Não temais! Alegrai-vos! (Mt 28, 1-10)
15 de abril de 2017“Não tenham medo”
17 de abril de 2017“Deem graças a Deus, o Senhor, porque ele é bom
e porque o seu amor dura para sempre”.
Sl 118.1
PREPARAÇÃO ESPIRITUAL
Espírito de Deus,
presente nos últimos momentos
da vida de Jesus
e em sua morte injusta.
Animando sua vontade de prosseguir
até às últimas consequências
para manter a fidelidade ao Pai.
Espírito Santo,
fortalece nosso caminhar
no sofrimento, na perseguição,
na incompreensão ou no martírio.
Anima-nos em todo lugar e tempo,
sustenta a vontade de seguir Jesus
aceitando os conflitos, os desafios
e as consequências de seu caminhar e de sua cruz.
TEXTO BÍBLICO: João 20.1-9
O túmulo vazio
Mateus 28.1-8;Marcos 16.1-8;Lucas 24.1-12
1Domingo bem cedo, quando ainda estava escuro, Maria Madalena foi até o túmulo e viu que a pedra que tapava a entrada tinha sido tirada. 2Então foi correndo até o lugar onde estavam Simão Pedro e outro discípulo, aquele que Jesus amava, e disse:
— Tiraram o Senhor Jesus do túmulo, e não sabemos onde o puseram!
3Então Pedro e o outro discípulo foram até o túmulo. 4Os dois saíram correndo juntos, mas o outro correu mais depressa do que Pedro e chegou primeiro. 5Ele se abaixou para olhar lá dentro e viu os lençóis de linho; porém não entrou no túmulo. 6Mas Pedro, que chegou logo depois, entrou. Ele também viu os lençóis colocados ali 7e a faixa que tinham posto em volta da cabeça de Jesus. A faixa não estava junto com os lençóis, mas estava enrolada ali ao lado. 8Aí o outro discípulo, que havia chegado primeiro, também entrou no túmulo. Ele viu e creu. 9(Eles ainda não tinham entendido as Escrituras Sagradas, que dizem que era preciso que Jesus ressuscitasse.)
1. LEITURA
Que diz o texto?
ü Algumas perguntas para ajudá-lo em uma leitura atenta…
O que aconteceu no domingo bem cedo? Como estava a pedra que Maria Madalena viu? O que disse ela a Simão Pedro a ao outro discípulo? O que viu e o que fez o discípulo que chegou primeiro? O que aconteceu depois que entraram e viram o que havia? O que não tinham compreendido?
Algumas pistas para compreender o texto:
A Igreja celebra, neste domingo, a maior de suas festas, porque, como diz São Paulo, “se Cristo não foi ressuscitado, nós não temos nada para anunciar, e vocês não têm nada para crer” (1Cor 15.14).
A experiência com o Ressuscitado, nos evangelhos, apresenta-se como uma experiência pessoal e comunitária, que implica não apenas a experiência física da ausência do cadáver que os discípulos haviam deixado havia três dias, mas também voltar o olhar para os ensinamentos do Mestre e da Palavra, a fim de comprovar que nem a morte venceu a batalha contra Jesus. Do evangelho deste domingo pascal, concentraremos o olhar sobre as três testemunhas que João nos apresenta, cada uma das quais, de maneira pessoal, tem este primeiro encontro com o cumprimento da promessa da ressurreição.
Maria Madalena: em meio a uma cultura essencialmente patriarcal, cresce em importância o fato de as primícias da Páscoa estarem nas mãos de mulheres, como o revelam os quatro evangelhos. Somente o último dos evangelhos personaliza de tal sorte este momento, que não nomeia as demais mulheres que estavam ali: Maria, mãe de Tiago (Mt 28, Mc 16 e Lc 24), Salomé (Mc 16) e Joana (Lc 24).
Desse modo, o evangelho do discípulo amado apresenta Maria Madalena como protagonista das primícias da Páscoa e primeira anunciadora, o que leva são João Crisóstomo a sugerir que, por ser um evangelho centrado no amor, não receia apresentar Maria Madalena como alguém que amava o Senhor, assim como os outros evangelhos mostram o carinho que as irmãs de Lázaro tinham pelo Mestre.
Maria Madalena é testemunha do acontecimento a distância (Jo 20.1); julga que tiraram o Senhor, e é isso o que anuncia a João e a Pedro (v. 2): tal como as demais testemunhas, inicialmente não consegue ligar os ensinamentos de Jesus ao que está acontecendo.
