Quem não está contra está a favor
25 de janeiro de 2016Um coração fértil
27 de janeiro de 2016Leitura: Lucas 10,1-9
Depois disso o Senhor escolheu mais setenta e dois dos seus seguidores e os enviou de dois em dois a fim de que fossem adiante dele para cada cidade e lugar aonde ele tinha de ir. Antes de os enviar, ele disse:
— A colheita é grande, mas os trabalhadores são poucos. Por isso, peçam ao dono da plantação que mande trabalhadores para fazerem a colheita. Vão! Eu estou mandando vocês como ovelhas para o meio de lobos. Não levem bolsa, nem sacola, nem sandálias. E não parem no caminho para cumprimentar ninguém. Quando entrarem numa casa, façam primeiro esta saudação: “Que a paz esteja nesta casa!” Se um homem de paz morar ali, deixem a saudação com ele; mas, se o homem não for de paz, retirem a saudação. Fiquem na mesma casa e comam e bebam o que lhes oferecerem, pois o trabalhador merece o seu salário. Não fiquem mudando de uma casa para outra.
— Quando entrarem numa cidade e forem bem recebidos, comam a comida que derem a vocês. Curem os doentes daquela cidade e digam ao povo dali: “O Reino de Deus chegou até vocês”.
Oração: Sobre a nossa missão
O Senhor os enviou para que fossem adiante Dele para cada cidade e lugar aonde Ele tinha de ir. Ir adiante de Jesus. Ir aonde Ele tinha de ir. Esse fragmento do Evangelho de hoje muito me prendeu a atenção pela força e poder que ele nos traz. A frase contém uma belíssima explicação para a missão evangelizadora que deve ser o norte da vida de qualquer cristão. Ela nos diz que a evangelização é o ato de ir adiante de Jesus especialmente nos ambientes em que Ele tem de estar.
Nos tempos atuais, como conseguiremos ir adiante de Jesus? Aqui a nossa missão começa com o anúncio do nome de Jesus, mas não o simples bradar do nome Dele em cada canto que formos. Não é questão de quem gritar mais alto o nome Dele, ou quem gritar com maior fervor, ou quem dizer o maior número de títulos e adjetivos. Para falar sobre Jesus em cada momento de nossa vida, é indispensável a legitimidade de bem conhecê-Lo. E aí, aquilo que nos fará anunciará com autoridade o nome de Jesus é a vida de caridade e de perdão, aquilo que Ele tanto insistiu em toda a Sua jornada pastoral. Lembremos de que, dispostos a seguir a Palavra, seremos reconhecidos como discípulos de Cristo quando exalarmos caridade (João 13,35).
Nos tempos atuais, quais são os ambientes em que Ele tem de estar? Basta lembrarmos de que Jesus prioriza o encontro dos pequeninos, daqueles enfermos, de corpo ou de alma (Marcos 2,17). Nos dias de hoje, onde eles se concentram? E o meu caminho do dia a dia, qual é: tenho rumado em direção a esses locais ou tenho tentado ao máximo evitá-los? Jesus diz com todas as letras aquilo que é lógico: não é preciso curar os saudáveis. É possível que – por medo, preguiça, indiferença, preconceito – estejamos insistindo loucamente em levá-Lo apenas para aqueles que já o encontraram?
Na medicina, quando vamos aprender qualquer procedimento cirúrgico há uma regra de três passos: primeiro observar, depois imitar, por último fazer por conta própria. Penso que a rota da evangelização também deve percorrer essas três etapas. Primeiro, observar a Palavra (a oração); depois, imitar tudo o que Jesus fez e ensinou; por último, partir por conta própria fazendo e disseminando aquilo que nos foi ensinado. O texto de hoje é um alerta para que não nos esqueçamos do último passo.
Marcelo H. Camargos – acadêmico de medicina na UFMG. Família Missionária Verbum Dei de Belo Horizonte.