Tem coragem e espera no Senhor (Jo 6,1-15)
28 de abril de 2017Constância no diálogo com Jesus
1 de maio de 2017Leitura: João 6, 16-21
De tardinha, os discípulos de Jesus desceram até o lago. Subiram num barco e começaram a atravessar o lago na direção da cidade de Cafarnaum. Quando já estava escuro, Jesus ainda não tinha vindo se encontrar com eles. De repente, um vento forte começou a soprar e a levantar as ondas. Os discípulos já tinham remado uns cinco ou seis quilômetros, quando viram Jesus andando em cima da água e chegando perto do barco. E ficaram com muito medo.
Mas Jesus disse:
— Não tenham medo, sou eu!
Então eles o receberam com prazer no barco e logo chegaram ao lugar para onde estavam indo.
Oração:
O evangelho de hoje nos convida a estar na barca daqueles que fazem um caminho com Jesus e sentir o que sempre acontece com qualquer discípulo: às vezes, na travessia, o vento sopra forte e as ondas ficam altas. O vento não é visto, mas se faz sentir. Não sei de onde vem, que caminho seguirá, mas o sinto e sinto seus efeitos – as ondas que se movimentam sob meus pés. Na oração, posso me perguntar: que é aquilo de difícil compreensão que parece desestabilizar a superfície onde navego? Que é aquilo sobre o qual não tenho controle, que eu mal posso ver ou entender, que faz as situações antes tranquilas parecerem tão difíceis? Quais são os ventos que parecem erguer obstáculos que põem em risco a minha travessia?
“Quando já estava escuro, Jesus ainda não tinha vindo se encontrar com eles”. Jesus não estava na barca, mas não perdia de vista os seus amigos. O vento soprava forte, as ondas eram altas e Jesus não estava lá. Posso, nesse momento, olhar com cuidado o sentimento de abandono ou de solidão que experimento. Como sinto as ameaças da vida? Como vivo o medo das ondas altas? Em seguida, posso ampliar a perspectiva para ver que, da margem, Jesus me olha. Ele acompanha toda a travessia para vir ao meu encontro. Ele pode andar sobre o que me assusta como se fosse chão firme, pois para Ele nada é ameaça. “Não tenham medo, sou eu!”
O evangelista afirma que, assim que Jesus foi recebido na barca, chegaram ao destino, à terra firme. Na oração, peçamos ao Espírito a graça do Encontro. Jesus entra na barca e chegam ao destino. Essa imagem é linda! Está aí para nos dizer que o encontro com Deus é o próprio destino. Encontrar-se com Ele é a própria terra firme. Quando nos encontramos com Ele, não há mais necessidade de ir para qualquer lado… toda travessia, com Ele, é já estar do outro lado do lago, no destino, na terra firme.
João Gustavo Henriques de Morais Fonseca, Família Verbum Dei de Belo Horizonte