Pedro: vê detalhadamente o que aconteceu, entra no sepulcro, observa que os lençóis que haviam coberto Jesus estavam no lugar onde antes estivera o corpo (vv. 6-7).
Em síntese, o evangelho deste domingo nos apresenta as diversas maneiras pelas quais se vai descobrindo a ressurreição, não como algo automático ou óbvio ao não encontrar o corpo de Jesus, mas como um fato que requer uma disposição completa para descobrir nos acontecimentos, nos ensinamentos do Mestre e nas Escrituras, o que para nós, hoje, é um fato: Jesus ressuscitou!
3. MEDITAÇÃO
O que o Senhor me diz no texto?
“Feliz Páscoa!” Ouvimos e desejamos uns aos outros neste dia… Ter vivido o sacrifício de Jesus na cruz e ressuscitar com ele na vigília anterior há de significar uma páscoa para nossa vida. Que seja o novo começo de mais atitudes de fé que se refletem em cada um de nossos ambientes; que seja nossa nova ressurreição, com novas forças para continuar a tarefa do Senhor: tornar o mundo melhor.
Nosso Papa Francisco acompanha-nos na meditação com as seguintes palavras: “Na catequese passada, refletimos sobre o acontecimento da Ressurreição de Jesus, no qual as mulheres desempenharam um papel singular. Hoje, gostaria de meditar acerca do seu alcance salvífico. Que significa a Ressurreição para a nossa vida? E por que motivo, sem ela, a nossa fé é vã? A nossa fé baseia-se na Morte e Ressurreição de Cristo, precisamente como uma casa se apoia sobre os fundamentos: se eles cederem, desaba a casa inteira. Na Cruz, Jesus ofereceu-se a si mesmo carregando sobre si os nossos pecados e descendo até ao abismo da morte, e na Ressurreição derrota-os, elimina-os e abre-nos o caminho a fim de renascermos para uma vida nova. São Pedro expressa-o de maneira sintética no início da sua primeira Carta, como ouvimos: ‘Bendito seja Deus, Pai de nosso Senhor Jesus Cristo! Na sua grande misericórdia Ele fez-nos renascer pela Ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos, para uma esperança viva, para uma herança incorruptível, incontaminável e imarcescível’ (1.3-4).
“Caros irmãos e irmãs, nós somos os primeiros que devemos ter bem firme em nós esta esperança e dela devemos ser um sinal visível, claro e luminoso para todos. O Senhor ressuscitado é a esperança que nunca esmorece, que não engana (cf. Rm 5.5). A esperança do Senhor não engana! Quantas vezes na nossa vida as esperanças esmorecem, quantas vezes as expectativas que temos no coração não se realizam! A nossa esperança de cristãos é forte, certa e sólida nesta terra, onde Deus nos chamou a caminhar, e está aberta à eternidade porque se funda em Deus, que é sempre fiel. Não devemos esquecer: Deus é sempre fiel; Deus é sempre fiel para conosco”.
Continuemos nossa meditação com estas perguntas:
Como concluí a Quaresma e os Dias Santos? Que mensagem desta festa da Ressurreição tocou minha vida? Quais são meus propósitos para a nova festa de páscoa?
3. ORAÇÃO
O que respondo ao Senhor me fala no texto?
Creio no Ressuscitado, aquele que entregou a vida,
que carregou a cruz,
que viveu o conflito, a incompreensão
e a perseguição por ser fiel.
Ele que nos ensinou que conhecemos a Deus
quando fazemos sua vontade.
Creio em Jesus, que viveu
como Deus quer que todos vivamos;
creio no Ressuscitado,
que nos chama a seguir seus passos e
e fazer de nossa vida
uma Páscoa para os outros,
um passagem do Senhor para todos,
um sinal de que a vida
é sempre mais forte
do que toda morte
que nossa sociedade produz.
4. CONTEMPLAÇÃO
Como ponho em prática, em minha vida, os ensinamentos do texto?
“Senhor, que minha fé cresça para entender tua ressurreição!”.
5. AÇÃO
Com que me comprometo para demonstrar mudança?
Fixo em meu calendário algumas datas que lembrem meus compromissos de Ressurreição e torno-as visíveis para reavaliar minha evolução.
“Terrível morte! Mas quão apetecível é também a vida no outro mundo,
à qual Deus nos chama!”
São Francisco de Sales