O fruto da entrega é a paz (Mt 10,7-13)
11 de junho de 2014Mt 5, 20-26
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: Se a vossa justiça não for maior que a justiça dos mestres da Lei e dos fariseus, vós não entrareis no Reino dos Céus. Vós ouvistes o que foi dito aos antigos: ‘Não matarás! Quem matar será condenado pelo tribunal’. Eu, porém, vos digo: todo aquele que se encoleriza com seu irmão será réu em juízo; quem disser ao seu irmão: ‘patife!’ será condenado pelo tribunal; quem chamar o irmão de ‘tolo’ será condenado ao fogo do inferno. Portanto, quando tu estiveres levando a tua oferta para o altar, e ali te lembrares que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa a tua oferta ali diante do altar, e vai primeiro reconciliar-te com o teu irmão. Só então vai apresentar a tua oferta. Procura reconciliar-te com teu adversário, enquanto caminha contigo para o tribunal. Senão o adversário te entregará ao juiz, o juiz te entregará ao oficial de justiça, e tu serás jogado na prisão. Em verdade eu te digo: dali não sairás, enquanto não pagares o último centavo.
Jesus amplia o alcance do mandamento “Não matarás” e vai à raiz. A atitude extrema brota no interior, com coisas menores. Além disso, coisas menores, podem ser muito ofensivas e matar no outro muitas coisas: a confiança, a esperança, o amor próprio, o amor ao outro. O respeito ao outro vai muito além da integridade física.
Que capacidade temos muitas vezes de nos irritar com os mais fracos, mais humildes, menos esclarecidos que nós. E matamos assim muitas oportunidades.
Jesus fala de uma necessidade urgente de reconciliação. “Deixa a tua oferta e vai primeiro reconciliar-te com o teu irmão”. Experimento em mim a necessidade de reconciliação:
– com o tempo: quantas vezes quero fazer mais coisas do que permitem as 24 horas por dia;
– com o passado: quantas histórias ainda não termino de aceitar e assim dificulto meus relacionamentos presentes;
– com o outro: quantas vezes me deixo tomar por sentimentos de revanchismo, de revide, que só complicam mais as relações;
– com a realidade: muitas vezes quero fugir da realidade da instituição em que trabalho, da sociedade em que vivo, da minha cidade, Estado ou País. Desejo fugir como se eu fosse melhor do que meus companheiros de caminho. Como se eu também não fosse responsável pela transformação necessária.
Jesus nos chama a nos reconciliar e, então, apresentar a oferta. O que temos a oferecer para a transformação das realidades de morte que fazem parte de nossa vida?
Que nesta oração possamos deixar vir à tona todas as circunstâncias com as quais temos que nos reconciliar. E que dessa reconciliação o “Não matarás” seja encarnado em nossa vida, não como lei fria, mas como impulso de vida. Não matar é deixar que viva a esperança, a fé, a dignidade, que são direitos (e portanto independem de méritos) de todos os seres humanos.
Pollyanna Vieira – Família Missionária Verbum Dei – Belo Horizonte – MG