17 de outubro de 2022, 2ª feira, 29º Semana do Tempo Comum.

Evangelho de Lc 12,13-21

Leitura: O que o texto diz?

Cheios do Espírito Santo, nos aproximemos do texto de Lc 12,13-21. Mais uma parábola sábia de Jesus e de muito aprendizado. A avareza e a ganância, muito presentes em nossos tempos, nos esvaziam de amor e nos enchem de individualidade, como também, da crença em achar que, o acúmulo de bens nos traz felicidade e eternidade. Construir mais celeiros, ou seja, quanto mais se tem, mais se quer. Juntar tesouros sem pensar nos irmãos necessitados, e, portanto, acabamos pobres de Deus. Há uma denúncia à cultura materialista, e pior, é que há correntes religiosas que predicam a riqueza de bens, como uma forma de proximidade em Deus, como a da prosperidade.

O Evangelho não contrapõe quem trabalha e possui bens, porém, o propósito é que não haja o excesso enquanto outros necessitam, ou seja, haja a partilha com estes. São Cristóvão dizia: “não partilhar com os pobres significa roubá-los e privá-los na vida, os bens que são deles”. Esses ricos modernos, são políticos, grandes empresários, dentre outros. E assim, a riqueza que não é dividida, divide.

Meditação: O que o texto me diz?

Em quais pontos este texto tocou você? Se dar a oportunidade de realizar perguntas a si mesmo já é um grande feito. Como vive hoje, acumulando tesouros pela sua felicidade, ou o que tem o leva a partilhar com alguém que muito precisa? Sente compaixão pelas pessoas, ou acredita ser destino de cada um ter o que merece? Permita-se abrir seu coração e mente, para que o Senhor te fale.

Oração: O que o texto me faz dizer?

Fale para o Senhor sobre o reconhecimento de suas limitações e falhas, pois se trata de grande virtude e caminho para o acerto. Portanto, entrego a Deus todas essas contenções, para que, juntos possamos caminhar para as devidas correções, uma vez que, não quero ser pobre de Deus.

Contemplação: O que o texto faz em mim?

Se colocar no lugar do homem rico, é se pôr em situação de uma grande proporção de sujeitos atualmente. Não é proibido ter, mas, se faz necessário enxergar Jesus no próximo. Isso nos faz lembrar o que São Crisóstomo disse: “devolver o que lhe pertence, pois, tudo o que Deus nos dá, é pela graça”.

Ação: O que esse texto me faz agir?

Encorajados pela riqueza em Deus, e não empobrecidos com acúmulo de bens, desejamos levar essa sabedoria aos irmãos para que, esse olhar e sentimento, sejam multiplicados. Quando utilizados para o bem comum, as coisas podem ter imenso valor e serem grandes tesouros.

Mércia da Silva Pereira*

Membro da Nova Jerusalém Leiga. Especialista em Estudos Bíblicos pela Faculdade Católica de Fortaleza-CE (FCF) e graduanda em Teologia pela Faculdade Católica do Rio Grande do Norte. Atualmente reside em Mossoró/RN.