“…Senhor, salva-nos, estamos perecendo”!
28 de junho de 2022“Vendo isso, a multidão ficou com medo e glorificou a Deus, por ter dado tal poder aos homens”
30 de junho de 202229 de junho de 2022 – Quarta-feira da 13ª Semana do Tempo Comum
Mt 8,23-27 –
“… Que tens a ver conosco, Filho de Deus? Tu vieste aqui para nos atormentar antes do tempo?” (Mt 8,29)
Nesta quarta-feira da 13ª Semana do Tempo Comum, continuaremos nosso caminho pelo capítulo 8 do Evangelho segundo Mateus, desta vez nosso encontro se dará com a narrativa presente nos versículos 28 a 34.
Na preparação para o encontro com o texto bíblico, é importante que levemos o real de nossas vidas, que estejamos expostos e expostas tal como o texto se apresenta a nós, exposto, nu, sem defesas.
Neste momento que antecede a leitura, busquemos um espaço, um cantinho, ainda que seja apenas um espaço no nosso tempo, entre os muitos afazeres do dia, arranjemos esse lugar para o encontro. Podemos, então, começar respirando conscientemente e, em um segundo momento, façamos uma prece ao Espírito Santo, pedindo-lhe luz e sabedoria.
1. Leitura – O que o texto diz?
Mt 8,28-34, o evangelho de hoje, é continuação do texto com o qual rezamos ontem, Mt 8,23-27.
Façamos uma leitura do texto em voz alta. Depois, uma segunda leitura, demoradamente, atentando para cada detalhe da narrativa.
Jesus chega à outra margem do lago, à região dos gadarenos e dois homens possuídos pelo demônio saem dos túmulos e vêm ao seu encontro. O texto nos informa que eles eram tão violentos, que ninguém ousava passar por ali. Tendo avistado Jesus, os dois homens começaram a gritar: “Que tens a ver conosco, Filho de Deus? Tu vieste aqui para nos atormentar antes do tempo?”. E vendo uma manada de porcos que pastava por aí, suplicaram a Jesus: “Se nos expulsas, manda-nos para a manada de porcos”. Ao que Jesus reagiu com apenas uma palavra: “Ide”. Os demônios deixaram os homens e se precipitaram sobre os porcos, e toda a manada afogou-se no mar. Os guardadores da manada de porcos fugiram e, entrando na cidade, contaram tudo o que tinham visto. O povo da cidade foi ao encontro de Jesus e o pediu para que se afastasse de sua região.
- Jesus partiu de um lugar em que uma multidão o rodeava a fim de lhe escutar e que pessoas se dispunham a segui-lo, atravessou o “mar” e uma tempestade para chegar a uma região estranha, passando por um lugar ameaçado pela presença de endemoninhados violentos que vinham dos túmulos.
- Os endemoninhados protestam, porque se sentem incomodados e atormentados por Jesus, e lhe suplicam que os expulse enviando-os para a manada de porcos.
- Os porcos se precipitaram ao mar e se afogaram.
- Os cuidadores vão à cidade e contam tudo o que testemunharam, inclusive o caso dos possuídos pelos demônios. Que mais essas pessoas viram e contaram?
- Os moradores da cidade foram ao encontro de Jesus e lhe pediram que deixasse aquela região.
Onde estavam os discípulos, que estavam com Jesus na barca e sequer são mencionados nessa narrativa? Porque Jesus atendeu a súplica dos demônios? Como os demônios o reconhecem? Por que foram enviados para a manada de porcos e por que a manada se precipitou ao mar?
Sobre Jesus, sabemos que até os demônios o reconhecem como Filho de Deus e que ele – que cura enfermidades e acalma tempestades –tem autoridade também sobre os demônios.
2. Meditação – O que o texto me diz?
A meditação consiste em saborear as palavras e os acontecimentos que chamaram nossa atenção na leitura. Retemos na memória o que nos toca o coração. Estamos diante de uma narrativa complexa e, ao mergulharmos nessa narrativa, experimentamos vários sentimentos… O que sentimos? Somos capazes de nomear nossas sensações, questionamentos e inquietações?
3. Oração – O que o texto me leva a dizer a Deus?
O evangelho de hoje traz uma narrativa movimentada, áspera e até inesperada. As ações e palavras dos endemoninhados, a postura de Jesus, a imagem da manada de porcos precipitando-se ao mar, os cuidadores chegando à cidade e contando tudo o que viram e os moradores pedindo a Jesus que se afastasse dali.
A partir do que lemos e meditamos, podemos, agora, falar com Deus aberta e sinceramente. De que forma esse texto nos importuna, nos inquieta e nos desinstala?
4. Contemplação – O que o texto faz em mim?
O diálogo continua e Deus, no mais profundo de nossos corações, tece em nós sua palavra. Silenciemos e contemplemos Deus agindo em nós.
4. Ação – O que o texto – e este encontro – me solicita a agir?
Façamos agora, a partir do encontro com o texto de Mt 8,28-34, um compromisso. Como essa palavra que foi lida, meditada, rezada e contemplada se faz palavra viva em nossas vidas? Qual será (ão) nosso (s) gesto (s) concreto (s)?
Por fim, agradeçamos a Deus por este momento de encontro, reflexão e aprendizado.
*Maria Nivaneide de Abreu Lima, mestra em Teologia pela Universidade Católica de Pernambuco (Unicap) e membro do Centro de Estudos Bíblicos (CEBI).