Ele tomou a firme decisão de partir para Jerusalém (Lc 9, 51-56)
3 de outubro de 2017Vão!
5 de outubro de 2017“Quando Jesus e os discípulos iam pelo caminho, um homem disse a Jesus:
— Eu estou pronto a seguir o senhor para qualquer lugar onde o senhor for.
Então Jesus disse:
— As raposas têm as suas covas, e os pássaros, os seus ninhos. Mas o Filho do Homem não tem onde descansar.
Aí ele disse para outro homem:
— Venha comigo.
Mas ele respondeu:
— Senhor, primeiro deixe que eu volte e sepulte o meu pai.
Jesus disse:
— Deixe que os mortos sepultem os seus mortos. Mas você vá e anuncie o Reino de Deus.
Outro homem disse:
— Eu seguirei o senhor, mas primeiro deixe que eu vá me despedir da minha família.
Jesus respondeu:
— Quem começa a arar a terra e olha para trás não serve para o Reino de Deus.”
Na oração de hoje, peçamos ao Pai a graça, pela intercessão de São Francisco de Assis, cujo dia celebramos hoje, de amar o Amor e responder a ele com todo o nosso ser.
Jesus é radical neste Evangelho, porque a resposta ao seu chamado não é acessória, mas vai à raiz da nossa vida. “O Filho do Homem não tem onde descansar.” Jesus não ilude seus seguidores; ao contrário, deixa claro que não há refúgio nem descanso neste caminho, a não ser no Pai, em quem Ele mesmo se apoiou. Não há seguranças humanas, como todo o texto deixará claro.
Jesus fixou o seu rosto em direção a Jerusalém, como vemos no versículo 51 do mesmo capítulo. Não volta o rosto nem para um lado, nem para o outro. Um seguidor de Jesus não pode ter algo que o desfaça dessa decisão, nem mesmo a questão familiar. Por que? Por causa da urgência do Evangelho.
As cobranças de um ente querido têm grande efeito no nosso coração. Na época, a comunidade de Lucas sofria isso. Os discípulos dessa comunidade vinham do paganismo. As cobranças familiares que enfrentavam eram do tipo: “Por que você não vai mais ao Templo de Diana? Vai, só uma vez!” Era necessário tomar uma firme decisão e posicionar-se para não se distrair do Evangelho.
E eu? Que cobranças de entes queridos (familiares, amigos…) distanciam-me do chamado de Jesus? O que eles desejam que eu viva que não se parece com o que o Evangelho me marca? Como respondo?
Francisco de Assis precisou romper com seu pai, um rico comerciante que não permitia o amor para com os pobres. Ele deixou de ser, em primeiro lugar, o filho de Bernardone, para tornar-se prioritariamente filho de Deus, irmão de todos. Assim ele nos ensina em seus escritos: “Na santa caridade que é Deus (cf. I Jo 4,16), rogo a todos os irmãos, tanto aos ministros como aos outros, que, removido todo impedimento e todo cuidado e postergada toda preocupação, onde puderem esforcem-se por amar, servir e adorar o Senhor Deus com o coração limpo e com a mente pura, pois é isto que Ele deseja acima de tudo.” (Cf. Escritos de São Francisco, p. 84)
São Francisco, interceda por nós, e ensine-nos a seguir incondicionalmente o único Senhor que plenifica a nossa vida.
Tania Pulier, jornalista e teóloga, membro da CVX Cardoner e da Família Missionária Verbum Dei