Ressurreição do Senhor – Ano A
16 de abril de 2017As mulheres ou os soldados?
17 de abril de 2017Evangelho – Mt 28,8-15
Elas foram embora depressa do túmulo, pois estavam com medo, mas muito alegres. E correram para contar tudo aos discípulos. 9De repente, Jesus se encontrou com elas e disse:
— Que a paz esteja com vocês!
Elas chegaram perto dele, abraçaram os seus pés e o adoraram.
10Então Jesus disse:
— Não tenham medo! Vão dizer aos meus irmãos para irem à Galileia, e eles me verão ali.
11Enquanto as mulheres ainda estavam no caminho, alguns dos soldados que estavam vigiando o túmulo voltaram para a cidade e contaram aos chefes dos sacerdotes tudo o que havia acontecido. 12Os chefes se reuniram com os líderes judeus e fizeram os seus planos. Então deram uma grande quantia de dinheiro aos soldados 13e ordenaram o seguinte:
— Digam que os discípulos dele vieram de noite, quando vocês estavam dormindo, e roubaram o corpo. 14Se o Governador souber disso, nós vamos convencê-lo de que foi isso mesmo o que aconteceu, e vocês não terão nenhum problema.
15Os soldados pegaram o dinheiro e fizeram o que os chefes dos sacerdotes tinham mandado. E esse boato se espalhou entre os judeus até o dia de hoje.
Após a rememoração da semana em que se concretizaram os planos de Deus para salvar a humanidade, agradecemos, Pai Amado, pelo modo todo especial com que acolhe tudo o que de humano há em nós.
Vemos no evangelho de hoje a tentativa dos sumos sacerdotes de controlarem informações a fim de preservarem o próprio poder e de evitar a propagação da notícia do Cristo ressuscitado. Já havíamos percebido incoerências no julgamento de Jesus por essas pessoas e Pilatos, e agora, na narrativa de Mateus, vemos a preocupação maior em esconder fatos e criar a sua versão sobre eles do que de averiguar a situação.
Trata-se de um fechamento completo à escuta de verdades diferentes das suas, o que chama bem a atenção. Essas pessoas, tendo oportunidade de enxergarem, preferem permanecer na escuridão da cegueira.
Fico pensando sobre minhas propostas quaresmais de transformação, faço aqui neste início da semana uma revisão para perceber o que consegui melhorar em meu comportamento. Faço as seguintes perguntas, Jesus, para ir pensando ao longo do dia:
- quais eram mesmo as metas que me coloquei no início da quaresma?
- quais delas consegui atingir?
- quais ainda são difíceis? Vale ainda a pensa mantê-las? O que ainda falta para conseguir o que eu pretendia?
Olho para o saldo desse período de quaresma, Jesus, e sinto que gostaria de ter avançado bem mais. Em alguns pontos, por ter me colocado uma meta mais difícil do que eu imaginava, em outros, porque ainda me faltam forças para dar um basta no que me deixa com insatisfação, no o que me coloca mais distante de você e para lidar com as perdas que terei de enfrentar para chegar aos objetivos a que me propus.
Sinto-me como as mulheres do evangelho de hoje: alegre por poder experimentar momentos tão intensos do amor de Deus para com a humanidade, por saber que a morte não é o fim e que não é dela a última palavra. Mas, assim como essas mesmas mulheres, sinto uma pontada de medo e me pergunto: por que elas estavam amedrontadas? Por insegurança? Por não saberem o que lhes poderia acontecer quando as autoridades soubessem que elas acreditavam mesmo naquilo tudo que havia sido pregado?
Entretanto, mais importante que responder a essas questões é perceber que, logo em seguida, você aparece, Jesus, e retira-lhes o temor, demonstrando que sua presença reconforta (Que a paz esteja com vocês!) e que elas não precisavam ter medo.
Como você é dinâmico em suas ações, Jesus. Você acalenta aquelas mulheres e já começa, em seguida, a colocar em prática sua estratégia de continuidade da missão. Você pede que elas façam com que seus discípulos o encontrem justamente onde tudo havia se iniciado. Vemos alguns indícios de um novo começo, ao mesmo tempo que a continuação de tudo que você já havia pregado. Por isso, penso que a Páscoa não é um fim marcado pela vitória, mas um novo tempo, um tempo que começa com um saldo positivo maravilhoso, dada a sua coragem de se d se por completo, mas também, uma também nova etapa na qual você continua presente, porém de outra forma.
Coloco aqui, então, Jesus, as questões da quaresma que ainda não consegui resolver. Acredito na sua presença constante junto de mim e tenho certeza de que, sem você, eu não teria conseguido os êxitos que consegui e acredito também na motivação que esta frase sua é capaz de dar: Não tenham medo!. Levarei essa frase em meu coração, Mestre, a fim de me fortalecer para continuar meu processo de transformação.
Agradeço, enfim, aqui, Jesus, por tudo de bom que esse período de quaresma, de deserto, silêncio e reflexões trouxe para minha caminhada. Saber da continuidade de sua Companhia, amado Jesus, preenche completamente meu coração de alegria.
Amém!
Ana Paula Ferreira – Família Missionária Verbum Dei – Belo Horizonte