Jesus está em nós (Jo 17, 20-26)
5 de junho de 2014A missão de cada um (Jo 21, 20-25)
7 de junho de 2014Depois de comerem, perguntou a Simão Pedro: “Simão, filho de João, tu me amas mais do que estes?” Pedro respondeu: “Sim, Senhor, tu sabes que eu te amo”. Jesus disse: “Apascenta os meus cordeiros”.
E disse de novo a Pedro: “Simão, filho de João, tu me amas?” Pedro disse: “Sim, Senhor, tu sabes que eu te amo”. Jesus disse-lhe: “Apascenta as minhas ovelhas”. Pela terceira vez, perguntou a Pedro: “Simão, filho de João, tu me amas?” Pedro ficou triste, porque Jesus perguntou três vezes se ele o amava. Respondeu: “Senhor, tu sabes tudo; tu sabes que eu te amo”. Jesus disse-lhe: “Apascenta as minhas ovelhas. Em verdade, em verdade te digo: quando eras jovem, tu te cingias e ias para onde querias. Quando fores velho, estenderás as mãos e outro te cingirá e te levará para onde não queres ir”.
Jesus disse isso, significando com que morte Pedro iria glorificar a Deus. E acrescentou: “Segue-me”.
Jesus coloca o amor de Pedro à prova.
Para cuidar de algumas pessoas é necessário amar mais. Os cordeiros, animais ainda jovens, precisam de muita atenção e esforço por parte do pastor. Quando nascem nos campos, o pastor precisa carregá-los de volta à sede, quando já conseguem seguir o rebanho, correm na frente, se desgarram com facilidade, estão sempre na mira dos predadores. Por tudo isso, os pastores precisam estar sempre atentos a eles.
Jesus repete a pergunta a Pedro três vezes, porém, na primeira, Ele a faz de uma maneira um pouco diferente das outras duas e também dá uma ordem ligeiramente diferente.
Aquele que ama Jesus, mais que os outros, deve cuidar dos novos, dos que estão chegando na comunidade, dos que são jovens na fé, mesmo que sejam velhos na idade.
Penso que, quanto maior o amor, a pessoa se torna mais paciente, mais prestativa, menos invejosa, não procura se ostentar e não se enche de orgulho, portanto, poderá cativar os mais novos. Eles se sentirão mais à vontade, não se intimidarão por desconhecerem muitas coisas e se sentirão acolhidos.
O acolhimento, me parece, é um dos principais frutos do amor proposto por Jesus. Quando contemplamos as cenas narradas nos evangelhos, salta aos olhos a forma como todos se sentiam acolhidos por Jesus.
Nós todos, que somos batizados, também devemos ajudar no pastoreio. Às vezes somos os cordeiros, outras vezes as ovelhas, mas, muitas vezes também devemos pastorear. Jesus parece querer nos inserir em uma dinâmica de crescimento contínuo. Aprendemos, para em seguida ensinarmos, principalmente com nossas ações.
Assim, esta ordem dada a Pedro, também é para nós.
Como temos tratado aqueles que estão iniciando a caminhada de fé? Fazemos com que eles possam se sentir integrados? Temos paciência com eles? Demonstramos interesse no que eles pensam?
Há algumas teorias para a razão de Jesus ter perguntado três vezes a Pedro se ele o amava, contudo, na minha oração de hoje, eu pensava que Jesus parou de perguntar em razão de Pedro ter lhe respondido: “Senhor, tu sabes tudo; tu sabes que eu te amo”.
Ora, quando pudermos compreender, no fundo de nossos corações, que nada está oculto a Deus, penso que poderemos nos entregar com maior ardor às suas causas. Jesus nos conhece integralmente e sabe como o amamos. Não importa o que falamos da boca para fora. Importa o que vai em nosso coração. Pedro alcança essa compreensão.
Pedro está ciente de que a grandeza de seu amor determinará o que ele poderá realizar. A capacidade de realização não está ligada tanto às capacidades já adquiridas, mas, muito mais, ao amor que se tem. O amor é criativo e gerador de vida. Por meio dele que tudo é criado. Nosso amor abre o espaço para a ação de Deus.
Uma vez alcançada essa compreensão, no fundo do coração, tudo que nos for pedido por Jesus será mais fácil de ser realizado.
No próximo domingo, celebraremos a festa de Pentecostes. Recordaremos e faremos memória desse grande dom que recebemos. Neste clima de tomar consciência da ação do Espírito Santo em nós, deixemos que, no silêncio, Ele possa nos dar a confiança de que necessitamos para, a exemplo de Pedro, nos entregarmos à realização de suas obras. Amém!
João Batista Pereira Ferreira – Família Missionária Verbum Dei – Belo Horizonte – MG