“…Mestre, eu te seguirei aonde quer que tu vás”
27 de junho de 2022“…Que tens a ver conosco, Filho de Deus?”
29 de junho de 202228 de junho de 2022 – Terça-feira da 13ª Semana do Tempo Comum
Mt 8,23-27 –
“… Senhor, salva-nos, estamos perecendo!” (Mt 8,25).
Nesta terça-feira da 13ª Semana do Tempo Comum, faremos a Leitura Orante do texto de Mt 8,23-27. É importante que nossa leitura comece com uma preparação exterior, com a escolha de um espaço silencioso e de um momento conveniente, e interior, com disposição para o encontro.
Vamos respirar profundamente, acolhendo a Divina Ruah que é sopro, vento, ar, vida que nos enche, nos envolve e nos move.
1. Leitura – O que o texto diz?
Mt 8,23-27 é continuação do texto de ontem, Mt 8,18-22. Cientes disso, façamos uma leitura atenta, pausada e compreensiva da Palavra, uma e outra vez, ao ponto que não sejamos mais espectadores, mas pertencentes à narrativa.
Na maioria de nossas bíblias e no imaginário popular, essa narrativa recebe o título de “Tempestade acalmada”. Ao lermos o texto, nos deparamos com Jesus entrando no barco e sendo seguido por seus discípulos. Uma grande tempestade veio, então, sobre o mar até que o barco ficou coberto pelas ondas. Jesus dormia, apesar de todo o rebuliço e agitação. Os discípulos despertaram Jesus dizendo: Senhor, salva-nos, estamos perecendo! Jesus repreendeu os discípulos, porque tiveram medo, e o vento e o mar. E se fez uma grande calmaria. Vendo isso, os discípulos – que já tinham visto Jesus realizar diversas curas –ficaram admirados e perguntavam: Quem é este, que até o vento e o mar lhe obedecem?
2. Meditação – O que o texto me diz?
Na meditação, nosso objetivo é identificar e compreender o que o texto nos diz de forma pessoal e direta.
Qual acontecimento ou ação me chamou atenção de forma contundente? Diante desse texto, sinto-me como os discípulos entusiasmados que seguem Jesus ou reconheço-me como Jesus dormindo em meio a uma tempestade enquanto os outros estão prestes a perecer? Compreendo-me como alguém capaz de repreender aos demais por sua fraqueza na fé e enfrentar e acalmar a tempestade ou encontro-me como alguém que tem perguntas sinceras sobre quem é Jesus?
Quem sou eu diante desse texto e de que forma essa narrativa me ajuda a compreender a mim próprio/a, meus medos, anseios e inquietações?
3. Oração – O que o texto me leva a dizer a Deus?
A partir do que lemos e meditamos, podemos, agora, falar com Deus, com sinceridade, cientes de que ele nos escuta e acolhe.
Falemos sobre
- nosso desejo de seguir Jesus;
- a aflição que sentimos quando em meio a tantas tribulações, sentimos que Deus parece dormir indiferente a nós;
- do quanto a vida de Jesus nos entusiasma, nos inquieta e nos interpela;
- nossas perguntas sobre “quem é este Jesus”;
- sobre a debilidade de nossa fé;
- a palavra que brota do mais profundo de nossos corações.
4. Contemplação – O que o texto faz em mim?
Este é o momento de deixar Deus falar no mais profundo de nossos corações e em nossas consciências. Para tanto, é necessário que silenciemos e deixemos que Deus fale e aja em nós, em nossa memória, inteligência e vontade.
4. Ação – O que o texto – e este encontro – me solicita a agir?
Façamos agora, a partir do encontro com o texto de Mt 8,23-27, um compromisso. Assumamos um gesto concreto, um sinal de que a palavra lida, meditada, rezada e contemplada se faz carne em nossa carne.
Por fim, agradeçamos a Deus por este momento de encontro com ele a partir de sua palavra.
*Maria Nivaneide de Abreu Lima, mestra em Teologia pela Universidade Católica de Pernambuco (Unicap) e membro do Centro de Estudos Bíblicos (CEBI).
Imagem: fotografiareligiosa