Partilhar com amor e confiança. (Mc 12, 38-44)
10 de junho de 2017Bem-aventurados
12 de junho de 2017PREPARAÇÃO ESPIRITUAL
Tua Palavra é a luz que nos ilumina,
mantém seu brilho aceso,
para aprendermos a ver com teu olhar, Senhor.
Ensina-nos a orar com tua Palavra,
ajuda-nos a “ruminar” sua mensagem
para que penetre toda a nossa vida.
Espírito Santo,
ensina-nos a agir juntos, em comunidade,
animando-nos e encorajando-nos
uns aos outros e a todos em teu nome.
Senhor, abre nosso coração à tua Palavra
Para que nos transforme a partir de dentro
E nos ajude a viver sendo ecos de tua voz em nosso tempo[1].
TEXTO BÍBLICO: João 3.16-18
Jesus e Nicodemos
16Porque Deus amou o mundo tanto, que deu o seu único Filho, para que todo aquele que nele crer não morra, mas tenha a vida eterna. 17Pois Deus mandou o seu Filho para salvar o mundo e não para julgá-lo.
18— Aquele que crê no Filho não é julgado; mas quem não crê já está julgado porque não crê no Filho único de Deus.
1. LEITURA
Que diz o texto?
ü Algumas perguntas para ajudá-lo em uma leitura atenta…
Como e para que se manifesta o amor de Deus ao mundo? Para que Deus enviou seu Filho ao mundo? O que acontece com aquele que acredita?
Algumas pistas para compreender o texto:
Pe. Daniel Kerber [2]
Depois de celebrar a Páscoa e Pentecostes, a Igreja convida-nos a adentrar-nos no mistério que celebramos: o Pai enviou seu Filho, que se fez carne por nós, foi crucificado, morreu e ressuscitou, e nos envia seu Espírito. Definitivamente, nossa fé é uma fé trinitária. Cremos em um só Deus, que é Pai, Filho e Espírito Santo.
Embora o ensinamento sobre a Trindade tenha seu fundamento na Bíblia (“Que a graça do Senhor Jesus Cristo, o amor de Deus e a presença do Espírito Santo estejam com todos vocês!” – 2Co 13.13, na segunda leitura), a palavra Trindade, ou a doutrina de um só Deus em três pessoas é fruto da reflexão e da oração na tradição posterior da Igreja.
O texto que a liturgia nos propõe hoje faz parte do diálogo de Jesus com Nicodemos, no qual se assinala a dinâmica de todo o agir de Deus: “Deus amou o mundo tanto, que deu o seu único Filho, para que todo aquele que nele crer não morra, mas tenha a vida eterna”.
Estas palavras comentam o versículo anterior (3.15), em que se apresenta o Filho do homem “levantado”, que no Evangelho de João significa tanto “crucificado” (levantado na cruz) quanto exaltado.
O desígnio de Deus apresenta-se como um plano gratuito em que nos “dá” seu Filho. Este “dar” (literalmente “entregar”) significa tanto o envio ao mundo quanto sua entrega até à morte, um dom de amor que nada reserva para si. Contudo, este dom de Deus solicita ser recebido por parte do homem. Esta acolhida é a fé: “…todo aquele que nele crer…”, e o fruto deste dom de Deus acolhido na fé é a vida: “…tenha a vida eterna”.
Deus amou o mundo, que aqui representa toda a família humana, e o dom do Filho é um dom de salvação: “Deus mandou o seu Filho para salvar o mundo e não para julgá-lo.” A humanidade, com seu pecado, havia erguido uma barreira que a distanciava de Deus; e estar longe de Deus, que é a vida, é estar na morte. Esta barreira e esta morte são destruídas mediante a entrega do Filho, e assim somos salvos e entramos na comunhão de vida que o Pai nos dá no Filho, pelo Espírito Santo.
Se a humanidade permanece em sua obscuridade, na negação da fé, incorre no julgamento, na condenação, porque a salvação nos chega mediante a fé.
O que o Senhor me diz no texto?
O Evangelho deste domingo nos convida a celebrar a solenidade da Trindade. Este mistério fala-nos da comunhão de três pessoas distintas em um só amor divino. A Deus não podemos medir com nossos parâmetros humanos, mas o caminho do amor é a melhor forma de conhecê-lo. Não compreendemos plenamente muitas realidades, mas experimentamos seus bons efeitos sobre nós e nos alegramos com elas. A bondade infinita da comunhão de Deus nos anima a participar com alegria de sua realidade de amor e a agradecer-lhe o dom de sermos filhos adotivos pelo Batismo.
São João Paulo II acompanha-nos nesta reflexão com as seguintes palavras: “O Pai, o Filho e o Espírito estão presentes, portanto, e agem na Encarnação para nos envolver na sua própria vida. “Todos os homens afirmou – o Concílio Vaticano II – são chamados a esta união com Cristo, luz do mundo, do qual vimos, por quem vivemos, e para o qual caminhamos” (LG 3). E, como afirmava São Cipriano, a comunidade dos filhos de Deus é ‘um povo congregado pela unidade do Pai, do Filho e do Espírito Santo’ (De Orat. Dom. 23).
“’Conhecer a Deus e ao Seu Filho é acolher o mistério da comunhão de amor do Pai, do Filho e do Espírito Santo, na própria vida que se abre, desde agora, à vida eterna pela participação na vida divina. Por conseguinte, a vida eterna é a própria vida de Deus e simultaneamente a vida dos filhos de Deus. Um assombro incessante e uma gratidão sem limites não podem deixar de se apoderar do crente, diante desta inesperada e inefável verdade que nos vem de Deus em Cristo’(Evangelium vitae, 37-38).
“Neste assombro e neste acolhimento vital devemos adorar o mistério da Santíssima Trindade, que “é o mistério central da fé e da vida cristã. É o mistério de Deus em si mesmo. É, portanto, a fonte de todos os outros mistérios da fé; é a luz que os ilumina” (Catecismo da Igreja Católica, n. 234)”.[3]
Continuemos nossa meditação com estas perguntas:
Detenho-me a pensar sobre este belo mistério da Santíssima Trindade? O que posso aprender ao ver a unidade e o amor entre o Pai, o Filho e o Espírito Santo? Poderia amar e ser um só com minha família, amigos, companheiro ou grupo jovem?
3. ORAÇÃO
O que respondo ao Senhor me fala no texto?
A Vós, Pai santo, ao Verbo em vós gerado,
ao Santo Espírito, chama, fogo amor,
os habitantes dos jardins celestes
numa só voz proclamam Deus, Senhor.
Trindade Santa, de que sábios modos
viveis, ninguém o saberá jamais,
mas para sempre saciais os santos,
pois vossa face a contemplar lhes dais.
Eles vos cantam pelas vossas obras,
porque criais e conduzis o mundo,
e aqueceis o coração dos filhos
com labaredas de um amor fecundo.
De coração, vossos fiéis da terra
aos santos unem sua voz, também.
Eles desejam ser felizes sempre
pela visão de vossa face. Amém.[4]
4. CONTEMPLAÇÃO
Como ponho em prática, em minha vida, os ensinamentos do texto?
“Glória a ti, Pai; a ti, Filho; a ti, Espírito Santo, pelos séculos dos séculos. Amém!“.
5. AÇÃO
Com que me comprometo para demonstrar mudança?
Durante esta semana, buscarei o Catecismo da Igreja Católica e lerei a respeito da Santíssima Trindade a fim de aprofundar minha fé.
“Pentecostes é todo um poema de luz, de graça e de caridade”
São João XXIII