“O Pai é maior”
16 de maio de 2017O fruto do discípulo é o Amor (JO 15, 9 – 11)
18 de maio de 2017“Jesus disse:
— Eu sou a videira verdadeira, e o meu Pai é o lavrador. Todos os ramos que não dão uvas ele corta, embora eles estejam em mim. Mas os ramos que dão uvas ele poda a fim de que fiquem limpos e deem mais uvas ainda. Vocês já estão limpos por meio dos ensinamentos que eu lhes tenho dado. Continuem unidos comigo, e eu continuarei unido com vocês. Pois, assim como o ramo só dá uvas quando está unido com a planta, assim também vocês só podem dar fruto se ficarem unidos comigo.
— Eu sou a videira, e vocês são os ramos. Quem está unido comigo e eu com ele, esse dá muito fruto porque sem mim vocês não podem fazer nada. Quem não ficar unido comigo será jogado fora e secará; será como os ramos secos que são juntados e jogados no fogo, onde são queimados. Se vocês ficarem unidos comigo, e as minhas palavras continuarem em vocês, vocês receberão tudo o que pedirem. E a natureza gloriosa do meu Pai se revela quando vocês produzem muitos frutos e assim mostram que são meus discípulos.”
Na oração de hoje, já podemos começar agradecendo pelo próprio Jesus nos proporcionar a imagem para nossa composição de lugar e nossa contemplação: a da plantação de uvas. É para lá que vamos com Ele! Que o Espíriton nos conduza.
“Eu sou a videira verdadeira, e o meu Pai é o lavrador.” Entrar com o Pai, o Filho e o Espírito Santo na plantação. Sentir o clima, ver as videiras, observar as uvas, sentir o cheiro, até comer alguma e sentir o sabor… Olhar para Jesus como esta “verdadeira videira”. Como ela é? Cheia de ramos? Cheia de frutos? Como são suas sementes? Que seiva corre nela? Ver o Pai como esse lavrador. Quais as suas feições? Como ele está vestindo? Usa um chapéu? Ver as suas mãos, que trabalham nessa plantação. Como elas são? Pegar nelas, senti-las. E eu, como estou com eles aí? Quem sou? Uma semente? Uma uva? Um ramo? Um auxiliar do lavrador?
“Todos os ramos que não dão uvas ele corta, embora eles estejam em mim.” Que susto, não? De fato, a possibilidade dos ramos sem frutos existe, pelo mistério da liberdade. Mas deixar que Ele nos faça olhar de novo, nos faça ver com seus olhos: será que aqueles ramos que eu vejo sem uvas em mim, nos outros e na realidade estão sem uvas de fato? Ajustando o foco do meu olhar com o de Deus, começo a perceber a floração, as sementes, as uvinhas que começam a nascer, minúsculas ainda, imperceptíveis ao olhar de relance…
– Qual o meu olhar para a realidade? Solitariamente meu ou em Deus, com Deus e a partir de Deus?
“Mas os ramos que dão uvas ele poda a fim de que fiquem limpos e deem mais uvas ainda.” Ver os ramos com uvas e o Pai lavrador os podando. Sentir essa poda. Fácil não é. Em vários momentos da vida sentimos dor. E se os ressignificarmos? E se conseguíssemos nos perceber neles como ramos frutíferos sendo podados pela vida para frutificar ainda mais? Deus não quer o sofrimento. Nem tudo o que nos faz sofrer vem dele, aliás, na maioria das vezes são consequências de ações realizadas por nós ou pelos demais quando não estamos unidos à videira. Em outros momentos são coisas que fazem parte da finitude humana. Mas Deus é capaz de dar novo sentido e gerar vida aí onde só vejo morte. Como seria olhar para esses momentos com Ele e a partir do sentido que Ele dá? Fazer a experiência.
“Vocês já estão limpos por meio dos ensinamentos que eu lhes tenho dado. Continuem unidos comigo, e eu continuarei unido com vocês. Pois, assim como o ramo só dá uvas quando está unido com a planta, assim também vocês só podem dar fruto se ficarem unidos comigo.” Esse é o olhar que Jesus tem sobre cada um de nós. Ele vê que sua Palavra já gera efeitos/frutos em nós, nos purifica. Qual o chamado: ficar unidos a Ele. Perguntar-lhe: como posso, Senhor, manter-me unido a Você em meu dia a dia? Deixar que Ele nos diga como e também que nos mostre o critério de discernimento para ver se estamos vivendo essa união – os frutos produzidos. “Quem está unido comigo e eu com ele, esse dá muito fruto porque sem mim vocês não podem fazer nada.”
“Se vocês ficarem unidos comigo, e as minhas palavras continuarem em vocês, vocês receberão tudo o que pedirem.” “Opa!” – podemos exclamar interesseiramente – “aí eu vi vantagem!” Mas, se estamos unidos ao Senhor e sua Palavra continua em nós, o que pedimos é segundo Ele. Pedimos viver a sua Palavra e que ela produza frutos em nós e através de nós. Pedimos viver como discípulos, o que também se mostra pelos frutos de vida. “E a natureza gloriosa do meu Pai se revela quando vocês produzem muitos frutos e assim mostram que são meus discípulos.” Que bonito! Quando é assim, nossa vida revela a glória do Pai, como a de Jesus revelou.
Peçamos ao Espírito que nos ajude a viver como filhos no Filho, produzindo frutos que revelam o Pai aos demais e trazem os irmãos de volta para o lar.
Tania Pulier, jornalista e teóloga, membro da CVX Cardoner e da Família Missionária Verbum Dei