A parábola do semeador
18 de setembro de 2021Ouvir atentamente
20 de setembro de 2021Domingo – 19/09 – 25º Domingo do Tempo Comum
Mc 9, 30-37 – Servir a todos
Leitura: o que o texto diz?
O evangelista Marcos continua a nos narrar a travessia que Jesus faz passando pela Galileia, rumo a Jerusalém. Esse trecho da viagem funciona como uma escola na qual o Mestre se dedica à formação mais intensa dos discípulos. Jesus ensina o que acontecerá com Ele; os discípulos não entendem e têm receio de lhe perguntar, porém discutem entre si, demonstrando que, de fato, nada entenderam. O bom mestre, atento aos discípulos, percebe e lhes ensina novamente, exemplificando com palavras e com ações que o seguimento de sua mensagem se traduz na vida na linguagem do serviço, da acolhida. E reforça, mais uma vez, que é uma opção seguir ou não seguir o seu caminho, repetindo a mesma expressão que ouvimos no domingo anterior: “Se alguém quiser…” (Mc 8,34. 9, 35)
Meditação: o que o texto me diz?
O tempo do discipulado é muito importante. Ir com Jesus pelo caminho e com Ele adentar na casa, acolhendo suas palavras, é essencial para que não sejamos apenas cristãos por tradição ou convenção social. Na vida de fé, embora tenhamos a Palavra a nos apontar a direção, nem sempre a conseguimos compreender e nos prendemos em nossas disputas sem sentido, querendo medir a ação de Deus e seu amor. A inversão que Jesus faz na lógica de ser o primeiro ou o último nos ensina que o Messias age como servidor e está entre nós como um menor entre os menores, a fim de nos fazer todos grandes no amor.
Oração: o que o texto me faz dizer?
Seguir Jesus é se colocar à disposição para servir a todos. Senhor, convertei nosso desejo de grandeza. Que ele seja o desejo da grandeza da pequenez, ou seja, da grandeza do se colocar ao lado dos outros e não acima de todos, pois assim fez Jesus, o vosso Filho, ao coloca-se no caminho da vida conosco. Convertei nosso desejo de sermos os primeiros no prestígio, fazendo-nos desejosos de ser os primeiros no serviço, na doação de nós mesmos, na vivência do amor que caminha rumo à plenitude de vida.
Contemplação: o que o texto faz em mim?
O serviço muitas vezes é percebido por nós como um fardo, um castigo reservado àqueles que têm algo a ser reparado ou ainda como uma maneira de colocar-se abaixo dos outros, em uma postura de inferioridade. A Palavra que hoje ouvimos e meditamos quer nos levar a perceber que essa maneira de encarar o serviço não faz parte da lógica de Jesus. O servidor não é inferior ao servido e nem o contrário, pois não se trata de criar hierarquias, mas de criar comunhão. Ao se colocar entre nós como um Deus servidor, Jesus nos mostra que o servir não retira ou diminui a dignidade, mas a plenifica à medida em que nos tornamos mais sensíveis aos irmãos.
Ação: o que posso fazer do texto?
No mundo do “ser servido”, em que ainda há quem meça o “status” social pela quantidade de servidores que possui a seu comando, precisamos assumir a lógica cristã do serviço, anunciando, com palavras e ações, que servir não é ser subserviente, submisso, mas ser acolhedor, abrindo-nos ao outro, ao que ele é e ao que podemos fazer pelo seu bem.
* Pedro Henrique Mendonça Fernandes – catequista coordenador diocesano da Catequese na Diocese da Campanha/MG