoje: “Sei que a bondade do Senhor eu hei de ver na terra dos viventes. Espera no Senhor e tem coragem, espera no Senhor!”
Senhor, procurando compreender a sua bondade, percebo que há uma tensão entre aceitá-la mais facilmente, quando alguma coisa é feita “para nós”, em contraposição a quando a coisa é realizada “em nós”.
Neste sentido, o texto de hoje nos faz perceber o que acontecia com aquela multidão que o seguia. Ela o seguia, diz o texto, porque via os sinais que você operava a favor dos doentes.
Ora, certamente, você realizava importantes sinais para atrair a atenção das pessoas, porém, a atenção vai se direcionar para os interesses que se leva no coração.
O final do texto mostra que a multidão não voltou sua atenção para o que seria o mais importante, pois você, não concordando com o que ela queria fazer, novamente se retira, sozinho, para o monte.
Senhor, o que podemos aprender com esta passagem?
“Sejam meus seguidores e aprendam comigo porque sou bondoso e tenho um coração humilde” (Mt 11, 29a).
Sim, importa observarmos o que o Senhor faz e como faz, para podermos empregar em nossas vidas.
“Levantando os olhos, e vendo que uma grande multidão estava vindo ao seu encontro”.
O Senhor nos ensina a levantar os olhos para enxergar o que acontece com as outras pessoas. Tirar um pouco o foco de nós mesmos e perceber as necessidades de tantas outras pessoas que vivem ao nosso redor.
“Disse isso para pô-lo à prova, pois ele mesmo sabia muito bem o que ia fazer”.
O Senhor nos ensina a incluir os outros na solução dos problemas. A buscar a contribuição de todos, valorizando os dons de cada um.
“Está aqui um menino com cinco pães de cevada e dois peixes. Mas o que é isso para tanta gente?”
O Senhor nos ensina a confiar na generosidade dos outros. Apesar da ganância que vemos à nossa volta, principalmente dos poderosos, há sempre um “menino” em nossas vidas, que não se preocupa se, no final, vai lhe faltar o necessário, mas oferta, de todo coração, aquilo que tem.
“Havia muita relva naquele lugar, e lá se sentaram, aproximadamente, cinco mil homens”.
Um detalhe, aparentemente tão ínfimo, que o evangelista fez questão de destacar chamou minha atenção, Senhor. Havia relva naquele lugar. O Senhor se preocupou com isto! Não mandaria a multidão se assentar em qualquer lugar, mas ali era propício. O Senhor nos ensina a observar, com carinho, todos os detalhes para o bem de quem nos propomos a ajudar.
“Jesus tomou os pães, deu graças e distribuiu-os aos que estavam sentados, tanto quanto queriam.”
O Senhor nos ensina que o pouco que temos, quando repartido com amor e alegria, será abençoado por Deus e não faltará para ninguém. É possível haver abundância quando há generosidade. O evangelista faz questão de destacar que foi distribuído o “tanto que queriam” e ainda houve sobra.
Como diz o salmo 26: “espera no Senhor e tem coragem”. O “menino” teve coragem de colocar o pouco que tinha em comum, e não se decepcionou de esperar no Senhor.
“Recolhei os pedaços que sobraram, para que nada se perca!”
O Senhor nos ensina a cuidar para não sermos esbanjadores das riquezas que Deus nos deu e nos dá. Neste ano, cuja Campanha da Fraternidade faz um forte apelo para o cuidado com a natureza, também é nosso dever perceber o quanto temos esbanjado os recursos naturais que Deus colocou à nossa disposição e tomar posições e atitudes coerentes para sua preservação e recuperação.
Senhor, na oração de hoje, aprendo que o Senhor não quis se tornar um rei poderoso, do qual os súditos esperariam as ordens e a solução para seus problemas. O Senhor não quis ser o “salvador da pátria”, quis nos ensinar, com sua vida e seus exemplos, as obras que devemos fazer por nós mesmos, sempre contando com o auxílio do Espírito Santo, de tal forma que, sendo participantes ativos da construção do Reino de Deus, possamos participar também de sua alegria.
Senhor, você que continua a multiplicar o pão abençoado no altar e nos alimentar abundantemente na Eucaristia, ajude-nos a perseverar na fé e praticar, em nossas vidas, as obras de amor que o vimos praticar na passagem que rezamos hoje. Amém!
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João Batista Pereira Ferreira – Família Missionária Verbum Dei – Belo Horizonte